O apresentador da TV Bandeirantes, José Luiz Datena, anunciou oficialmente a saída da emissora e confirmou que será candidato ao Senado, segundo o jornal Folha de São Paulo.
Filiado ao Democratas, o comunicador deve fazer parte da chapa de João Doria (PSDB), ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato ao governo do Estado.
Datena tem liderado as pesquisas de intenções de votos pela Câmara Alta do Congresso ao lado de Eduardo Suplicy (PT).
O candidato ao Planalto Jair Bolsonaro (PSL) criticou a proposta da sua adversária Marina Silva (Rede) em relação à legalização do aborto e da maconha. Para o político, “um chefe de Estado deve tomar posições, decidir, mostrar a todos sua verdadeira face”, ao invés de se “esquivar”.
Em entrevista à Revista Veja, publicada nessa sexta-feira (22), Marina defendeu que seja feito um “plebiscito” “para ampliar o debate” sobre os temas. E acabou por não dizer se é contra ou a favor da legalização do abordo e da maconha.
Bolsonaro, por sua vez, sempre se posicionou contra a liberação de ambos.
Oito em cada dez brasileiros (77,8%) afirmam não ter “nenhuma confiança” nos partidos políticos, aponta o estudo realizado pelo INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia). O resultado é o maior já registrado em pesquisas com metodologia similar.
Há quatro anos, em 2014, 46,4% dos brasileiros não confiavam nas siglas. Os principais motivos citados para a desconfiança são a existência de corrupção nos partidos políticos e a falta de capacidade de representar os interesses dos eleitores.
Além dos dois pontos, a falta de espaço para a participação dos cidadãos e a falta de um programa político claro também foram citados como problemas.
Para Oswaldo Amaral, um dos autores da pesquisa e diretor do Centro de Estudos de Opinião Pública da Unicamp, o crescimento da desconfiança era esperado, mas não com o volume observado.
O levantamento foi feito entre 15 e 23 de março com 2.500 entrevistas em 26 Estados (com exceção do Amapá) realizadas pelo Instituto da Democracia e Democratização da Comunicação, parte do INCT.
Nem sempre as declarações enviesadas, a impaciência com o contraditório e o tom excessivamente bélico devem ser atribuídos a um descontrole ocasional ou a um mero traço de personalidade. Quando um pré-candidato à Presidência da República deixa transparecer sua raiva em público isso também pode ser pura estratégia. A explicação para o comportamento tenso e até prematuramente agressivo de alguns postulantes ao Planalto pode estar na percepção do (mau) humor do eleitor. Um levantamento do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), realizado em março, ouviu 1.200 eleitores sobre os sentimentos em relação às eleições de outubro. Nesta amostragem, 83% dos pesquisados declararam ter emoções negativas; enquanto apenas 14% estariam imbuídos de sentimentos positivos. Os outros 3% não quiseram ou não souberam responder. Os sentimentos negativos estão divididos em “preocupação” (33%), “indignação ou raiva” (27%); “tristeza” (12%) e “medo” (11%). Entre os sentimentos positivos, aparecem: “esperança” (12%), “orgulho” (1%) e “alegria” (1%). A opção “entusiasmo” não atingiu 1% das menções. O cientista político e coordenador da pesquisa do Ipespe, Antônio Lavareda, afirmou que “o voto não é apenas uma opção racional” e que “o modelo de inteligência afetiva é um dado importante para as campanhas”. O problema, segundo ele, é a forma como os pré-candidatos estão trabalhando com a negatividade do eleitor. “É um erro dos candidatos incorporarem a raiva ou o medo do eleitor. O que eles precisam fazer é administrar e equalizar esses sentimentos e, principalmente, oferecer respostas para essa indignação do eleitor”, disse. A tentação de encarnar a raiva aumenta quando um dos pré-candidatos mais bem colocados nas pesquisas é o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) – que traz em seu discurso elementos do “contra tudo o que está aí” e um tom mais contundente. “Mas é um erro um candidato que não tem um perfil agressivo tentar passar essa imagem. O candidato não age com naturalidade, vai contra sua própria natureza, e o eleitor percebe que aquilo é teatro.” Cientistas políticos e profissionais do marketing ouvidos pela reportagem afirmaram que pré-candidatos como Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) não ganhariam pontos com explosões de raiva e indignação – porque essas reações não seriam da natureza deles. Já Ciro Gomes (PDT) e o próprio Bolsonaro já possuem esse tipo de reação em seus respectivos “vocabulários” – e não causam estranhamento ao agir assim.
