O governador Jerônimo Rodrigues sancionou a lei que autoriza a contração de empréstimo de US$ 500 milhões (R$ 2,8 bilhões) pelo Executivo baiano junto ao junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A medida foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (20).
No texto é informado que o montante será usado para o financiamento do Programa de Consolidação Fiscal, Eficiência Energética e Conectividade (Proconges).
De acordo com o governo do estado, o Proconges vai atuar no apoio de ações voltadas para a consolidação fiscal, na melhoria da eficiência energética do Estado, na gestão financeira e do gasto público e na ampliação da conectividade.
O projeto de lei foi encaminhado no final de outubro à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). A proposta foi aprovada no plenário da Casa por governistas.
O PL recebeu voto contrário do deputado Hilton Coelho (PSOL) e da bancada de oposição.
O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, voltou a criticar as ações de segurança pública do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Segundo o ex-chefe do Palácio Thomé de Souza, ‘o governo da Bahia tem falhado em garantir estrutura adequada à polícia, que, de acordo com ele, também é vítima do Estado”. “A polícia é tão vítima do governo do Estado quanto as pessoas que estão perdendo suas vidas”, declarou ACM Neto.
Ainda de acordo ACM Neto, ‘o tráfico de drogas está mais organizado e armado do que a própria polícia, o que coloca a população e os agentes de segurança em uma situação de vulnerabilidade”. O ex-gestor de Salvador ainda destacou que, ‘apesar das ameaças de processos judiciais por expor a violência crescente, permanece firme em suas críticas ao governo e ao PT, que há quase duas décadas está à frente do Executivo baiano’.
O vice-presidente do União Brasil também sugeriu que, ‘se sua gestão estivesse no governo, a Bahia teria uma das polícias mais valorizadas do Brasil, comparando o possível cenário ao do estado de Goiás, onde a valorização policial tem sido uma prioridade do governador Ronaldo Caiado’.
“Não venha dizer Jerônimo e ninguém do PT que a gente é contra a polícia. Eu garanto uma coisa: se hoje nós estivéssemos governando a Bahia, nosso estado teria a polícia mais valorizada do Brasil, como é de Goiás. E o policial sabe o que eu tô dizendo”, o ex-prefeito da capital baiana.
ACM Neto encerrou cobrando uma mudança de postura do governo estadual em relação à segurança pública. Ele declarou que não adianta insistir “nos mesmos erros”, e que o momento exige uma reação contundente para proteger tanto a população quanto os agentes de segurança, em entrevista ao podcast do portal Política Livre nesta segunda-feira (11).
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiou o ex-ministro dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Aldo Rebelo (MDB), afirmando que o ex-filiado do PCdoB por 40 anos é “um cara fantástico”, e que gostaria de tê-lo à frente da pasta “Amazônia” em um eventual segundo mandato na Presidência.
A declaração ocorreu durante entrevista à rádio AuriVerde Brasil na última quarta-feira, 6. Sem citar Rebelo nominalmente, Bolsonaro afirmou que há “gente boa” em outros partidos, pontuando a relatoria do então deputado no projeto que deu origem ao novo Código Florestal na Câmara em 2012.
“Tem gente boa em outros partidos por aí. É difícil achar dentro do PT, do PCdoB, do PSOL, acho que dificilmente tem alguém lá. Acho que quem tinha já saiu fora. Tem um deputado que não vou falar o nome dele, que foi do PCdoB, foi relator do Código Florestal em 2012 e saiu do PCdoB. Não vamos atirar nele por conta disso, é um cara fantástico em todos os aspectos. Ele viajou agora para Amazônia e deu um recado para o Brasil”, disse
Ex-presidente da Câmara dos Deputados e à frente das pastas de Defesa, Esporte, Ciência e Tecnologia durante os governos Lula e Dilma, Rebelo chefiou a secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo até julho deste ano, quando se afastou para atuar diretamente na campanha à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Em abril, deixou o PDT para integrar as fileiras do partido do prefeito reeleito.
Inelegível até 2030, Bolsonaro emendou a fala convidando Rebelo ao primeiro escalão de um eventual segundo mandato. “A gente sonha muitas coisas. Por exemplo, esse parlamentar, ele tinha que ser, se ele topasse, obviamente, seria convidado ao Ministério da Amazônia, com liberdade para trabalhar, assim como dei liberdade para todos os meus ministros”, afirmou.
