Investigada por um caso de corrupção relacionado com a Odebrecht, a líder da oposição e ex-candidata presidencial peruana Keiko Fujimori foi levada hoje (1º) para uma penitenciária feminina em Lima, onde vai ficar presa enquanto a Justiça peruana a investiga o caso. Keiko passou a noite de ontem (31) na sede do poder judicial do Peru após uma ordem de prisão por 36 meses. Na manhã desta hoje (31), um grupo de policiais levou a líder até a prisão de Chorrillos, ocupada por presas comuns. De acordo com a promotoria, Keiko, que é investigada por lavagem de dinheiro, liderou um grupo do partido Força Popular que recebeu US$ 1 milhão da Odebrecht para a campanha presidencial em 2011. De acordo com a acusação, a líder também escondeu o dinheiro por meio de métodos ilegais.
Futuro ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PSL), o juiz Sergio Moro, 46, fez da Operação Lava Jato sua principal missão e credencial nos últimos anos.
Atraindo para si o papel de combatente da corrupção no país, o titular da 13ª Vara Federal de Curitiba foi alçado ao posto de herói por parte da opinião pública, mas também coleciona críticas por decisões controversas.
Aceitar o convite para assumir a pasta da Justiça na gestão do presidente eleito, nesta quinta-feira (1º), foi só o mais recente capítulo da série de polêmicas envolvendo seu nome.
Paranaense de Maringá e filho de um professor de geografia da UEM (Universidade Estadual de Maringá), Moro trabalhou no início da carreira em escritórios de direito tributário. Em 1996, aos 24 anos, tornou-se juiz federal, especializando-se em casos de lavagem de dinheiro.
Em 2003, começou seu primeiro grande caso, a investigação sobre a remessa ilegal ao exterior de cerca de US$ 30 bilhões via Banestado, banco estatal do Paraná. Nele, aprofundou conhecimentos sobre lavagem e colaboração com outros países, principalmente os Estados Unidos, onde estudou.
O caso Banestado é considerado um embrião da Lava Jato. O esquema foi o responsável porque colocou o magistrado na cola do doleiro Alberto Youssef pela primeira vez. Youssef fez um acordo de delação premiada na época, mas acabou preso em março de 2014, no estopim da operação que prendeu lideranças partidárias e donos de empreiteiras.
Na Lava Jato, o até então desconhecido Moro botou em prática as experiências que aprendeu com a Operação Mãos Limpas. A megainvestigação que desvendou um esquema de corrupção na Itália nos anos 1990 é um dos temas que ele mais estudou e pelo qual tem especial interesse.
Publicado pelo magistrado em 2004, o artigo “Considerações sobre a Operação Mani Pulite” [Mãos Limpas] passou a ser visto como uma espécie de guia do que ele implementaria na investigação brasileira. As duas apurações são caracterizadas, por exemplo, pelo estímulo a delações premiadas e pela celeridade nos julgamentos.
Com o ritmo intenso de prisões, delações, julgamentos e condenações, Moro passou a ser celebrado, ao lado de integrantes do MPF (Ministério Público Federal), como responsável por “passar o Brasil a limpo”, atacando a corrupção arraigada na política nacional, em esquemas envolvendo partidos, doações ilegais de campanha, compra de políticos, atuação de doleiros e repasses milionários de empreiteiras.
A Lava Jato, no entanto, também começou a ser questionada por advogados e políticos, sob a acusação de violar garantias individuais de suspeitos, como os direitos de acesso ao teor das apurações e de preservação do sigilo de dados pessoais, fiscais e bancários.
Um dos episódios que mais despertaram reações foi a condução coercitiva do ex-presidente Lula (PT), em março de 2016. A defesa do petista criticou duramente o mandado expedido por Moro, argumentando que houve atentado à liberdade de locomoção do político.
O juiz afirmou na época que determinou a condução para evitar tumultos. Lula prestou depoimento em uma sala no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Em 2017, o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu em caráter liminar (provisório) que a polícia não pode cumprir mandado de condução coercitiva sem que o investigado tenha sido previamente convocado para prestar depoimento.
Viria com Lula outro momento de grande exposição de Moro. Em julho de 2017, o magistrado de Curitiba condenou o ex-presidente a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP).