Líderes do PT mineiro admitem a possibilidade de o governador Fernando Pimentel, pré-candidato à reeleição, ser substituído pela presidente cassada Dilma Rousseff na disputa ao governo do Estado. A proposta é tratada nos bastidores do partido, que já fez sondagens com membros de legendas aliadas, mas sofre resistência da ex-presidente. Por ora, Dilma rejeita a ideia de assumir a candidatura a governador. Ela é pré-candidata ao Senado. No dia 28, Dilma terá uma reunião com as bancadas estadual e federal do PT-MG.
Será a primeira grande reunião dela com o partido para falar sobre as eleições 2018. A expectativa de líderes do PT mineiro é de que o tema entre na pauta. “Nosso candidato ao governo é o Pimentel, com Dilma sendo nossa pré-candidata ao Senado, por enquanto. Vamos debatendo. O processo eleitoral é dinâmico”, disse o deputado petista Reginaldo Lopes (MG) ao Estado. Segundo o parlamentar, esse debate interno “ainda” não começou, mas a decisão final será de Pimentel. A ex-presidente mudou seu domicílio eleitoral do Rio Grande do Sul para Minas Gerais no limite do prazo legal a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dilma soube das articulações por meio da imprensa. Em suas redes sociais, ela rechaçou qualquer possibilidade de assumir o lugar de Pimentel, seu amigo pessoal desde a adolescência, na disputa estadual. Sem saber que a possibilidade é cogitada por seus próprios companheiros de partido, Dilma classificou a articulação de “fake news” e atribuiu os boatos aos adversários. “Não há hipótese de eu ser candidata ao governo de Minas. É a própria fake news dos interessados em evitar uma nova derrota nas urnas, como em 2014”, escreveu a presidente cassada. Em caráter reservado, integrantes da direção do PT mineiro disseram temer que o desgaste de Pimentel leve a sigla ao isolamento em Minas Gerais.
A avaliação é de que Dilma seria uma “tábua se salvação” para o partido, já que ela estaria bem colocada nas pesquisas feitas para consumo interno. Pimentel enfrenta desgaste tanto pelas acusações a que responde na Justiça quanto pelo desempenho do governo. Ele é réu em ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suposto caixa 2 na campanha de 2014. Nos últimos meses, virou alvo de setores importantes do funcionalismo, como os professores, por causa de atrasos no pagamento de salários.
O pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) foi vaiado durante a realização do 35º Congresso Mineiro de Municípios, voltado para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores das cidades mineiras, realizado no estádio Mineirão nesta terça-feira, 19. Após fazer suas considerações iniciais e ser interrompido pela organização, o pedetista se recusou a responder uma nova pergunta e abandonou o evento. Antes de subir ao palco, Ciro chegou a ser aplaudido por parte da plateia. No entanto, o clima mudou após o presidenciável ser interrompido quando respondia a uma pergunta. Ciro foi questionado sobre repasses da União e como melhorar a arrecadação dos municípios e, em sua resposta, defendeu a instauração de uma reforma tributária. “Eu estava falando sobre isso, ele (mestre de cerimônias) sequer ouviu e faz a mesma pergunta que estava falando e ele interrompeu. Então está respondido”, disse o pré-candidato, o que provocou vaias na plateia. O pedetista afirmou que não tinha sido avisado de que teria apenas três minutos para responder as questões, mas de que teria trinta minutos para falar. Ele ainda tentou justificar e voltar a falar, mas ficou irritado com a reação do público. Ciro chegou a ser aplaudido ao questionar sobre a presença do outro pré-candidato à presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, e afirmou querer governar o País para restaurar a autoridade. No entanto, o pré-candidato se recusou a fazer as considerações finais e deixou o palco antes da hora prevista. O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, pediu educação para o público e disse que o pedetista tinha o direito a fazer as reclamações sobre a organização do evento. Procurado por jornalistas no final do evento, Ciro disse que não ia comentar o caso. Esta é a segunda polêmica em que o presidenciável do PDT se envolve nesta semana. Nesta segunda-feira, 18, em entrevista à Rádio Jovem Pam, Ciro chamou o vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM) de “capitãozinho do mato”. “Esse Fernando Holiday aqui é um capitãozinho do mato. Porque a pior coisa que tem é um negro usado, pelo preconceito, para estigmatizar”, afirmou Ciro Gomes. O debate, realizado também com outros pré-candidatos à Presidência, tinha como regra a definição de tempo limite para todos os que falavam ao palco. Os presidenciáveis tinham cinco minutos para fazer uma introdução, depois respondiam a duas perguntas, com três minutos de resposta para cada questão, e, em seguida, mais cinco minutos para as considerações finais. Alvaro Dias (Podemos), que antecedeu a apresentação de Ciro, chegou a ter o microfone cortado quando excedeu o tempo. Também participaram do debate Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Paulo Rabello de Castro (PSC) e Henrique Meirelles (MDB). Ao subir para o palco do Congresso, Ciro Gomes chegou acompanhado do pré-candidato ao governo de Minas Gerais, Marcio Lacerda (PSB). Cotado para ser o vice de Ciro, o ex-prefeito de Belo Horizonte foi saudado pelo pedetista como “futuro governador de Minas Gerais”.
Sem uma decisão tomada e oficializada, a senadora Lídice da Mata realiza uma plenária na noite desta terça-feira (19) em meio às informações sobre sua disputa pela Câmara Federal. O deputado estadual Marcelo Nilo afirmou que a decisão da socialista em disputar o Senado perpassa pela dificuldade em formar coligações na proporcional.
Segundo Nilo, com uma candidatura avulsa ao Senado, o partido terá que sair sozinho em um “chapão”, o que deve dificultar a eleição dos deputados federais e estaduais. “A grande dificuldade da candidatura avulsa são as coligações. O que mais pesa para ela, na minha visão, são as coligações. Porque se ela sair avulsa vamos sair sozinhos”.
Contudo, o parlamentar ressaltou que a decisão é dela juntamente com o partido, e reafirmou que não aceitaria ser suplente de senador. “É uma decisão pessoal dela, ela é presidente do partido. Ela deve ver o que vai fazer o que é melhor para ela e para o partido. Se eu fosse ela eu sairia [candidata ao Senado]. Ela vai ouvir os amigos. Ela é uma presidente que ouve muito o partido e não toma uma decisão individual. Eu jamais aceitaria ser suplente de ninguém porque fica na mão do outro. Eu não aceitaria. Agora o partido pode indicar. Política é a negociação”.
Para Nilo, a chapa majoritária sem Lídice já estava fechada desde que foi derrotado à presidência da Assembleia Legislativa da Bahia. “Reuni meus assessores e amigos porque a chapa já está fechada. É o que o governador desenhou no dia que saí da presidência. Um ano e meio de especulações e eu nunca tive dúvidas. Minha dúvida era se Lídice sairia avulsa ou não. A decisão é exclusivamente dela. A nacional quer que ela saia como senadora. O PT nacional que ela saia. Lula quer”.