Apesar da aprovação, Rebelo pontuou ser “completamente incoerente” defender a soberania de seu País, mas “se meter” na política da Venezuela, de Cuba e da Argentina. “Absolutamente fora das tradições do Itamaraty, que é uma instituição que adquiriu respeito por mediar e resolver conflitos. Hoje, temos um Itamaraty especializado em criar conflitos. Onde não existe um conflito, o Itamaraty vai lá e cria. Até conflitos internos”, afirmou na época.
Em maio deste ano, o ex-ministro lançou um livro sobre a maior floresta tropical do mundo, chamado Amazônia, a Maldição de Tordesilhas – 500 anos de cobiça internacional. Bolsonaro esteve presente no evento que contou com sessão de autógrafos, realizado em uma livraria de Brasília, onde tirou fotos com Rebelo e adquiriu um exemplar da obra.
Em entrevista ao Estadão em 2019, Rebelo, que estava fora da vida política, afirmou que Bolsonaro, então presidente, acertou o tom no discurso da Organização das Nações Unidas (ONU) daquele ano, ao assumir “uma posição muito defensiva no caso da Amazônia”, sem ser de uma “perspectiva que não é a das ONGs, que tratam a floresta como um santuário desantropizado”.
Durante o PolíticaPod, o podcast do Política Livre, ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) fez duras críticas ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) e admitiu ter interesse em dialogar visando atrair para o campo da oposição o PSD, partido hoje na base do petista.
Segundo Neto, Jerônimo “inventa agenda para fugir do gabinete para não governar o Estado”. “É o governador pior avaliado do PT nesses quase 20 anos. Está claro que há uma fadiga de material, um desejo de mudança que veio (na eleição de 2022) e bateu na porta. Tive 47% dos votos e isso não é pouca coisa, enfrentando tudo que enfrentei. Esse sentimento vem com mais força ainda em 2026 e tenho confiança que nosso campo político vai ganhar a eleição”, pontuou.
Segundo o ex-prefeito de Salvador, Jerônimo terá mais dificuldades na reeleição porque não tem liderança e é “despreparado, incompetente e inapto”, além de negacionista, por não reconhecer os problemas da Bahia na área da segurança pública. Neto argumentou ainda que o presidente Lula, cujo desempenho em 2022 foi fundamental para a vitória do PT na Bahia, também não terá a mesma força.
Sobre o PSD, o líder da oposição afirmou que não deixará de dialogar com o partido, sendo ou escolhido pelo grupo ao qual pertence candidato ao Palácio de Ondina, se houver possibilidade de a sigla repetir o mesmo movimento que o PP fez em 2022, deixando a base do Executivo estadual. Neto elogiou o senador Angelo Coronel (PSD), que busca o lugar ao sol na chapa governista para a reeleição.
“Angelo Coronel é um bom senador. Agora, tem que questionar se o PSD vai abrir mão da vaga no Senado. O partido vai topar isso? Tem que perguntar a ele”, declarou o ex-prefeito, quando questionado sobre a possibilidade de enfrentar, caso seja candidato, uma chapa formada por Jerônimo, o senador Jaques Wagner (PT) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), sendo os dois últimos concorrendo a duas cadeiras na Alta Casa do Congresso Nacional.
Indagado sobre se aceitaria Coronel na chapa da oposição, ACM Neto respondeu “com a maior alegria”. “Lá na frente, se houvesse possibilidade de dialogo, não deixaria de dialogar. Apesar das divergências políticas com o senador Otto Alencar (PSD), tenho uma relação histórica de convivência familiar e pessoal. Mas meu desenho (para 2026) não passa por aí. Não vou ficar esperando por isso”.
Em entrevista concedida na noite desta segunda-feira (11) ao PolíticaPod, o podcast do Política Livre, o ex-prefeito de Salvador afirmou que será novamente candidato ao governo da Bahia em 2026 se houver “desejo do povo baiano” e “vontade do grupo político ao qual pertenço”. Ele citou, no entanto, outros três nomes que poderiam concorrer ao mesmo cargo ou compor a chapa majoritária: os prefeitos de Salvador, Bruno Reis (União), de Jequié, Zé Cocá (PP), e de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB).
