Após lançar seu novo álbum “Bible of Love” [Bíblia do Amor], com músicas gospel, o rapper Snoop Dogg está no centro de uma controvérsia sobre sua suposta conversão. O histórico de Snoop, cujo nome de batismo é Calvin Broadus, é marcado por experiências religiosas e problemas com a lei. Ele já foi preso por posse de drogas e armas no passado, além de ser suspeito de assassinatos. Foi membro do grupo islâmico Nation of Islam, e durante alguns anos anunciou ser a reencarnação do cantor de reggae Bob Marley. Em nenhuma das entrevistas até agora, Calvin Broadus, seu nome verdadeiro, mostra que teve uma mudança interior. Tudo indicava que se tratava apenas uma jogada comercial para faturar em um novo mercado. Contudo, Snoop Dogg vem explicando que sua mãe, Beverly Tate, é uma evangelista de uma igreja pentecostal. Ele foi criado em uma família evangélica, embora tenha abandonado a religião na adolescência. Conta também que foi sua avó, Dorothy Tate, que lhe ensinou a gostar da sonoridade da música gospel com seus corais e modulações vocais. Em entrevistas recentes, o rapper vem dizendo que “sempre chamou Jesus de Senhor”, mas que não precisa se arrepender de nada. O que levantou suspeitas sobre sua “conversão” e muitas críticas. Entrevistado no talk show de Jimmy Kimmel na noite de segunda-feira, o rapper voltou a falar do assunto. “Eu fui criado na igreja. O mundo em que vivemos tem tanta negatividade e violência. Eu só queria fazer algo que representasse paz, amor e felicidade”, afirmou. Questionado sobre como via o céu, ele fez uma afirmação surpreendente, defendendo que na eternidade todo mundo vai se amar, não haverá violência, e que haverá
Nas últimas semanas, o cantor disse em entrevistas não entender por que muitos líderes evangélicos questionam a sua decisão de gravar um álbum gospel e que não se sente confortável em ver tanta gente pedindo que ele “dê provas” de uma mudança de vida.
Pastor defende cantor
Mesmo assim, Snoop ganhou um defensor na semana passada. Creflo Dollar, conhecido televangelista e pastor da World Changers Church International, uma megaigreja em Atlanta, criticou os cristãos que questionaram a conversão do rapper.
Segundo Dollar, a igreja não deveria se concentrar nos pecados, mas na graça de Deus. Ele citou o caso de Snoop Dogg como um exemplo perfeito de como cristãos julgam todo mundo que se não encaixa nos seus “padrões de justiça”.
“Eu não sei se estou correto ao dizer isso, mas quero dizer algo publicamente. Recentemente, um homem na Califórnia, de apelido Snoop Dogg. Ele acaba de lançar um álbum gospel para ministrar às pessoas porque sua avó ministrou a ele. É muito triste que ele tenha sido rejeitado e criticado por causa do que ele fez no passado”, afirmou o pastor.
Dollar defendeu que os cristãos deveriam agradecer e parabenizar o rapper por gravar um álbum gospel e acredita que as pessoas estão mais preocupadas em encontrar defeitos do que tentar ver como Espírito Santo pode usar o álbum.
“Eu não sei se vocês estão salvos o suficiente”, disse ele aos presentes na igreja. “Apenas mostrei a vocês um cara que diz que acredita e agora você quer ser a polícia do Espírito Santo para decidir se alguém fez o suficiente para ser respeitado como um filho de Deus?”, questionou.
Dollar explicou que esse tipo de julgamento é “injusto”, observando que todos dentro da sua igreja, incluindo ele mesmo, mereciam o inferno “se não fosse por crerem em Jesus”. Finalizou enfatizando que ninguém é justo por seus próprios méritos, mas sim “porque Deus declarou que seria. Compreender isso deveria nos ajudar a ser um pouco mais misericordiosos com as outras pessoas. Não se trata de tolerar o pecado, mas saber que se cremos em Jesus, mesmo que eu não consiga ver, ele está trabalhando em nós”.