Em evento voltado para prefeitos e vereadores de Minas Gerais, pré-candidatos à Presidência defenderam na terça-feira, 19, a criação de um novo pacto federativo que melhore a distribuição de recursos para os municípios e proporcione a simplificação tributária. Prefeitos presentes ao debate avaliaram como “vagos” os discursos dos presidenciáveis, que tiveram três minutos em cada intervenção para falar sobre o tema. Participaram do 35.º Congresso Mineiro de Municípios Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB), Geraldo Alckmin (PSDB), Alvaro Dias (Podemos) e Paulo Rabello de Castro (PSC). Ciro defendeu uma reforma fiscal com mudança sobre a incidência dos impostos. Ele propôs a tributação sobre lucros e dividendos e a taxação de grandes heranças, com tributo compartilhado com Estados e municípios. “Isso resolve o problema do déficit primário brasileiro e tira os municípios da atual situação de colapso em que encontra”, disse ele, que subiu ao palco acompanhado pelo pré-candidato ao governo de Minas, Marcio Lacerda, também cotado para vice do pedetista. Já Marina defendeu a reforma tributária, sob o princípio da justiça tributária, da descentralização e da simplificação. “Hoje o problema dos tributos é que são muito complexos e que impede inclusive a arrecadação”, afirmou. Ex-ministro da Fazenda, Meirelles disse que o fundamental é que o Brasil cresça, via investimentos, para que a arrecadação de impostos também suba, aumentando a receita das prefeituras. Ele disse que é pré-candidato para “garantir que o Brasil não vá entrar em crise de novo”. Alckmin defendeu a criação do Imposto de Valor Agregado (IVA) e a descentralização. “Modelo centralizado funciona em país pequeno”, resumiu o tucano, que chegou ao evento ao lado do pré-candidato do PSDB ao governo de Minas, senador Antonio Anastasia. Para Alvaro Dias, um dos principais problemas hoje no País é que parlamentares em Brasília têm um discurso municipalista mas, na hora do voto, ficam ao lado do governo federal. Já Rabello afirmou ser possível aumentar, até 2022, a participação dos municípios na arrecadação de impostos, dos atuais 18% para 25%.
Das 175 pré-candidaturas cogitadas pelos partidos aos governos estaduais e do Distrito Federal, somente 27, ou seja, 15% são de mulheres, de acordo com levantamento da Folha. O índice de candidatas mulheres aumentou pouco, em comparação com as duas últimas eleições. Em 2014, elas eram 12% dos 162 postulantes a governos. Já em 2010, esse percentual era de 10% de 150 candidaturas. “Não é uma exceção, mas norma. Se não houver medidas legislativas que forcem os partidos a colocar mais mulheres como candidatos, vão continuar dando preferência aos homens, por considerar que eles são mais articulados e pelo fato de as direções executivas dos partidos serem compostas na maioria por homens”, afirma a cientista política Teresa Sacchet, professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e pesquisadora do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP (Universidade de São Paulo).
O apresentador de televisão José Luiz Datena, da Band, afirmou na quarta-feira (13) que avalia a possibilidade de se candidatar ao Senado. Filiado ao DEM, ele já foi cotado para participar de outras eleições mas sempre terminou por voltar atrás. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Datena quer mais duas semanas para pensar – o prazo final é dia 6 de julho. A candidatura é vista com bons olhos pela coligação DEM-PSDB em São Paulo, que tem João Doria como candidato ao governo.
A chapa majoritária governista que irá concorrer nas eleições de outubro será anunciada entre os dias 18 e 19 (segunda e terça-feira. Foi o que afirmou o governador Rui Costa (PT) nesta terça-feira (12), que, segundo ele, está dependendo de uma conversa com o vice-governador João Leão (PP), que está em viagem no exterior.
Segundo Rui, a composição da chapa vai levar depender mais do cenário local do que o cenário nacional. “Até porque o cenário nacional ainda está muito indefinido, e não há previsão de definição nos próximos 30 dias. E em julho quero me dedicar a construir o programa de governo”, disse o governador durante assinatura de convênio com Instituto Avon, entidade mantenedora do Hospital do Câncer de Barretos, para implantação de serviço de mamografia em várias regiões do Estado. A declaração do governador baiano vai de encontro à orientação do Diretório Nacional petista, que, em resolução publicada no fim de semana, determinou que as alianças regionais sejam subordinadas à coligação para a candidatura presidencial.
