A tensão entre o presidente Jair Bolsonaro e ministros do STF deve ganhar mais combustível. Além de ter aberto novo inquérito sobre suposta organização criminosa que atua contra instituições, Alexandre de Moraes juntou a apuração dos atos antidemocráticos (já arquivada) com a das fake news.
Com isso, o ministro coloca a Polícia Federal no encalço da família de Bolsonaro e de seus apoiadores em duas frentes, que devem avançar em 2022, ano eleitoral.
Na prática, a união dos casos resulta em um superinquérito cujos alvos são todos próximos ao presidente. E além dessa, há também a apuração aberta recentemente.
No STF, as investigações são vistas como uma salvaguarda para caso Bolsonaro insista em tensionar ainda mais a relação com os ministros do TSE e STF com a proximidade da eleição de 2022.
Moraes, que é o futuro presidente do TSE, mandou recado no Twitter nesta sexta (9) após Bolsonaro atacar Luís Roberto Barroso. “Não serão admitidos atos contra a Democracia e o Estado de Direito, por configurar crime comum e de responsabilidade”, disse.
A leitura entre investigadores é que a referência a crime comum foi para, justamente, lembrar que as duas investigações (organização criminosa e inquérito das fake news) podem alcançar Bolsonaro.
Painel/Folhapress