“Para mim, é muito importante que tenhamos novos nomes. Porque chegando em 2026, o melhor dos mundos é que eu possa decidir se serei ou não candidato, e não que eu serei porque não tem outro. Hoje, Bruno Reis é uma liderança inquestionável, como é Zé Cocá, prefeito de Jequié, reeleito com a maior votação proporcional de todo o Brasil e que tem uma bagagem de deputado estadual e experiência de gestão”, disse ACM Neto.
“Fico feliz e animado. Não só no horizonte de uma chapa forte para 2026 como na hipótese de ter alternativas (para disputar o governo). Para mim, o pior cenário é ter que carregar tudo em minhas costas, ter que ser candidato de qualquer jeito. Mas o meu grupo sabe que se for essa a circunstância, eu vou”, acrescentou o ex-prefeito.
ACM Neto disse que em 2018 não foi candidato, apesar da pressão do grupo do qual é líder, porque era prefeito de Salvador, e a população, de acordo com ele, não desejava que renunciasse ao Palácio Thomé de Souza para concorrer. O ex-prefeito frisou que a situação em 2026 é diferente, destacando ainda que não será candidato por vaidade pessoal, e sim por um projeto político coletivo, dialogando com as diversas forças políticas contrárias ao PT.
Sobre o prefeito de Itapetinga, que elegeu o sucessor (Eduardo Hagge, do MDB), ACM Neto declarou que o emedebista faz parte da “safra de bons prefeitos que cumpriram bons mandatos”. “Rodrigo Hagge tem um potencial enorme. Vamos dialogar com esses novos quadros e botar essa turma para ter condições de crescer”, pontuou. Vale lembrar que, embora do MDB, partido da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), Hagge foi um dos coordenadores da campanha de Neto em 2026 no sudoeste da Bahia.
O ex-prefeito de Salvador e vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, usou suas redes sociais neste domingo (10) para compartilhar um mapa que revela que a Bahia lidera o ranking de facções criminosas no país. Segundo o levantamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) do Ministério da Justiça, o estado baiano conta com 21 organizações criminosas, enquanto Minas Gerais, o segundo colocado, possui 11.
Em sua postagem, Neto afirmou: “Vocês já pensaram que a Bahia só é líder em coisas negativas? Estado mais violento e com o pior índice de desemprego do Brasil e na zona de rebaixamento da educação pública. Agora, mais uma estatística confirma essa triste realidade: somos o estado que tem mais facções em todo o Brasil, com 21.”
Neto também destacou o contraste com o segundo colocado no ranking, mencionando que “a Bahia tem o dobro de organizações criminosas que Minas Gerais”. Ele criticou o governo estadual ao declarar que os dados são do próprio governo federal, sugerindo que, antes de negar a situação, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) deveria considerar a gravidade da estatística.
O levantamento ressalta a influência das duas principais facções do país — o PCC e o CV (Comando Vermelho) — presentes em 24 estados brasileiros.
O Ministério Público Eleitoral, através do vice-procurador-Geral Eleitoral, Alexandre Espinosa Bravo Barbosa, manifestou-se pelo provimento dos recursos especiais para deferir o registro da candidatura da prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União), que é alvo de uma Ação de Impugnação de Registro.
O membro do MPE rebateu a tese de que Sheila estaria em um terceiro mandato consecutivo, já que sua mãe, a ex-vice-prefeita Irma Lemos, teria exercido o cargo de prefeita.
O MPE cita que “o caso concreto traz substituição efetivada somente depois do fim do semestre que antecede o pleito, e, ainda mais especificamente, após a data da diplomação, com duração breve de apenas 13 dias”. A instituição defende que Sheila está apta a assumir, em janeiro de 2025, o mandato proveniente da reeleição.
O processo agora retorna para o relator do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Ministro André Ramos Tavares, para decidir o caso.
O PSD de Gilberto Kassab é o partido com mais municípios sob seu comando a partir de 2025. Com o primeiro e o segundo turno, que ocorreu neste domingo (27), o partido soma 887 prefeituras no país.
Depois, vêm MDB e PP, com 856 e 745 Executivos municipais, respectivamente.
O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, aparece em quinto lugar, considerando. Já o PT, do presidente Lula, está em nono, com 252.
