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18 de dezembro de 2020
Internacional

Unesco declara cuscuz como Patrimônio Imaterial da Humanidade

Foto Reprodução

Na última quarta-feira (16), não apenas o prato, mas os saberes e práticas da produção e consumo em torno do cuscuz foram declarados Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco.

O Comitê de Patrimônio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura, se reuniu por videoconferência e aprovou a patente do cuscuz, por requisição feita conjuntamente entre Argélia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia. A Unesco declarou: “Essa inscrição conjunta de um patrimônio compartilhado ilustra até que ponto o patrimônio cultural imaterial pode ser um assunto sobre o qual os Estados se reúnem e cooperam (…) aproximando-os por meio das práticas e saberes que têm em comum”.

“O cuscuz é muito mais que um prato, é um momento, memórias, tradições, gestos que se transmitem de geração em geração”, argumentaram os países sobre o prato. Consumido por homens, mulheres, jovens, imigrantes e até em populações nômades, a iguaria faz parte da vida inteira de pessoas.

O argumento de inscrição conta que por mais que o prato não tenha uma origem definida, sendo consumido desde a Idade Média em vários povos, todos tinham uma verdade em comum sobre o cuscuz: “O melhor cuscuz é o da minha mãe”. Marcando uma tradição geracional, o consumo do prato faz parte de toda reunião de família, seja uma grande comemoração ou no dia a dia.

Pela sua presença multinacional, não existe uma única receita tradicional, sendo esta plural de acordo com os lugares, aceitando acompanhamentos disponíveis na região em que é feito, seja um deserto, uma ilha ou uma montanha. “Fazendo do cuscuz um verdadeiro espelho das sociedades onde é cozinhado”.

O próprio preparo do cuscuz, desde o momento em que a sêmola é moída já faz parte da tradição dessas culturas. As mulheres desempenham um papel fundamental não apenas preparando e consumindo o prato, mas para perpetuar os valores simbólicos que tem, através da transmissão oral e pela observação e imitação da prática.

“É também uma questão de destreza e gestos artesanais: artesãos que fazem os utensílios do cuscuz, agricultores que produzem os cereais, moleiros que os transformam em semolina, comerciantes e, mais recentemente, proprietários de hotéis, envolve todo um tecido social”, diz a inscrição.