Com 81,01% das urnas apuradas, o candidato Coronel Marcos Rocha (PSL) está matematicamente eleito governador de Rondônia com 65,83% dos votos válidos. Expedito Junior (PSDB) tem 34,17%.
Os votos brancos somam 2,39% e os nulos, 7,09%. Até o momento, a abstenção registrada é 25,08%.
Coronel Marcos Rocha foi o segundo colocado na disputa para o governo do estado e ficou com 23,99% dos votos no primeiro turno. Coronel reformado da Polícia Militar, disputou sua primeira eleição, filiado ao partido de Jair Bolsonaro, eleito presidente neste domingo. Foi secretário estadual de Justiça, no governo de Confúcio Moura, e enfrentou a resistência de agentes socioeducativos, porque não estava fornecendo água para os trabalhadores. Também foi secretário municipal de Educação de Porto Velho.
Atual governador do Amapá, Waldez Góes (PDT) acaba de conquistar, matematicamente, a reeleição. Ele tem 52,32% dos votos válidos, contra 47,68% de João Capiberibe (PSB), com 96,81% das urnas apuradas. Góes já governou o estado duas vezes.
Em 2010, logo depois de deixar o cargo para concorrer ao Senado, Góes foi preso pela Polícia Federal, acusado de desviar recursos públicos. No ano passado, foi inocentado pelo Superior Tribunal de Justiça, que entendeu não haver provas suficientes contra ele. Natural de Gurupá, tem 57 anos.
Em sua primeira disputa eleitoral, o empresário Romeu Zema Neto (Novo), 54, foi eleito governador de Minas Gerais neste domingo (28), alcançando a principal aspiração do seu partido, a de tirar grupos políticos tradicionais do poder. Ele aproveitou a onda nacional de Jair Bolsonaro (PSL) e derrotou PT e PSDB, até então as principais forças políticas do estado.
Com 74% das urnas apuradas, Zema tem 71,28% dos votos válidos, contra 28,72% de Anastasia.
O senador e ex-governador Antonio Anastasia (PSDB), 57, que disputou o segundo turno das eleições, ainda tem mais quatro anos de mandato no Senado.
Registrado em 2015, o Partido Novo participa de sua segundo eleição e já conquista o governo do segundo maior colégio eleitoral do país. Em 2016, o partido elegeu somente quatro vereadores. Neste ano, além de Zema, foram eleitos oito deputados federais, 11 estaduais e um distrital.
O Novo não faz coligação com outros partidos e não usa verba pública para campanha. Para o cientista político Malco Camargos, da PUC-MG, Minas será a vitrine de um partido de pouca expressão e penetração nacional. “A eleição em Minas terá papel fundamental na política nacional no sentido de revelar a capacidade da gestão da política feita de fora da política, num estilo de pensar políticas públicas muito diferente do que é a prática.”
Zema aceitou entrar na política após ter recusado dois convites do Novo. “Se nós, que temos ética e alguma competência, não contribuirmos, o que está aí vai continuar acontecendo”, afirmou.
Natural de Araxá, no Triângulo Mineiro, Zema herdou os negócios do avô e multiplicou a rede de lojas de eletrodomésticos, móveis, vestuário, postos de combustíveis, concessionárias e financeiras.
Divorciado e pai de dois filhos, ele acumula patrimônio de quase R$ 70 milhões e promete morar em uma casa comum, não do Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador.
Zema assumiu o controle do grupo familiar em 1991 e permaneceu na presidência até 2016, quando o comando foi passado, pela primeira vez, a uma pessoa que não é da família. O empresário, então, passou a presidir o Conselho Administrativo, formado pelos principais acionistas. No início de 2018, ao se filiar ao Partido Novo, se afastou definitivamente da gestão. O irmão, Romero Zema, ficou com a tarefa.
O Grupo Zema foi fundado em 1923 e fatura R$ 4,4 bilhões ao ano. São 800 pontos de venda em dez estados, com 5.300 empregados diretos.
Em 1999, o governador eleito, seu irmão e seu pai se filiaram ao antigo PL, partido que hoje é o PR, integrante do chamado centrão e que deu sustentação ao governo do PT tanto em Minas como na Presidência. Zema afirma que nunca teve atividade política e que nem se lembrava da filiação, feita para ajudar um amigo.
