nova atualização do aplicativo do Gmail para Android permite aos usuários apagar um e-mail já enviado. Disponível há bastante tempo na versão para desktop e recentemente também no iOS, do iPhone, o recurso finalmente chegou ao sistema operacional do Google.
O remetente da mensagem tem alguns segundos para se arrepender do envio e poder voltar atrás. A opção aparece logo depois da mensagem ser disparada.
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Para cancelar o e-mail, o usuário escreve a mensagem normalmente, pressiona o botão de envio e depois, quando voltar à caixa de entrada, verá a opção “Desfazer” no canto direito de uma barra cinza no rodapé. O cancelamento pode ser feito até cinco segundos após o envio do e-mail.
Nem todos os usuários já receberam a atualização. O recurso foi adicionado à versão 8.7 do Gmail para Android e está sendo disponibilizado gradativamente.
O Google é acusado de monitorar ilegalmente os movimentos de milhões de usuários de smartphones iPhone e Android mesmo quando o aparelho é configurado para evitar o monitoramento.
De acordo com a ação, encaminhada na última sexta-feira (17), apesar de a empresa assegurar que as pessoas não vão ser rastreadas se desligarem o recurso “histórico de localização” dos celulares, a companhia viola a privacidade ao monitorar e armazenar os movimentos dos usuários.
Napoleon Patacsil, de San Diego, foi o responsável pela abertura da ação. Ele busca um status de processo coletivo em nome dos usuários do Android e de aparelhos da Apple nos Estados Unidos que desligaram o recurso de histórico de localização.
O diretor do Coritiba-PR, Bruno Tramujas Kafka, foi condenado pela 4ª Vara Cível da Curitiba a indenizar vários ex-companheiros de diretoria do clube por ter exposto a terceiros conversas privadas no Whatsapp.
Na sentença o Juiz James Hamilton de Oliveira Macedo é claro ao comentar na decisão que “se uma conversa é mantida em grupo privado de aplicativo, é ‘óbvio e claro’ que seus participantes têm expectativa de que ela não seja divulgada”, determinando que Kafka pague R$ 5 mil a cada um dos oito integrantes do grupo de Whatsapp da diretoria do clube paranaense.
Segundo consta na acusação, os diretores do clube, reservadamente no grupo de whatsapp, fizeram comentários sobre a política interna do Coritiba, algumas vezes com conceitos negativos sobre outros dirigentes. Bruno Tramujas, após deixar o cargo diretivo que tinha no clube, espalhou “prints” dessas conversas para várias outras pessoas, inclusive para profissionais da imprensa, o que gerou constrangimento aos demais membros do grupo, conforme análise do juiz de Direito da 4ª Vara de Coritiba.
Bruno Tramujas Kafka, que nas últimas eleições tentou ser eleito vereador em Curitiba pelo MDB, ainda poderá recorrer da decisão.
As próximas eleições podem ficar para história e registrar o fim da era da televisão aberta como o principal meio de informação dos brasileiros para acompanhar a disputa de votos por cargos públicos. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil têm como hipótese a possibilidade de a internet ter mais peso do que nunca na decisão, e mudar em definitivo, a maneira de se fazer campanha eleitoral no país. Pesquisadores de comunicação e consultores eleitorais assinalam que os 147,3 milhões de eleitores brasileiros escolherão seus representantes sob influência inédita de conteúdos compartilhados nas redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, em especial no Facebook e no WhatsApp. “Tem se especulado que esse pleito possa vir a ser a primeira eleição onde a internet assuma papel protagonista”, resume o sociólogo e cientista político Antônio Lavareda, que já trabalhou em mais de 90 eleições majoritárias (campanhas para presidente, governador e senador).
Nas plataformas da internet, diferente da televisão e do rádio, que veiculam o horário eleitoral gratuito, a comunicação é individualizada e interativa. Os conteúdos são mediados pelos usuários, em lugar de vídeos e peças sonoras veiculados para grandes audiências – sem possibilidade de resposta ou de reencaminhamento.
