O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico (SDE), Jaques Wagner (PT), foi apresentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como testemunha de defesa no processo que investiga o sítio de Atibaia, investigado pela Lava Jato. Segundo a acusação, as empreiteiras Odebrecht, OAS e Schahin, e o pecuarista José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,02 milhão em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobras. Além de Wagner, os ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff também devem prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro. O caso do sítio representa a terceira denúncia contra Lula no âmbito da Operação Lava Jato. “Parte dos valores de vantagem indevida acertados nos referidos contratos teria sido destinada a agentes da Petrobras e parte a “caixas gerais de propinas” mantidas entre os grupos empresariais e agentes do Partido dos Trabalhadores. Parte dos valores foram utilizados em reformas do aludido Sítio de Atibaia”, diz trecho da denúncia. O MPF calcula que percentual de 1% a 3% de propinas pagas em vários contratos assinados entre a Petrobras e as construtoras seriam destinados a Lula e ao PT. Ontem, Jaques Wagner se manifestou por meio das redes sociais em defesa de Lula. O petista comentou a notícia de que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) reduziu o tempo de prisão do ex-governador tucano José Azeredo (PSDB) e permitiu que ele respondesse ao processo em liberdade até a última instância. Foi no TRF-4 que o ex-presidente teve a pena aumentada em quase três anos, após ser condenado em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro. “Um levou apenas um ano e quatro meses para ser condenado sem provas pela segunda instância. Teve sua pena aumentada e poderá ser preso antes que se esgotem todas as possibilidades de recurso. O outro levou 10 anos para ser julgado, teve a pena reduzida nesta semana e poderá recorrer em liberdade até a última instância. Um é do PT – Partido dos Trabalhadores. O outro é do PSDB. Cadê a igualdade, cadê a imparcialidade? Cadê a Justiça?”, postou no Facebook. Durante a semana, Lula disse em vídeo divulgado nas redes sociais que se tornará um preso político caso tenha a prisão decretada no caso do apartamento tríplex. “Se não provarem um real na minha conta, se não provarem um dólar na minha conta, se não provarem uma telha na minha conta que não seja minha, eu terei que ser considerado um preso político”, disse.