Na avaliação do jornalista e colunista da Folha de S. Paulo, Fernando Canzian, a “esquerda só se une quando está presa”. O momento atual, de acordo com ele, serve para confirmar isso.
“A esquerda por conta do impeachment acabou ganhando um folego. Na hora de fazer arranjo pra tentar ir pro segundo turno, é Ciro falando mal de Lula, e um balaio de gato. Se a gente pegar as últimas seis eleições, a final de copa do mundo sempre foi PT e PSDB. Eles têm chance na campanha eleitoral, teriam tempo para, enfim, fazer candidaturas competitivas, mas do jeito que a esquerda tá indo. Sei não…”, avaliou, em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole.
Canzian avaliou ainda a candidatura de alguns postulantes à Presidência da República como Bolsonaro (PSL), Alckmin (PSDB) e Lula (PT). Para ele, o “petismo virou o lulo-petismo”. “O PT continua um partido competitivo, pode chegar ao segundo turno e vamos ver. Acho que ele não tem muita alternativa a não ser esse jogo, de momento. Vamos ver se vai ser Haddad, que eu acho que deve ser mesmo [o candidato]”, indicou.
Já para o candidato do PSL é necessário ter “atenção”. “Acho que vai ter muita rejeição ao Bolsonaro porque o cara fala umas coisas ali que… O que eu acho que a gente precisa ficar atento é para postura justamente antidemocrática de candidatos como Bolsonaro”, avaliou.
Com a maioria do tempo de TV, Alckmin deve aparecer bastante para o eleitorado. “A partir do dia 31, você vai escovar o dente, vai ver o Alckmin, ele tem metade do horário da televisão. Abre a gaveta, vê o Alckmin. Ele vai ter espaço para mostrar as propostas. Ele, acho que espertamente, entendeu que esse tipo de coisa não vai mudar. Então tem esse discurso, não sou pessoa que tem rompantes, mas vou passar uma mensagem de tranquilidade, serenidade e segurança que é o que o Brasil precisa, segundo ele, agora”.