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15 de janeiro de 2021
Economia

Sindicombustíveis critica presidente da Petrobras após fala sobre aumento de preços

Foto Sudoeste Acontece

O Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniências do Estado da Bahia (Sindicombustíveis-BA) repudiou o comentário feito pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, após ele sugerir que o aumento no preço dos combustíveis seria culpa dos revendedores.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, na quarta-feira (13), Castello Branco descartou a possibilidade de perspectiva de preços a longo prazo. De acordo com ele, é preciso antes “sentir do mercado para poder fazer a precificação”. Ele ainda afirmou que não existe a possibilidade de fazer um reajuste diário e criticou os revendedores que, de acordo com ele, demoram a repassar a queda dos preços.

“Os revendedores são rápidos em repassar aumento de preços para os consumidores e são lentos para repassar queda de preços. Por exemplo, no ano passado, nos quatro primeiros meses do ano a Petrobras reduziu o preço do diesel em 44%. Os revendedores reduziram em 14%. A rapidez é na alta, na queda vai lento. Sobe de elevador, desce de escada”, disse.

Em nota, o Sindicombustíveis afirmou que o desafio enfrentado pelos revendedores é diário. “Basta analisar os dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e verificar que, enquanto apenas um agente econômico – Petrobras – é responsável pelo refino de mais de 95% dos combustíveis comercializados no país, a cadeia varejista da revenda tem mais de 45.000 postos, disputando diariamente o consumidor”, afirmou.

“Salientamos ainda que a Petrobras não produz, nem vende os combustíveis comercializados pelos postos revendedores. As distribuidoras são suas clientes diretas, quem compra os produtos refinados da Petrobras (gasolina A e diesel B, S10 ou S500) e formula os produtos gasolina C e biodiesel S10 e S500 e vende para os postos. Estranhamente, as distribuidoras não foram mencionadas na sua entrevista sobre a lentidão na queda dos preços”, pontuou.

“É a segunda vez que o Presidente da Petrobrás atribui, injustamente, a culpa dos aumentos dos combustíveis aos revendedores. Não podemos aceitar isso. Vale destacar que a escorchante carga tributária não sofre alterações quando a Petrobras faz seus ajustes de preços. Não podemos ser taxados de vilões. Enquanto o senhor Castelo Branco acusa os revendedores de combustíveis, os postos continuam prestando serviços à sociedade, mesmo com a pandemia do novo coronavírus”, continuou.