Sem experiência em gestão pública, Zema terá que administrar um déficit orçamentário de R$ 11,4 bilhões previsto para 2019. Durante a campanha, afirmou que sua prioridade será normalizar o pagamento de salário ao funcionalismo e de repasses constitucionais às prefeituras, que estão atrasados.
A equipe econômica de Zema será montada pelo economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e um dos idealizadores do Plano Real. Não está descartado que o próprio assuma a Fazenda.
O principal conselheiro, vereador Mateus Simões (Novo), e o vice, Paulo Brant, também já buscam nomes para o governo.
As chaves para enfrentar a crise fiscal são corte radical de gastos e de cargos de indicação política, renegociação da dívida com a União e atração de empresas para gerar arrecadação.
Com apenas três deputados do Novo na Assembleia, Zema terá dificuldade em aprovar propostas, mas aposta no bom senso dos parlamentares. “As urnas já sinalizaram, e eles estão atentos, que a população quer mudança. Se alguém se negar a contribuir, vai estar se condenando para a próxima eleição, porque vou deixar muito claro que aquela pessoa está ali por interesse próprio.”
Zema foi eleito com a defesa da plataforma liberal e antipolítica do Novo, que prega menos intervenção do estado. Ele prometeu acabar com privilégios de políticos e servidores, simplificar tributos, montar um secretariado técnico, acabar com balcão de negócios e corrupção, buscar a iniciativa privada para ampliar serviços de saúde e educação, além de valorizar as empresas estatais para talvez privatizá-las.
O que impulsionou o empresário nas urnas, no entanto, foi a onda Jair Bolsonaro (PSL). Zema pediu votos ao capitão reformado em rede nacional e criticou as gestões petistas no Planalto. Bolsonaro, porém, se manteve neutro na disputa em Minas.
No primeiro turno, Zema teve apenas seis segundos no horário eleitoral e percorreu 200 cidades. A chegada ao segundo turno de forma surpreendente, já que as pesquisas o colocavam em terceiro até a reta final, fez com que ele ampliasse o contato com entidades, instituições e representantes de classes, adequando e amenizando seu plano de governo.
O empresário arrecadou R$ 4 milhões para a campanha, sendo R$ 1 milhão do Novo, R$ 235 mil do próprio bolso e boa parte de empresários —os que mais doaram foram o dono da Localiza, com R$ 700 mil, e o presidente da Rima Industrial, com R$ 300 mil. O maior gasto registrado até agora foi com empresa do marqueteiro Leandro Grôppo, R$ 500 mil.
Já Anastasia gastou R$ 5,6 milhões só em produção de programas de TV. Com uma coligação de 12 partidos, ele tinha três minutos e vinte segundos no horário eleitoral. O total arrecadado foi de R$ 12,5 milhões —cerca de 60% veio de verbas públicas.
Em debates e nas propagandas, Anastasia pediu aos eleitores que comparassem as trajetórias dos candidatos e apontou contradições de Zema, mas não foi suficiente para parar o discurso de que “os mesmos políticos de sempre já tiveram oportunidade e não fizeram”.
Anastasia não pensava em concorrer, mas Geraldo Alckmin (PSDB) precisava de palanque em Minas.
O senador insistiu que é um político técnico, que não tem parentes políticos e nem enriqueceu com isso –declarou patrimônio de R$ 1,3 milhão. “Não deixe que a raiva com a política prevaleça sobre seu bom julgamento, é preciso separar bons e maus políticos”, pediu.
Mas a imagem de afilhado de Aécio Neves (PSDB), também senador e ex-governador, lhe perseguiu. Marcado por denúncia de corrupção, Aécio se elegeu deputado, mas fez campanha escondido e foi xingado ao votar em Belo Horizonte. Depois de governar o estado de 2003 a 2014, os tucanos não conseguiram retomar o posto.
Esta eleição marca também a derrocada do PT em Minas, que chegou ao poder pela primeira vez com Fernando Pimentel em 2014, e teve uma gestão marcada por acusações de corrupção e crise econômica. O governador terminou em terceiro com 23% dos votos. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ao retomar a origem mineira e tentar se eleger senadora, também não teve o aval das urnas.
O sucesso de Zema não está em suas bandeiras e propostas, explica Camargos. “O que o eleitor mineiro mostra com clareza é o desgaste em relação aos partidos tradicionais. No primeiro turno, tirou o PT. No segundo turno, tira o PSDB. O futuro desses partidos vai depender do sucesso ou não dessa proposta alternativa”, conclui.
