A articulação para que o deputado federal Zé Neto (PT) se licencie do mandato para cuidar exclusivamente da campanha eleitoral em Feira de Santana foi defendida pelo senador Jaques Wagner (PT) e teve como objetivo acomodar interesses de colaboradores e aliados da mesma corrente petista.
Com a licença de Zé Neto, que será definitiva caso o petista vença a eleição em Feira, quem assume o mandato na Câmara Federal é Elisângela Araújo, que tem uma história de militância ligada aos movimentos rural e católico, além de ter sido assessora de Wagner.
Em 2022, com o apoio do senador, Elisângela teve mais de 73 mil votos na eleição para deputada federal, ficando na suplência. Para 2026, ela vê crescer cada vez mais o apoio de Wagner para lançar outro assessor na disputa por uma cadeira na Câmara: Lucas Reis (PT), chefe de gabinete do parlamentar. O “ciúme político” seria um dos motivos para a articulação em prol da licença de Zé Neto.
Fontes do PT informaram a este Política Livre que Lucas Reis teria desaprovado a manobra, que dá força a Elisângela para 2026, embora outros correligionários do partido garantam que há espaço para os dois.
Como já revelou a coluna Radar do Poder do site, o chefe de Gabinete de Wagner tem intensificado a agenda no interior e feito articulações com pré-candidatos petistas a prefeito, com o apoio velado do presidente do PT na Bahia, Éden Valadares – outro que já foi assessor do senador -, em cidades importantes visando as eleições gerais. Entre essas cidades estão Barreiras, Juazeiro e Seabra.
Outro movimento que contempla as bases do PT é o de colocar como substituta de Elisângela na Secretaria de Políticas para as Mulheres a deputada estadual petista Neusa Cadore, o que deve ser confirmado ainda esta semana pelo governador Jerônimo Rodrigues. Caso isso aconteça, quem assume o mandato de deputado estadual é Radiovaldo Costa (PT), que abriu mão de concorrer à Prefeitura de Alagoinhas para apoiar Gustavo Carmo (PSD), nome lançado pelo prefeito Joaquim Neto.