Rui tem indicado que não vai oferecer à senadora Lídice da Matta (PSB), aliada histórica do PT na Bahia, uma das vagas de pré-candidato ao Senado em sua aliança. O encontro com a senadora já foi adiado algumas vezes. O último adiamento foi nesta terça, véspera de um almoço marcado entre os dois.
O encontro deve ocorrer até o final desta semana. O PSB é visto como prioridade do PT para a composição de uma aliança nacional. As duas legendas negociam apoios mútuos em 11 Estados – Bahia, ao lado de Pernambuco, Minas e Amapá eram tidos como prioridade. Na semana passada, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), se reuniu com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara. No mesmo dia, decidiu adiar os encontros estaduais para ganhar tempo para que o PT de Pernambuco desista de candidatura própria e apoie a reeleição de Câmara. Além disso, o PT cogita oferecer ao ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), a vaga de candidato à vice-presidência.
Rui pretende oferecer a vaga de candidato ao Senado ao presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Ângelo Coronel (PSD), aliado do senador Otto Alencar. A segunda vaga na chapa é reservada ao padrinho político de Rui, o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). Se alijar de sua chapa a senadora do PSB, Rui também baterá de frente com Gleisi, defensora da pré-candidatura à reeleição de Lídice ao Senado. Ao lado da presidente do PT, Lídice foi uma das senadoras que estiveram na linha de frente para tentar evitar o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Gleisi, inclusive, já gravou vídeos em apoio à pré-candidatura de Lídice ao Senado. No final de semana, a senadora paranaense disse ao Jornal do Brasil que interferiria no assunto.
“Se for necessário, vamos ter mais ênfase ainda em defender. Seria o momento de retribuir à Lídice a todo o apoio que ela nos deu”, disse. Nesta terça, a assessoria da senadora paranaense enviou nota afirmando que “o esforço do PT é fazer aliança nacional e alianças estaduais com a centro-esquerda, especialmente com o PSB, onde isso for possível, respeitando a realidade política de cada estado”. A assessoria de Lídice afirmou que ela não iria se pronunciar.
O alto índice de eleitores que não têm candidato para as eleições presidenciais –mostrado na pesquisa mais recente do Datafolha– é reflexo da crise de representação que ganhou força no país a partir das manifestações de 2013.
Segundo a pesquisa divulgada no domingo (10), em um cenário sem o Partido dos Trabalhadores (PT), votos brancos, nulos, abstenções e eleitores indecisos alcançam 34%. Em 2014, ano em que a Lava Jato teve início e após o discurso contra a corrupção ganhar força nas ruas, esse número era de 30%, muito superior aos 13% registrados na mesma época de 2010.
De acordo com o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, o salto dos eleitores que não se sentem representados por candidatos ou partidos políticos é uma consequência de um conjunto de crises no Brasil que se tornou mais evidente a partir de 2013. Esse cenário alimenta uma desconfiança em diversas instituições.
“Após as manifestações de 2013, os índices dos governantes caíram muito em todas as esferas. A [ex-presidente] Dilma perdeu muita popularidade, os governadores também. Isso vem se intensificando desde então”, afirma Paulino. “Hoje há uma insegurança generalizada em todos os segmentos, em relação à economia, à ameaça do desemprego, à segurança pública”.
A crise política, segundo Paulino, atinge todos os políticos. Hoje, a taxa de eleitores que não tem um partido de preferência supera os 60%.
Em relação apenas aos votos brancos, nulos ou abstenções, o índice é de 28% em cenários sem o ex-presidente Lula, segundo o Datafolha. Em junho de 2014, era de 17%; na mesma época de 2010, era de 4%.
Além de sucessivos casos de corrupção, o Brasil passou por um processo de impeachment em 2014 e enfrentou efeitos da recessão de 2014-16 na economia.
Segundo a pesquisa, mesmo dois meses após a prisão, Lula aparece com 30% das intenções de voto. Mais de um terço dos eleitores se dizem sem opção ao analisar cenários em que ele fica fora da disputa.