Na contramão de outras dinastias políticas do país, o clã Barbalho recuperou terreno e voltará a governar o estado do Pará após um quarto de século. Com 93,50% das urnas apuradas, Helder tem 55,24% dos votos.
A façanha é de Helder Barbalho (MDB), 39, eleito neste domingo (28). Ele disputava com deputado estadual Márcio Miranda (DEM), que contou com o apoio do governador Simão Jatene (PSDB).
Em janeiro, o ex-ministro de Michel Temer (MDB) e de Dilma Rousseff (PT) assumirá o cargo já ocupado pelo seu pai, o senador reeleito Jader Barbalho (MDB), ao longo de dois mandatos (1983-1987 e 1991-1994).
Para obter a vitória que lhe escapou em 2014, Helder contou com uma coligação de 17 partidos, incluindo o PSL, partido de Jair Bolsonaro. Além disso, obteve o apoio do PT no segundo turno.
O clã se beneficiou também do engajamento dos meios de comunicação da família, como o jornal Diário do Pará, usados para enaltecer a atuação de Helder como ministro da Integração Nacional de Temer e para atacar adversários políticos, principalmente o PSDB.
Helder e Jader também sobreviveram ao voto-castigo contra envolvidos nos grandes escândalos de corrupção dos últimos anos –ambos são réus no STF (Supremo Tribunal Federal).
O emedebista, que se manteve neutro no segundo turno presidencial, terá como um dos primeiros desafios conter a onda de violência que tem assolado o Pará neste ano, principalmente na região metropolitana de Belém.
Em dois anos acelerados, o empresário João Doria virou prefeito da maior capital do país, tentou ser candidato a presidente e renunciou à prefeitura para disputar a vaga de governador paulista. Ao vencer, se firma como o principal herdeiro do espólio de um PSDB arrasado.
Para chegar onde está, Doria atropelou inimigos e até aliados, o que incluiu seu padrinho político, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Vitorioso, trabalhará para assumir o controle do partido, isolando Alckmin e outros velhos caciques.
Ao longo da campanha para o governo, Doria se descolou de Alckmin e tentou colar sua imagem à de Jair Bolsonaro (PSL). No primeiro turno, veladamente; e depois, no segundo, passou a andar por aí vestido com a camisa Bolsodoria, a junção dos nomes dos dois candidatos.
O contido Alckmin chegou a estourar durante uma reunião do tucanato, em que insinuou que Doria era traidor. O gesto marcou o rompimento que já vinha se anunciando desde que o tucano assumiu a prefeitura. Além de Alckmin, quatro ex-secretários da gestão de Doria hoje são fortes críticos ao estilo dele.
Um dos motivos era a obsessão, enquanto prefeito, em criar vitrines políticas relâmpago. O objetivo era tomar o lugar de Alckmin como candidato à Presidência do partido, que acabou abortado após ele não decolar nas pesquisas.
Pouco tempo antes, o então governador havia bancado a candidatura de Doria a prefeito de São Paulo contra o desejo dos demais caciques do PSDB. Doria venceu, mas o partido saiu rachado -um dos postulantes à vaga, Andrea Matarazzo, deixou a sigla . Outros sairiam depois.
Vestido de gari, Doria transformou a prefeitura num grande reality show, em que obrigava o secretariado a usar uniformes e varrer as ruas.
Apesar disso, a zeladoria piorou na sua gestão. Outras vitrines também se estilhaçariam –literalmente, no caso de um muro de vidro colocado na USP. Doria chegou a declarar o fim da cracolândia durante uma ação, mas pouco avançou em relação ao problema. A principal marca do primeiro ano de Doria foi o programa Corujão da Saúde –que prevê a contratação de exames da iniciativa privada, com objetivo de diminuir a fila de espera.
Após declarar a fila zerada no início do programa, a demanda de exames voltou a crescer. Além disso, de acordo com o TCM (Tribunal de Contas do Município), ele cumpriu promessa realizar exames em no máximo 60 dias.
Posteriormente, Doria passaria a investir todas as fichas –e R$ 550 milhões– em um programa de grande visibilidade de pavimentação de ruas, o Asfalto Novo. Só para propagandear o programa às vésperas da eleição para o governo, ele gastaria mais quase R$ 30 milhões.