Em abril deste ano, o juiz decretou a prisão de Lula, cumprida num momento em que o petista aparecia em primeiro lugar nas pesquisas para a eleição de outubro. Apoiadores do ex-presidente viram na atuação do juiz no caso falta de imparcialidade e interesse em prejudicar a principal liderança da esquerda no país, o que Moro sempre negou.
No ano passado, em entrevista à Folha de S.Paulo, o magistrado afirmou que falta interesse da classe política brasileira em combater a corrupção.
“Lamentavelmente, eu vejo uma ausência de um discurso mais vigoroso por parte das autoridades políticas brasileiras em relação ao problema da corrupção. Fica a impressão de que essa é uma tarefa única e exclusiva de policiais, procuradores e juízes”, disse.
A polícia espanhola comunicou nesta quarta-feira (31) que desarticulou uma rede de tráfico sexual comandada por um brasileiro que obrigava jovens transexuais a se prostituírem no exterior.
Segundo nota da polícia, a operação prendeu 13 supostos membros do grupo, apreendeu objetos usados para a prática de magia negra e santeria, usados para coagir as vítimas, além de ter resgatado 15 transexuais.
A investigação começou em fevereiro deste ano, a partir da denúncia de um desses jovens, que recebiam muitas vezes ameaças e eram agredidos fisicamente.
O líder brasileiro do grupo criminoso agia da Espanha e, com a ajuda de colaboradores, capturava no Brasil jovens em situação econômica precária, que eram levados ao país sob falsos pretextos de oportunidade de trabalho.
O compatriota arcava com os custos do translado, e assim a vítima já adquiria uma elevada dívida com ele. O jovem, então, era obrigado a se prostituir, consumir e vender drogas, sendo muitas vezes preso no quarto e impedido de sair, para que saldasse seu débito.
As ações aconteciam principalmente em um apartamento pertencente ao brasileiro, localizado no centro de Múrcia, na Espanha. A investigação ainda revelou uma conexão com outros prostíbulos da cidade e de regiões próximas, nos quais os donos trocavam entre eles as vítimas de exploração sexual.
Os 13 presos têm entre 19 e 60 anos e são de nacionalidade brasileira, colombiana, peruana, romena e espanhola.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, confirmou sua intenção de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, em uma entrevista à imprensa local.
“Israel é um Estado soberano. Se os senhores decidirem qual será a sua capital, nós os seguiremos”, disse Bolsonaro ao jornal “Israel Hayom”, que antecipou trechos da entrevista nesta quinta-feira (1).
“Vocês são os únicos que podem decidir onde será a capital, não os outros países”, argumentou.
Desde sua campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu transferir a embaixada brasileira, assim como fizeram Estados Unidos e Guatemala. A medida, no entanto, pode gerar reação de países árabes.
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Ao diretor do jornal, Boaz Bismuth, quem conduziu a entrevista por telefone, Bolsonaro disse que “Israel pode contar” com o voto brasileiro nas Nações Unidas “para quase todas as temáticas que envolvem o país”.
“Sei que o voto nas Nações Unidas é mais simbólico, mas ajuda a definir a posição que um país deseja adotar. Estive em Israel há dois anos e pretendo retornar”, afirmou Bolsonaro.
“O embaixador israelense no Brasil me visitou duas vezes nesta semana e sempre tivemos uma excelente relação. Estou muito contente por ter sido tratado dessa maneira calorosa por um representante do Estado de Israel”, acrescentou o presidente eleito.
Na mesma entrevista, Bolsonaro alfinetou a relação diplomática do Brasil com a Palestina. Segundo ele, seu governo pretende revisar o status e a localização da embaixada.
“Ela foi construída muito perto o Palácio Presidencial…nenhuma embaixada pode ficar assim próxima. Por isso, pretendemos transferi-la. Para mim, não tem outra possibilidade. Além disso, a Palestina deve primeiro ser um Estado para ter o direito a uma embaixada”, criticou.
O Brasil reconhece o Estado Palestino como país desde dezembro de 2010, após carta enviada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
Bolsonaro, que venceu as eleições com 55% dos votos, pelo partido PSL, assumirá a Presidência do Brasil e 1 de janeiro de 2019.
Em um discurso nas redes sociais, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) surpreendeu ao mostrar um livro de um dos mais conhecidos políticos da história, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill.
