Com o protagonismo assumido pelo senador Jaques Wagner (PT) nas articulações pela sucessão do governador Rui Costa (PT) no campo governista, depois da liberação de Lula para disputar a Presidência da República, aliados conseguiram finalmente identificar porque, desde a disputa pela presidência da Assembleia Legislativa, ele buscou escantear o PP de João Leão.
Na prática, Wagner acredita que o PP permanecerá nacionalmente na base de Jair Bolsonaro (sem partido) e que o partido na Bahia será enquadrado, sendo forçado a fazer campanha para a reeleição do presidente da República. Neste cenário, não adiantará ao PT buscar manter o relacionamento com a legenda na Bahia nem contar com seu apoio para Wagner ao governo.
Este teria sido, inclusive, o motivo para, pressionado por Wagner, Rui ter recuado na decisão de entregar a Casa Civil a Leão, o que fora prometido há dois meses. Com efeito, os deputados federais baianos do PP estão todos hoje coladinhos com o governo federal, se beneficiando das famosas emendas parlamentares, entre outras benesses, de que o executivo se utiliza para manter a base alinhada.
Mas uma informação teria passado a embalar ainda mais a certeza do senador petista de que o PP, ‘infelizmente’, é caso perdido. Corre nos bastidores em Brasília que, na tentativa de obter votos para o então candidato a presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL), o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), teria procurado o presidente nacional do DEM, ACM Neto.
Em contrapartida, oferecera ao democrata apoio do PP na Bahia para sua candidatura ao governo. Neto não aceitou, porque estava desde o princípio fechado com a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) contra a de Lira, mas, aproveitando a oferta, um aliado seu teria indagado como Ciro enfrentaria uma eventual recusa de Leão. O presidente do PP não titubeou: – ou ele apóia (Neto) ou deixa o partido.