A gestão de Doria também foi marcada por escândalo de corrupção em licitação bilionária da iluminação, caso em que Doria se tornou réu.
Recentemente, ele foi condenado em primeira instância à perda dos direitos políticos, em ação civil por improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público. Neste caso, a acusação sustenta que o tucano usou o slogan “SP Cidade Linda”, de um programa de zeladoria, para promover a própria imagem.
Ele ainda responde a outras ações na Justiça. Empresário, casado com a artista plástica Bia Doria, com quem tem três filhos, o paulistano declarou ter patrimônio de R$ 189 milhões ao registrar sua candidatura, em agosto.
Doria se ergueu no setor privado e se tornou conhecido pela atuação no Lide (Grupo de Líderes Empresariais), uma organização com mais de 1.700 associados que promove encontros com lideranças empresariais e políticas.
Ele ficou famoso como apresentador de televisão –na Record, comandou reality show O Aprendiz nas temporadas de 2010 e 2011.
Antes disso, nos anos 80, foi presidente da Paulistur, estatal de turismo, na prefeitura de Mario Covas. Ele também foi presidente da Embratur no governo de José Sarney (MDB).
Com 83% das urnas apuradas, o candidato Wilson Lima (PSC) está matematicamente eleito governador do Amazonas, com 60,15% dos votos válidos. Amazonino Mendes (PDT) ficou com 39,85%.
Os votos brancos somam 1,12% e os nulos, 6,3%. Até o momento, a abstenção registrada é 20,03%.
No primeiro turno, o candidato do PSC surpreendeu e ficou à frente do atual governador Amazonino Mendes (PDT) e do ex-governador Omar Aziz (PSD). Teve 33,73% dos votos. Lima é jornalista e apresentador de televisão. Até junho deste ano, comandava o programa popular Alô Amazonas, na TV A Crítica de Manaus. Era filiado ao PR, mas deixou o partido quando este se aliou ao MDB do senador Eduardo Braga, ex-ministro de Minas e Energia.
Os eleitores brasileiros foram às urnas neste domingo, dia 28 de outubro de 2018, e decidiram que Jair Messias Bolsonaro será o próximo presidente da República Federativa do Brasil.
Capitão reformado do Exército e deputado federal há 27 anos, Bolsonaro assumirá o cargo executivo no dia 1º de janeiro de 2019, quando receberá das mãos de Michel Temer, em Brasília, a faixa presidencial.
Campanha
Jair Bolsonaro liderou as pesquisas de intenção de voto durante toda a campanha eleitoral. Na reta final, ele chegou a perder alguns pontos, mas mesmo assim venceu.
Antes do primeiro turno, no dia 6 de setembro, ele sofreu um ataque a faca durante um ato em Juiz de Fora (MG) e teve de passar por dois procedimentos cirúrgicos. Com a saúde debilitada, o capitão reformado passou a fazer campanha junto aos eleitores somente nas redes sociais, além das propagandas gratuitas de rádio e TV. Bolsonaro também evitou os debates contra Haddad no segundo turno, mesmo tendo liberação médica para participar.
Nono presidente da “Nova República”
Jair Bolsonaro será o 9º presidente da “Nova República”, que começou em 1985, após a Ditadura Militar. De lá até hoje, o Brasil foi governado por Tancredo Neves*, José Sarney (1985 – 1990), Fernando Collor (1990 – 1992), Itamar Franco (1992 – 1995), Fernando Henrique Cardoso (1995 – 2003), Luiz Inácio Lula da Silva (2003 – 2011), Dilma Rousseff** (2011 – 2016) e Michel Temer*** (2016 – 2018)
* Tancredo tinha posse marcada para o dia 15 de fevereiro de 1985, mas a cerimônia não chegou a acontecer porque o então presidente eleito ficou doente na véspera e acabou falecendo em 21 de abril do mesmo ano.
** Dilma, a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da República, teve o mandato interrompido no dia 31 de agosto, após um processo de impeachment.
*** Temer, vice de Dilma Rousseff, assumiu o Planalto após o impeachment da petista.
Apresentado como “governador do Bolsonaro” e neófito na política, o coronel dos Bombeiros Carlos Moisés da Silva (PSL) foi eleito governador de Santa Catarina neste domingo (28). Com 59,81% das urnas apuradas, ele aparece com 70,74% dos votos válidos, contra 29,26% de seu adversário, o deputado estadual Gelson Merisio (PSD).