Ao mostrar o livro Memórias da Segunda Guerra (Ed. Nova Fronteira), Bolsonaro falou: “O que eu mais quero é seguir ensinamentos de Deus ao lado da Constituição brasileira, inspirando-me em grandes líderes, com boa assessoria, técnica e profissional ao seu lado, isenta de indicações políticas de praxe.”
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Segundo a editora Nova Fronteira, o livro mostrado por Bolsonaro foi escrito em 1948. Nele, “Churchill mostra como a Segunda Guerra poderia ter sido evitada, não poupando de críticas severas seu país nem seu próprio Partido Conservador, no poder quando Hitler botava os coturnos de fora.”
Mas por que Churchill é tão importante e tão lembrado por representantes de todos os espectros políticos? Ciro Gomes (PDT), por exemplo, também citou o ex-primeiro ministro britânico durante o primeiro turno.
Churchill foi primeiro ministro do Reino Unido entre 1940 e 1945, período mais severo da Segunda Guerra Mundial. Ele retornou ao cargo em 1951, permanecendo até 1955.
Ele ficou notadamente famoso por ter liderado com sucesso a resistência britânica durante o conflito. Sua fama também vem de discursos inspiradores e de sua recusa em ceder aos inimigos.
Muitos o consideram como o maior britânico de todos os tempos e, certamente, o primeiro-ministro mais famoso.
Churchill nasceu em 1874. Ele foi eleito para o Parlamento em 1900. Antes disso, ele havia atuado no Exército e também como correspondente de guerra.
Em 1889, ele viajou à África do Sul para trabalhar como repórter no conflito conhecido como Guerra dos Bôeres. Ele foi capturado e feito prisioneiro de guerra, mas conseguiu fugir – o episódio ficou famoso no Reino Unido.
Antes do início da Segunda Guerra, em 1939, Churchill havia avisado o país sobre o perigo da ascensão nazista de Adolf Hitler.
Ele se tornou primeiro-ministro em 1940 depois da renúncia do então líder do governo Neville Chamberlain.
A recusa de Churchill em se render à Alemanha nazista inspirou o Reino Unido. Um dos episódios mais marcantes ocorreu em Dunquerque, em junho de 1940. Na batalha, mais de 300 mil soldados britânicos e franceses, então encurralados pelos alemães, conseguiram deixar o local pelo mar.
Churchill perdeu o poder em 1945, depois do final da guerra. Ele voltou ao cargo seis anos depois – renunciou em 1955.
O líder britânico morreu em 24 de janeiro de 1965. Recebeu um funeral de chefe de Estado, com honrarias que apenas reis e rainhas recebem no Reino Unido.
A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, desejou nesta segunda-feira (29) “boa sorte” ao presidente eleito do Brasil, sublinhando que Jair Bolsonaro terá de “restabelecer a situação econômica, a segurança e democracia” do seu país. “Os brasileiros acabaram de castigar a corrupção generalizada e a criminalidade aterrorizante que prosperou durante os governos da extrema esquerda”, disse inicialmente Le Pen, presidente do Grupo Nacional (RN, ex-Frente Nacional), em uma primeira mensagem na sua conta no Twitter sobre o resultado da eleição presidencial.
O tesoureiro do RN, Vallerand de Saint Just, em entrevista concedida à estação France Info, criticou o tratamento que foi dado a Bolsonaro nos mídia francesa, como um candidato de extrema direita, racista e homofóbico.
“Eu não acredito em tudo o que a imprensa francesa relata sobre Bolsonaro e sobre o Brasil”, disse Saint Just, que lembrou que o futuro presidente brasileiro foi eleito sete vezes deputado e que agora obteve 55% dos votos na segunda volta das presidenciais”.
O candidato do Partido Social Liberal (PSL, extrema-direita) Jair Messias Bolsonaro, 63 anos, capitão do Exército reformado, foi eleito no domingo o 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1% dos votos.
De acordo com os dados do Supremo Tribunal Eleitoral, Fernando Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), conquistou 44,9% dos votos, com o escrutínio provisório (99,99% das urnas apuradas) a apontar para 21% de abstenção do total de eleitores inscritos (mais de 147,3 milhões).
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, confirmou na noite deste domingo, 28, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ligou para o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL). Segundo ela, os dois demonstraram forte interesse de trabalhar “lado a lado”.
