Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, afirmou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que os cuidados como uso de máscara de proteção, distanciamento social e evitar locais fechados deverão permanecer pelos próximos dois anos, mesmo após a chegada da vacina.
“Vamos ter de manter os cuidados por muito tempo. Esse vírus não vai desaparecer da nossa vida nunca mais. Nada foi tão pandêmico quanto ele. No Brasil, não há um município que não tenha caso registrado. O vírus vai ficar endêmico. Portanto, o fato de ser vacinado não nos isenta de andar de máscara pelos próximos dois anos, por exemplo. De termos cuidado com ambientes fechados, de solicitarmos testes negativos para embarcar em voos internacionais”, declarou ela, que notabilizou-se como uma das profissionais de saúde mais atuantes durante a pandemia.
“Quando alguém ingenuamente diz que não vai se vacinar, também não vai viajar. Nem vai matricular criança na escola. São medidas que não são, ao meu juízo, coercitivas. Eu vejo essas medidas como civilizatórias. Pelos próximos dois anos, os cuidados precisarão ser mantidos”, acrescentou a pneumologista.
Na entrevista, a pesquisadora também foi categórica ao afirmar que o país está atrasado na organização da vacinação, o que vai estender o prazo para imunização da população brasileira.
Ela criticou ainda o obscurantismo do discurso oficial a respeito da gravidade da pandemia, destaca o trabalho dos pesquisadores e diz que é obrigação de toda a comunidade acadêmica vir a público para esclarecer as dúvidas da população, inclusive em relação aos imunizantes.