O governador eleito, que adotou Comandante Moisés como nome de urna, é coronel da reserva do Corpo de Bombeiros e jamais havia concorrido a um cargo público. Ele se filiou ao PSL, partido de Jair Bolsonaro, em março deste ano. Antes, além de bombeiro, era professor de direito, área na qual tem mestrado.
Com a promessa de “despolitizar o Estado”, Moisés passou ao segundo turno como o azarão da disputa, depois de as pesquisas indicarem na reta final que ele faria apenas 9% dos votos. Fez 29% no primeiro turno.
A campanha colou o candidato ao presidenciável Bolsonaro. Seus jingles faziam menção ao capitão reformado do Exército, e o número 17 era mencionado à exaustão.
Moisés saiu de chapa pura, sem coligações, e não usou o fundo partidário para despesas de campanha (à exceção do pagamento de consultoria jurídica, às custas do partido). Ao longo da campanha, o candidato se apresentou como “a mudança de verdade”, e criticou “os problemas deixados por políticos profissionais”.
Moisés prometeu governar com técnicos e servidores de carreira e combater o aparelhamento do Estado. Apesar do alinhamento partidário e programático com Bolsonaro, o comandante é dono de um estilo mais cordial: seu tom de fala é calmo, sem rompantes. Em frente às câmeras, exibe um jeito tímido e reservado. Aos 51 anos, é casado e tem duas filhas.
Sua falta de experiência como político foi alvo de críticas dos adversários. Merisio, 52, que já foi presidente da Assembleia Legislativa, dizia ser o mais preparado para governar o estado e afirmava que “uma escolha mal pensada poderia comprometer o futuro de toda uma geração”.
“Um governador não pode ser apenas um número”, afirmava, em referência ao 17 de Bolsonaro e Moisés.
O pessedista chegou a anunciar seu secretariado durante a campanha, para se vacinar contra suspeitas ou acusações de aparelhamento e acusou o adversário de fazer negociações por debaixo dos panos para sua equipe. Moisés, porém, que negou ter feito tratativas com outros partidos, cresceu na onda bolsonarista e de rejeição à política tradicional.
Na área de segurança pública, uma de suas prioridades, o governador eleito promete investir nos policiais, aumentando o efetivo, e melhorar os presídios estaduais, inclusive por meio de parcerias com a iniciativa privada. Santa Catarina foi alvo de ataques coordenados do crime organizado nos últimos anos.
Moisés também afirmou que irá estudar a concessão de rodovias estaduais e investir em educação em tempo integral.
O governador de Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), foi reeleito neste domingo (28). Ele disputava a eleição com o deputado Valadares Filhos (PSB). Com 82,58%, Chagas teve 64.34% e Filhos teve 35,64%.
Belivaldo, que já foi deputado estadual quatro vezes, era vice-governador até abril deste ano. Assumiu o estado em substituição a Jackson Barreto (MDB), que deixou o cargo para disputar uma vaga ao Senado e foi derrotado nas urnas.
O governador contou com o apoio do PT –o partido indicou Eliane Aquino, viúva do ex-governador Marcelo Déda (1960-2013), como candidata a vice.
Durante a campanha no segundo turno, o governador conseguiu atrair para o palanque o candidato derrotado na disputa pelo governo Eduardo Cassini, que pertence ao PSL, partido de Jair Bolsonaro, mas que apoiou Fernando Haddad (PT). Valadares Filho ficou neutro em relação à disputa nacional.
Belivaldo Chagas tem 58 anos e é advogado. Atuou como defensor público e, em 2006, virou vice-governador após vitória do ex-governador Marcelo Déda, morto em 2013. Após cumprir o mandato, Chagas foi secretário-chefe da Casa Civil e voltou a ser vice-governador em 2015.
Os principais desafios de Belivaldo são segurança, saúde e contas públicas.
Servidores do Sergipe chegaram a ficar com salários atrasados em 2018, e o fundo de previdência estadual vive o colapso fiscal.
Durante a campanha, o governador prometeu criar um comitê para tentar sanear as finanças do estado, empreender uma reforma tributária com redução da carga que incide sobre o consumo, a reestruturação das carreiras do funcionalismo e a criação de um calendário de pagamentos de servidores, fornecedores e prestadores de serviço.