Dentre as capitais, considerando primeiro e segundo turno, o MDB levou seis cidades: Teresina, com Dr. Pessoa, Macapá, com Dr. Furlan, Boa Vista, com Arthur Henrique, Belém, com Igor Normando, Porto Alegre, com Sebastião Melo, e São Paulo, com Ricardo Nunes.
Já o PSD ficou com uma a menos: Curitiba, onde venceu Eduardo Pimentel, Belo Horizonte, com Fuad Noman, Florianópolis, com Topázio, Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, e Maranhão, com Eduardo Braide.
O PL, por sua vez, conquistou quatro: Aracaju, com Emília Corrêa, Cuiabá, com Abílio Brunini, Maceió, com João Henrique Holanda Caldas, e Rio Branco, com Tião Bocalom.
O levantamento não considera cidades que ainda com resultados indefinidos tanto no primeiro quanto no segundo turno, por estarem sub júdice. Em Jundiaí (SP), por exemplo, vitória de Gustavo Martinelli (União) foi anulada neste segundo turno.
Fundado em 2011 por Kassab e assumindo protagonismo político no centrão, o PSD já tinha o posto de partido com maior número de prefeituras. Levantamento da Folha, de abril de 2024, mostrou que a sigla tinha ao menos 1.040 prefeitos, um crescimento de 58% em relação ao resultado das eleições de 2020.
De acordo com o mesmo levantamento, o PL, tinha passado de 344 eleitos para 371 prefeitos, crescimento de 8%.
O crescimento da legenda de Kassab é um incômodo ao entorno do ex-presidente Bolsonaro. O partido se tornou alvo preferencial de ofensivas do PL —ambos querem se consolidar como o partido com maior número de prefeituras nas eleições 2024. Aliado de Bolsonaro, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) chegou a gravar um vídeo no qual chama o PSD de Kassab de inimigo escondido.
A contagem regressiva para a votação do segundo turno no domingo (27), em Camaçari, elevou de vez a temperatura dos embates políticos entre aliados de Flávio Matos (União Brasil) e Luiz Caetano (PT).
Nesta quinta-feira (24), enquanto discursava em um ato de apoio a Caetano, o ex-governador e ministro da Casa Civil Rui Costa (PT) concentrou ataques ao ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil) – padrinho eleitoral de Flávio.
Sem citar o nome de Neto, Rui fez um discurso inflamado, repetindo a retórica que já explorou em outros momentos de pressão política.
“Causa uma indignação profunda quando esse povo da elite, filho de riquinho, que empinava arraia com ventilador, acha que pode humilhar gente do povo, gente humilde. Falta de respeito dessa gente riquinha, que acha porque é rico tem que ter o povo do cabresto e humilhar pessoas”, disse Rui.
Em contato com o Política Livre, o ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos) rebateu as declarações do ex-governador e ironizou o fato de Rui Costa ter um imóvel de luxo “no metro quadrado mais rico da Bahia”.
“Rui Costa chama Neto de riquinho. ACM Neto tem pai rico e teve avô rico. Mas rico mesmo é Rui Costa, que nasceu numa encosta da Liberdade e hoje mora no metro quadrado mais rico da Bahia, na Mansão do Baiano de Tênis”, afirmou Nilo.
As mais recentes pesquisas eleitorais mostram um maior número de candidatos apoiados por Jair Bolsonaro (PL) na liderança em relação aos chancelados por Lula (PT) nas 103 maiores cidades do país —com mais de 200 mil eleitores e, por isso, que podem ter segundo turno.
Ao todo, os nomes do ex-presidente estão em primeiro lugar em pesquisas em 23 desses grandes municípios, em 11 deles de forma isolada. Já os preferidos do atual mandatário lideraram em 16 cidades, sendo 5 isoladamente.
Como é normal nas eleições, o cenário pode se alterar significativamente na reta final da disputa.
A vantagem de Bolsonaro sobre Lula se dá mesmo com o petista tendo o nome vinculado a mais candidatos do que o ex-presidente: 81 postulantes nas 103 maiores cidades do país têm a chancela de Lula, ante 64 de Bolsonaro.
Candidatos bolsonaristas lideraram em 8 das 26 capitais do país. Em outras três –São Paulo, Fortaleza e Rio Branco–, há disputa acirrada entre os nomes de Lula e Bolsonaro.