“A mensagem encaminhada, que consegue penetrar em grupos, é mais influente do que aquela que vem pela televisão”, afirma o estatístico e doutor em psicologia social, Marcos Ruben.
Fábio Gouveia, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), assinala que “a atenção não está mais concentrada na televisão” e, nesta campanha, os usuários “assumem papel de filtros disseminadores”, repassando ou retendo mensagens às pessoas com quem estão conectadas.
Christian Dunker, professor titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), aponta que a internet “viabiliza informação para uma quantidade grande da população que estava excluída do debate político”. Segundo ele, “isso ajuda a entender as formas de tratamento, usos de imagem, estratégias de retórica intimidativa e bipolarizante [hoje verificados] que eram menos acessíveis quando tínhamos a campanha baseada na televisão”.
Riscos – Os especialistas não desconsideram os riscos da próxima campanha eleitoral como a circulação de notícias falsas, deformação de mensagens, difamações generalizadas e manifestações de ódio e intolerância.
Para o jornalista Mário Rosa, especialista em gestão de crises de imagem, há forte possibilidade que, em paralelo à campanha positiva e com propostas no horário eleitoral, haja forte campanha negativa na troca de mensagens. “O disparo do WhatsApp não pode ser monitorado e nem auditado. Podem atacar e não vai se saber qual a origem dos ataques”, alerta Mário Rosa ao lembrar que “o objetivo da campanha eleitoral não é informar, mas convencer”.
Na mesma linha, Christian Dunker não afasta a possibilidade, especialmente ao fim da campanha, de serem disseminados “fatos políticos que possam vampirizar candidaturas e interferir nos resultados”.
Números – O Facebook chegou a 127 milhões de usuários neste ano no Brasil e o WhatsApp tinha cerca de 120 milhões de pessoas ligadas no ano passado (20 milhões a mais do que em 2016). Facebook e WhatsApp não informaram o crescimento de usuários que tiveram entre a eleição de 2014 e até o momento.
Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (SinditeleBrasil), nos últimos quatro anos, o número de usuários de aparelhos celulares 3G e 4G (que permitem acesso a redes sociais) passou de 143 milhões para 188 milhões – diferença de 45 milhões, superior à população da Argentina.
Um app desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Waterloo permite estender a autonomia das baterias de smartphones com tela OLED, fazendo uso da capacidade desta tecnologia de diminuir individualmente a luminosidade de pixeis específicos.
O app é especialmente útil quando os usuários estão trabalhando com tela dividida, permitindo por exemplo ver um vídeo do YouTube numa parte da tela enquanto a outra diminui a luminosidade automaticamente. O ajuste da luminosidade é feito automaticamente e de forma dinâmica e, em testes, os investigadores apuraram ganhos de bateria entre os 10% e os 25% por hora.
Ainda não se sabe se o app será disponibilizado ao público para qualquer sistema operacional.
Sua missão é explorar as fronteiras do nosso Sistema Solar. Mais de uma década após ser lançada, a sonda New Horizons, da Nasa, agência espacial americana, captou uma luz estranha que pode explicar um fenômeno misterioso observado há mais de três décadas. É um brilho ultravioleta, que parece emanar dos confins do nosso Sistema Solar. Mais precisamente, de uma parede de hidrogênio, que marca o ponto em que a influência do Sol sobre os corpos celestes começa a desaparecer, diz um estudo publicado pela revista científica Geophysical Research Letters. “Estamos vendo a divisa entre a vizinhança do sistema solar e a área fora dela, na galáxia”, conta a pesquisadora Leslie Young, do Southwest Research Institute, no Colorado, nos EUA, membro da equipe da New Horizons.