Também assegurou que vai construir um hospital do câncer no estado. Belivaldo disputou a eleição numa coligação formada pelos partidos PP, MDB, DC, PCdoB, PSD, PT e PHS.
O ex-juiz Wilson Witzel (PSC), 50, foi eleito neste domingo (28) governador do Rio de Janeiro, segundo projeção do Datafolha. Ele superou o ex-prefeito da capital Eduardo Paes (DEM). Com 77,24% das urnas apuradas, Witzel teve 59,74% dos votos, contra 40,26% de Paes.
Witzel garantiu a vitória apesar da queda nas pesquisas de intenção de voto neste segundo turno, que registraram uma tendência de queda constante. No levantamento do Datafolha divulgado neste sábado (27), ele aparecia com 53% das intenções de votos válidos, contra 47% de Paes –na primeira pesquisa do instituto, há dez dias, a diferença era de 22 pontos percentuais.
Juiz federal até março deste ano, Witzel foi embalado pela associação que fez de sua campanha com a do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Embora o capitão reformado não tenha declarado seu voto, o governador eleito contou com o apoio do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL).
A vitória do PSC no Rio de Janeiro encerra uma sequência de quatro eleições em que o eleito teve o apoio, explícito ou velado, do vitorioso no pleito anterior. O governador Luiz Fernando Pezão (MDB) apoiava Paes, apesar de o ex-prefeito ter feito críticas públicas à gestão emedebista.
Dos quatro governadores eleitos nesse período, três foram presos. Anthony e Rosinha Garotinho já estão soltos, mas respondem a processos. Sérgio Cabral permanece preso, condenado há mais de cem anos de prisão por corrupção. Já Pezão está sob investigação do mesmo esquema.
Com uma campanha centrada na crítica à corrupção, Witzel conseguiu atrair o voto do eleitorado enfastiado dos escândalos no estado. Paes, aliado de Cabral e Pezão por quase dez anos, não conseguiu superar o discurso do ex-juiz.
O ex-prefeito amarga mais uma derrota política desde que deixou a prefeitura da capital, onde executou um enorme portfólio de obras e uma Olimpíada, em 2016. Apesar disso, não conseguiu eleger seu sucessor e agora perde ele próprio uma disputa. Sem responder a nenhuma ação penal, Paes seguirá sob investigação de desdobramentos da Operação Lava Jato.
Praticamente um coadjuvante no primeiro turno, Witzel chegou à disputa final com uma arrancada dias antes de 7 de outubro. Em razão disso, teve de superar o intenso escrutínio da imprensa por que passou por três semanas e das críticas do adversário.
Ele teve de responder sobre vencimentos acima do teto que recebeu enquanto esteve na magistratura, sobre os negócios de escritórios de advocacia com que se envolveu durante a campanha, além da relação com advogado condenado por auxiliar na fuga de traficante.
Com uma plataforma semelhante à de Bolsonaro, o governador eleito prometeu dar respaldo a policiais que matam suspeitos em confronto. “Se está portando fuzil, será abatido”, foi uma das frases que proferiu.
Defendeu também a conversão de cem escolas estaduais em militares, uma ampliação da proposta de Bolsonaro de implantar uma unidade do tipo em cada estado.
Witzel defendeu na campanha extinguir a Secretaria de Segurança, elevando as polícias Civil e Militar ao status da pasta. O governador eleito se comprometeu a ser o responsável pela elaboração das políticas públicas conjuntas do setor.
Ele assumirá um estado com a segurança pública em decadência e as finanças em frangalhos. Ambos, contudo, tiveram um paliativo já indicado na atual gestão.
Na segurança pública, a intervenção federal será encerrada no dia 31 de dezembro, antes de Witzel tomar posse. Até lá, os militares encarregados pelo gabinete executarão um plano de investimento de R$ 1 bilhão, legado para o próximo ocupante do Palácio Guanabara.
As estatísticas até aqui, contudo, mostram que a intervenção não reduziu significativamente os homicídios (queda de 1,7%) e aumentou de forma aguda as mortes provocadas por policiais (alta de 45%). Os melhores resultados apresentados até são nas estatísticas de crimes contra o patrimônio, com queda de 8,5%.
As finanças estaduais tiveram um alívio com a assinatura do acordo de recuperação fiscal com o governo federal, quando teve o pagamento das dívidas com a União suspensas. Ainda assim, a grave crise econômica no Rio de Janeiro ainda deixa marcas. O projeto de lei do orçamento de 2019 enviado por Pezão à Assembleia Legislativa já prevê um déficit de R$ 8 bilhões.