“O presidente Trump ligou para o presidente eleito Bolsonaro nesta noite para parabenizar ele e o povo brasileiro pelas eleições de hoje. Os dois expressaram um forte compromisso de trabalhar lado a lado para melhorar as vidas dos povos dos Estados Unidos e do Brasil e, como líderes regionais, das Américas”, afirmou Sarah.
Trump foi um dos presidentes que parabenizou Bolsonaro pela vitória. O brasileiro anunciou a ligação de Trump e, pelo Twitter, manifestou o “desejo de aproximar ainda mais estas duas grandes nações e avançarmos no caminho da liberdade e prosperidade”. Até agora, Trump não usou sua conta na rede social – na qual o presidente americano é bastante ativo – para responder a Bolsonaro.
Ministro das Relações Exteriores do governo de Nicolás Maduro, Jorge Arreaza divulgou comunicado em que o presidente Venezuelano parabeniza Jair Bolsonaro (PSL) pela vitória no Brasil.
“O governo bolivariano aproveita a ocasião para pedir ao novo presidente brasileiro que retome, com os países vizinhos, as relações diplomáticas de respeito, harmonia, progresso e integração nacional”, diz a nota.
Maduro é um dos líderes políticos que mais recebe críticas de Bolsonaro.
A observadora Laura Chinchilla, da missão eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA), disse hoje (28) que o grupo está “impressionado positivamente” com a organização das eleições no Brasil e com a integração das autoridades envolvidas.
Ela afirmou que o Brasil tem poucos registros de problemas no processo, mesmo sendo uma das maiores democracias do continente. A declaração foi dada durante visita de autoridades ao Centro Nacional do Sistema Único da Segurança Pública, para as Eleições, em Brasília.
Com 92,09% das urnas apuradas nas representações diplomáticas do Brasil no exterior, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) venceu com 70,82% dos votos válidos. O adversário, o petista Fernando Haddad, obteve 29,18%.
A votação no exterior foi marcada pela grande abstenção, que chegou a 59,59%. Os votos em branco somaram 3,65% e os votos nulos, 4,2%.
O Ministério Público da Turquia pediu hoje (26) a extradição de 18 sauditas suspeitos de envolvimento no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia.
Os nomes dos suspeitos foram entregues ao Ministério da Justiça e, posteriormente, transmitidos ao Ministério das Relações Exteriores para comunicar, por meio de canais diplomáticos, as autoridades sauditas.
Os suspeitos são acusados de assassinato por “premeditação, intenção monstruosa ou tortura”. Segundo autoridades turcas, o país está mais bem equipado “para servir a causa da justiça” nesta situação.
Foto ReproduçãoO fundador do WikiLeaks, Julian Assange, processará o governo do Equador, que o abriga em sua embaixada em Londres há mais de seis anos, por “violações” de seus “direitos fundamentais” e de suas “liberdades”.
O ex-juiz espanhol Baltazar Garzón, advogado do australiano, chegou nesta quinta-feira (18) em Quito para entrar com a ação na Justiça equatoriana. Assange passou sete meses proibido de acessar a Internet e de ter contatos com o mundo exterior por supostas interferências em assuntos de outros países.
Suas comunicações só foram restabelecidas com a condição de que ele não fale sobre assuntos políticos. “A ação chega quase sete meses após o Equador ameaçar remover sua proteção e sumariamente cortar seu acesso ao mundo exterior, inclusive proibindo visitas de jornalistas e organizações humanitárias e instalando bloqueadores de sinal para evitar ligações de celular”, diz uma nota do WikiLeaks.
A defesa do australiano também questiona as restrições impostas pelo Equador e diz que o presidente Lenín Moreno está sendo pressionado pelos Estados Unidos para entregar Assange, que vive em asilo diplomático na embaixada em Londres desde 2012.
Na época, ele se refugiou na sede diplomática para escapar de uma extradição para a Suécia, onde era acusado de abuso sexual, caso que já foi arquivado. No entanto os Estados Unidos querem processá-lo pelo vazamento de documentos confidenciais.
Assange era protegido pelo ex-presidente do Equador Rafael Correa, mas viu sua situação se complicar com a chegada ao poder de Moreno, que rompeu com seu antecessor e padrinho político.