Cinturão de Kuiper
As duas naves espaciais da missão Voyager, lançadas nos anos 1970, identificaram sinais do curioso brilho há cerca de 30 anos. Trata-se da missão mais longa da história e que chegou mais longe no espaço. Mas a New Horizons é a primeira sonda da Nasa capaz de verificar esse fenômeno e ajudar a explicá-lo. Ela foi lançada em 2006 com a missão, segundo a Nasa, “de nos ajudar a entender os limites do nosso Sistema Solar, para fazer um primeiro reconhecimento do planeta anão Plutão e se aventurar no misterioso e distante Cinturão de Kuiper, uma relíquia da formação do Sistema Solar “. A sonda chegou mais perto de Plutão em julho de 2015, antes de entrar no Cinturão de Kuiper, localizado além da órbita de Netuno, composto principalmente por corpos celestes de gelo, supostamente remanescentes da formação do Sistema Solar. A área tem o nome do cientista que previu sua existência em 1951, o astrônomo americano Gerard Kuiper.
Parede de hidrogênio
Antes mesmo de passar por Plutão, a New Horizons já vasculhava o espaço tentando localizar a tão falada parede de hidrogênio. O Sol produz uma corrente de partículas carregadas chamada vento solar, que gera uma bolha magnética em torno do Sistema Solar, cujo limite é conhecido como heliopausa. A heliosfera é, por sua vez, a região do espaço sob a influência do vento solar. Mas, além dos limites da bolha, cerca de 100 vezes mais longe do sol do que a Terra, os átomos de hidrogênio não carregados diminuem sua velocidade no espaço interestelar ao colidir com as partículas do vento solar. Essa acumulação – ou parede de hidrogênio – é o que dispersa a luz ultravioleta de um modo particular, causando o estranho brilho. (BBC Brasil)
O Spotify está testando um novo formato de anúncio no seu serviço de streaming que vai permitir que os usuários da versão gratuita sejam capazes de evitar anúncios que não sejam do seu interesse. A ideia do Spotify é criar a versão para anúncios (seja em música, seja em vídeo) das Descobertas da Semana, afinando o algoritmo de forma a mostrar apenas os anúncios que sejam do interesse dos usuários. Segundo o site The Verge, o Spotify adianta que de momento o formato de anúncio se trata apenas de um teste e que não há indicação que venha a ser implementado na versão final. No momento a única forma de evitar anúncios no Spotify é se inscrever no serviço premium.
Uma investigação da agência noticiosa norte-americana Associated Press concluiu que muitos serviços da Google em aparelhos Android e iPhones guardam a informação sobre a localização dos usuários, incluindo nos casos em que estes usaram um recurso que assegura privacidade e impede a Google de salvar as informações. Investigadores em ciências da computação na Universidade de Princeton confirmaram esta conclusão a pedido da AP. Na maior parte dos casos, o Google solicita permissão para usar a informação da localização do usuário. Um aplicativo como a Google Maps vai recordar o usuário para que autorize o acesso se a usar para navegar. Se este autorizar o registro da sua localização ao longo do tempo, a Google Maps vai exibir-lhe essa informação numa ‘linha do tempo’ que mapeia os seus movimentos diários. Armazenar as suas deslocações minuto a minuto acarreta riscos de privacidade e tem sido usado pela polícia para determinar a localização dos suspeitos. Mas a empresa permite que esta localização seja interrompida através de uma pausa na Location History. A Google assegurou que isto vai impedi-la de saber onde o usuário esteve. Na página de Google de apoio ao utilizador declara-se: “você pode desligar a Location History a qualquer momento. Com a Location History desligada, os locais onde você for não são salvos”. “Isto não é verdade”, garantiu a AP. Mesmo com a Location History suspensa, alguns aplicativos do Google guardam automaticamente os dados da localização, e respectivo tempo, sem perguntar. Por exemplo, o Google guarda a localização do usuário mesmo quando este apenas abre o app de Mapas. As atualizações diárias automáticas da meteorologia dão uma indicação aproximada da localização do cidadão. E até algumas pesquisas que não têm nada a ver com a localização, como ‘bolos com pedaços de chocolate’ ou ‘conjunto de ciência para crianças’, revelam com exatidão a latitude e longitude do utilizador, com uma precisão ao nível do metro quadrado, e as salvam na conta Google. A questão da privacidade afeta cerca de dois milhões de usuários de aparelhos onde corre o software Android e centenas de milhões de cidadãos que possuem iPhone, que dependem da Google para mapas ou pesquisas. Armazenar a informação sobre localização em violação das opções do utilizador é errado, afirmou Jonathan Mayer, cientista da computação na Universidade de Princeton e ex-chefe de tecnologia na autoridade reguladora do setor, a Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês). Um investigador do laboratório dirigido por Mayer confirmou os resultados da investigação da AP em vários aparelhos Android. A AP fez os seus próprios testes em vários iPhones, que tiveram o mesmo resultado.