Witzel terá de renegociar os termos do acordo com o próximo presidente. Na campanha, defendeu o alongamento da dívida por cem anos. Ele também afirmou que não pretende privatizar a Cedae, dada como garantia à União para o pagamento de R$ 3,5 bilhões da dívida.
Um alento para os próximos anos é a expectativa de nova subida na arrecadação de royalties, com a exploração dos campos do pré-sal. Fonte de receita que bancou a previdência nas gestões Sérgio Cabral e que, com sua queda, ajudou na quebra do estado na administração Pezão.
Ibaneis Rocha (MDB) foi eleito o novo governador do Distrito Federal neste domingo (28). A apuração dos votos deste segundo turno confirmou as pesquisas recentes. Ele ficou à frente do governador e candidato à reeleição Rodrigo Rollemberg (PSB).
Com 80,99% das urnas apuradas, o emedebista tem 70,45% dos votos no segundo turno. Os votos brancos somam 3,45% e os nulos, 8,05%. A abstenção está em 18,95%.
A senadora Fátima Bezerra (PT) foi eleita governadora do Rio Grande do Norte. Ela disputava com o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo (PDT). Com 90% das urnas apuradas, Fatima tem 57,46%.
A vitória de Fátima consolida a quarta vitória do PT no Nordeste, região onde o partido também vai governar Bahia, Ceará e Piauí nos próximos quatro anos.
A senadora será a única mulher a governar um estado brasileiro na próxima legislatura. Sua eleição também faz do Rio Grande do Norte o estado que mais teve mulheres governadoras no país – Fátima será a terceira, sendo precedida por Wilma de Faria (1945-2017), eleita em 2002 e 2006, e Rosalba Ciarlini, eleita em 2010.
Favorita desde o início da campanha, Fátima foi alçada pela popularidade do ex-presidente Lula para chegar ao segundo turno, mas consolidou sua vitória ao conseguir formar uma frente ampla nas últimas semanas.
A petista recebeu o apoio do PSDB, que no primeiro turno havia apoiado a reeleição do governador Robinson Faria, e também atraiu para seu palanque Benes Leocadio (PTC), deputado federal mais votado do estado nestas eleições.
Seu adversário, por outro lado, iniciou o segundo turno alinhando-se à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República – no primeiro turno, ele apoiou Ciro Gomes, presidenciável de seu partido.
O apoio a Bolsonaro foi decidido após o bom desempenho do capitão reformado no Rio Grande do Norte no primeiro turno, onde chegou a 30% dos votos e venceu em Natal.
Pedagoga e militante histórica do PT, partido ao qual é filiada desde 1981, Fátima Bezerra nasceu na Paraíba, mas mudou-se ainda jovem para o Rio Grande do Norte.
Foi professora das redes municipal e estadual e ganhou projeção com sua militância no Sindicato dos Trabalhadores em Educação. Foi deputada estadual entre 1995 e 2003 e deputada federal entre 2003 e 2015. Em fevereiro de 2015, assumiu um mandato de senadora.
Com uma trajetória ligada ao movimento sindical, Fátima colocou-se como contraponto a seu adversário, que faz parte de um dos clãs mas tradicionais da política potiguar, a família Alves.
Carlos Eduardo é primo do senador Garibaldi Alves (MDB) -derrotado neste ano em sua tentativa de reeleição- e do ex-ministro Henrique Eduardo Alves (MDB), que responde por suspeitas de corrupção e estava preso até julho deste ano.
A segurança pública também foi um dos temas predominantes na campanha eleitoral. O Rio Grande do Norte é proporcionalmente o estado mais violento do país, com 88 homicídios por cada 100 mil habitantes, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A senadora propôs medidas de combate à violência como fortalecimento da inteligência nas investigações policiais e a implantação de videomonitoramento nas principais cidades do estado.
Já Carlos Eduardo defendeu aumento da capacidade de investigação das polícias Civil e Militar, mais investimentos em inteligência e tecnologia e o aumento do efetivo das forças policiais.
Com a vitória de Fátima Bezerra, assume uma cadeira no Senado pelos próximos quatro anos o seu suplente, o economista e advogado Jean-Paul Prates (PT).