Fortaleza é, entre as capitais, o único palco de uma disputa PL x PT, cabeça a cabeça.
Depois de um começo mais lento e de surgirem atrás do ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) e do atual prefeito, José Sarto (PDT), o bolsonarista André Fernandes (PL) e o petista Evandro Leitão estão na liderança, de acordo com a última pesquisa do Datafolha.
Em algumas capitais, os candidatos de Lula “escondem” o apoio ao recebimento de serem afetados os níveis de degradação que o petista tem em parte do eleitorado. É o caso do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que tem chances de ser reeleito já no primeiro turno.
Pesquisa do Datafolha de julho mostrou que Paes tinha intenção de voto de 42% dos eleitores que se declaram em algum grau bolsonarista. Esse é um dos motivos que levaram o gestor a optar por direcionar os ataques ao governador Cláudio Castro (PL), do mesmo partido de seu adversário, Alexandre Ramagem (PL), em vez de Bolsonaro.
O caso de João Campos (PSB) em Recife (PE) é parecido. Isolado na frente com 76% das intenções de voto, o pessebista não recorreu ao presidente como cabo eleitoral.
O grupo de partidos que por ora liderou pesquisas de forma isolada, nas 103 cidades, é encabeçado pelo PL de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto e o PSD de Gilberto Kassab —dez cidades cada um.
Integrantes dos dois partidos têm entrado em atrito, entre outros motivos, devido à campanha de bolsonaristas com críticas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), por ele não dar garantia ao pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Em evento realizado em julho para tentar contribuir a candidatura de Antonio Brito (PSD-BA) à presidência da Câmara, Valdemar e Kassab chegaram a conversar ao pé do ouvido e, segundo relatos, o presidente do PL disse ao colega do PSD que iria lhe “metro o ferro”, em referência às eleições legislativas.
O PT de Lula tem desempenho bem mais acachado, com liderança isolada em apenas 3 das 103 cidades.
De um modo geral, o mapa das candidaturas competitivas nos grandes centros reflete a configuração atual do Congresso, com apenas uma diferença significativa.
Assim como em 2016 e 2020, o PT enfrentou grandes dificuldades nas eleições legislativas, apesar de não ser Executivo federal, ter a segunda maior bancada da Câmara e integrar o G7 dos maiores partidos brasileiros como o único partido de esquerda —o bloco é composto por PL, PT, União Brasil, PSD, PP, MDB e Republicanos.
O partido está na frente de forma isolada apenas nas cidades mineiras de Juiz de Fora e Contagem, onde já governa e tenta a reeleição, além de Camaçari (BA).
“Temos percebido exatamente isso, um mau momento do governo federal. Queimadas, apostas, descontrole dos gastos, falas ruinas do Lula internacionalmente, derrotas das pautas do governo, tudo isso fazendo a força política dele não ser transformada em eleições eleitorais”, afirma Fabio Wajngarten, que foi chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência do governo Bolsonaro.
“Por outro lado, o presidente Bolsonaro girando o Brasil, sendo aclamado por onde passa, fazendo o que gosta, que é girar pelo Brasil, próximo ao povo. Transfere força política aos seus candidatos. Acho realmente que [a eleição do dia 6] será um novo marco para a direita.”
O deputado federal Jilmar Tatto (SP), que é secretário nacional de comunicação do PT e integra o grupo de trabalho do partido sobre eleições, afirma que o diagnóstico a ser feito na noite do dia 6 será o de quem estará no palanque de Lula para 2026 e quem estará fora.
“Nós somos um projeto nacional, e a gente está apostando muito na reeleição de Lula. Tem os partidos de esquerda e tem também uma grande parte do centrão”, diz Tatto, que cita como exemplo São Paulo (PSOL), Rio de Janeiro (PSD), Rio Branco (MDB) e Belo Horizonte (vários partidos além do PT, à exceção do PL).
“O ideal é que fosse do PT, mas como nós temos um candidato a presidente da República que é do PT, e isso não está em disputa nem nos partidos aliados nem nessa frente que ele [Lula] criou no governo dele, então para nós é uma sensação confortável.”
Tatto diz entender que o lado bolsonarista corre mais risco.