A Nasa se prepara para um feito inédito: “tocar” o Sol. O lançamento da sonda Parker Solar Probe da agência espacial norte-americana estava agendado para acontecer na manhã deste sábado (11), mas foi adiada por 24 horas devido a um problema técnico. Uma nova tentativa deve acontecer às 4h33 (horário de Brasília) deste domingo (12).
Do tamanho de um pequeno carro, a sonda enfrentará grandes desafios. Além das altíssimas temperaturas que terá de suportar, a energia necessária para a viagem também será muito superior à que usa normalmente. Como explica o CNet, a quantidade de energia necessária para este viagem é 55 vezes superior à utilizada para ir a Marte. Isto porque a sonda precisa anular o movimento de rotação da Terra.
O lançamento do Parker Solar Probe será feito de Cabo Canaveral, na Flórida, nos Estados Unidos, com hora prevista para às 3h33 locais (4h33 em Brasília).
A Nasa transmitirá o lançamento ao vivo pelo seu site e perfis nas redes sociais.
Se os problemas detectados neste sábado não forem resolvidos a tempo, a agência espacial tem até o dia 23 de agosto para fazer o lançamento.
A Anatel divulgou hoje (08) que recebeu quase 1,5 milhão de relações de clientes contra operadoras de telefonia, internet e TV por assinatura. A telefonia móvel foi o maior alvo de relações, concentrando 701,5 mil registros entre janeiro e junho deste ano. A operadora que mais recebeu reclamações foi a Tim , com 40% de todos os chamados abertos para telefonia móvel. Isso quer dizer que a Tim recebeu 280,1 mil reclamações no primeiro semestre de 2018, contra 147,7 mil da Claro, 146,8 mil da Vivo e 94,1 mil da Oi. Vale destacar que a Tim não é a líder de mercado. Segundo dados da agência reguladora dos serviços de telecomunicações no país divulgados na semana passada, a Vivo segue líder no mercado de telefonia móvel com uma larga vantagem sobre a sua concorrente mais próxima, a Claro. Enquanto a Vivo tem 32% de participação no mercado, com 75 milhões de clientes, a Claro fica com 25% e 59 milhões de usuários. A Tim, que por muitos anos foi a única grande concorrente da Vivo, agora está na terceira colocação com 24% de participação e 56 milhões de clientes. A Oi é a quarta maior operadora de telefonia móvel no Brasil, com 16% de participação no mercado e 38 milhões de clientes.
Fixo e TV
As operadoras de telefonia fixa receberam juntas 337,1 mil reclamações na Anatel nos primeiros seis meses deste ano, com a Oi (171,1 mil) disparada na frente da Vivo (111,4 mil) e da Net (41,1 mil). No caso das operadoras de TV por assinatura, a Sky e a Net aparecem empatadas no top das que mais recebem reclamações, com 70 mil registros cada. A terceira pior é a Claro (20 mil), seguida pela Vivo (17 mil) e a Oi (15,5 mil).