“Se o resultado mostrar que o Bolsonaro não é tão transferidor de votos como se propaga, é uma dificuldade para ele. Ele tem um [Pablo] Marçal aí, um doido que apareceu e pegou uma fatia do eleitorado dele. Nós não estamos com esse problema. Podemos estar com esse problema pós-Lula, em 2030.”
Presidido por Gilberto Kassab, secretário estadual de governo em São Paulo e considerado um hábil articulador político, o PSD é o partido com mais prefeitos que disputam a reeleição neste ano: são 568 candidatos em busca de renovar o mandato. A condição de lançar candidatura no cargo é considerada uma vantagem, não apenas por controlar a máquina pública, mas porque torna o postulante mais conhecido na população.
A nível de comparação, na última eleição municipal, em 2020, os prefeitos candidatos à reeleição eram 17% do total, e foram cerca de 37% dos eleitos. A informação consta do livro “A reeleição de prefeitos em 2020: eleitorado, coligações e organização partidária nas eleições municipais brasileiras”, apresentado no programa de pós-graduação da UFSCar em 2023 por Zara Rego de Souza.
“A vantagem é sempre ter a máquina nas mãos”, disse o pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV) Marco Antonio Teixeira, especialista em política brasileira e eleições. “Candidato à reeleição não precisa abdicar do cargo, e seus atos em plena campanha eleitoral são simultaneamente atos de campanha e atos de governo”, declarou.
O senador Omar Aziz (AM), vice-presidente do PSD, atribuiu a situação de liderança à quantidade de prefeitos que o partido filiou em São Paulo. A ofensiva de Kassab em solo paulista tem irritado o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. “Aqui no Amazonas, os prefeitos que eu tenho são candidatos à reeleição”, declarou o senador à reportagem. “Eleição municipal não é uma eleição nacional, o cara vota no prefeito que vai estar do lado dele”. Em 2020, o PSD elegeu 662 prefeitos. Só ficou atrás de MDB e PP em número de prefeituras conquistadas.
Aziz mencionou como exemplo Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio de Janeiro e favorito à reeleição na cidade de Jair Bolsonaro, mesmo sem ser bolsonarista. O senador citou a vantagem de quem concorre no cargo, mas ressaltou que ainda assim os resultados são imprevisíveis. “Eleição a gente sabe só como começa”.
O segundo partido com mais candidatos à reeleição no País é o MDB. Para o líder da sigla na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), o instituto da reeleição fez com que a máquina pública ganhasse uma importância grande nas corridas eleitorais. Ele também destacou o impacto da disputa municipal deste ano para as próximas eleições gerais. “O resultado deste ano é que será a base das decisões que envolverão o planejamento para 2026″, afirmou à reportagem.
Com base numa pesquisa apresentada nesta terça-feira (23) durante uma reunião em Salvador, o líder da oposição na Bahia, ACM Neto (União), afirmou que o candidato do grupo adversário do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em Itabuna deve ser o deputado estadual Pancadinha (Solidariedade). Segundo apurou o Política Livre, a reunião contou ainda as presenças dos pré-candidatos do União Brasil, Capitão Azevedo, e do PDT, Isaac Nery. A Nery, foi oferecida a vice na chapa. Uma resposta deve ser dada ainda esta semana pelo pedetista.
A pesquisa apresentada teria apontado a liderança do prefeito Augusto Castro (PSD), que cresceu nos últimos levantamentos. Entretanto, somando o desempenho de todos os três concorrentes da oposição, haveria um cenário de empate. Há um acordo firmado entre os três pré-candidatos oposicionistas de que aquele melhor posicionado ocuparia a cabeça de chapa, recebendo o apoio dos demais.
Vale lembrar que Pancadinha, embora seja um deputado de oposição na Assembleia, está num partido que integra a base de Jerônimo, o Solidariedade. O deputado já tinha o apoio declarado do deputado federal Elmar Nascimento (União).
Na semana passada, o Política Livre publicou uma matéria mostrando o cenário de divisão em Itabuna, tanto da oposição quanto da base governista. Pancadinha deve receber os apoios do MDB e da parte do PT liderada pelo ex-prefeito Geraldo Simões, que tentou ser candidato, mas não obteve o aval da maioria petista no município, que optou por seguir com Augusto Castro.