Uri Levine, o israelense cofundador do aplicativo de mapas Waze, acredita que a melhor maneira de superar os congestionamentos nas cidades é apostar no transporte público. Parte disso porque ele é membro do conselho do Moovit, serviço que oferece as melhores rotas de metrôs e ônibus locais, lançado em 2012.
Em painel no GovTech, evento que debate uma agenda digital para o setor público, em São Paulo, o empresário falou sobre empreendedorismo, gigantes da tecnologia e mobilidade urbana.
“O sucesso do transporte público depende muito dos governos e de regulação, com rotas certas, veículos pequenos e alta frequência. Mas para você ter uma ideia, o Moovit está crescendo mais do que o Waze cresceu”, disse.
Assim como o Waze, já presente em 100 cidades do mundo, o Moovit funciona de modo colaborativo. E sua eficácia melhora a partir do número de inscritos: quanto mais pessoas fornecem informações, mais certeira é a rota que o aplicativo oferece. No Brasil, são mais de 10 milhões de usuários (no mundo, cerca de 50 milhões).
Levine também falou sobre carros autônomos, que mudarão o futuro das montadoras atuais. Ele destaca que o modelo de negócios da indústria automobilística praticamente não se alterou nos últimos 100 anos, período que tende a acabar.
“Se você acredita que vai vender o mesmo número de automóveis do que no passado, está fora [do mercado]. Se acredita no setor da autoescola, comece a procurar um novo emprego. Quando contarmos às futuras gerações que dirigíamos carros, elas não irão acreditar.”
O trabalho de Levine hoje é ajudar startups a crescer. Na sua visão, as mudanças tecnológicas dos últimos 10 anos -posteriores ao lançamento do smartphone- serão menos drásticas do que as que estão por vir.
“É difícil dizer quais das grandes empresas de hoje sobreviverão na próxima década. De Google, Amazon e Facebook, que foram disruptivas, acho que só duas vão se manter”, afirmou. Ele não quis dizer qual riscaria da lista, mas se limitou a dizer que é a que tem menos utilidade na vida das pessoas.
Levine aposta na ideia do “suficientemente bom”: para que um serviço conquiste pessoas. “Não precisa ser perfeito, mas suficientemente bom”, ele diz. Baseia esse argumento na trajetória do Waze, que precisou de seis meses para oferecer mapas viáveis. Lançado em 2009, o aplicativo foi comprado pelo Google em 2013. Um dia depois, o israelense deixou a empresa para criar outras.
Entre as dicas aos empreendedores brasileiros, Levine destaca a necessidade de entender a percepção do público sobre o problema que a startup quer solucionar -ele diz “se for um problema puramente individual, procure um analista”-, de solucionar os erros de forma rápida e de tomar as decisões difíceis o mais rápido possível.
“Montar uma startup é como se apaixonar. Você tem várias ideias, mas de repente pensa ‘é essa!’, assim como com pretendentes. Você não quer ouvir o mundo, não se interessa mais por nada. Só pensa na nova ideia e no novo conceito até se sentir seguro para contar aos amigos. Aí é como namorada, eles dizem que não vai funcionar. Você não quer saber. É como montanha russa, tem que estar apaixonado”, comparou.
O GovTech é um evento idealizado pelo ITS-Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro) e pelo BrazilLAB, e debate temas como a desburocratização por meio da tecnologia e a digitalização do setor público.
No fim do dia, a organização deve entregar uma carta-compromisso a presidenciáveis para que estes assumam compromissos para um governo mais digital. Estão no local os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), João Amoêdo (Novo), Henrique Meirelles (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). O Brasil está no 64º lugar do Global Innovation Index, que mede a inovação de governos.
Crianças com autismo conseguiram avanços em suas habilidades sociais utilizando uma combinação de um aplicativo de smartphone com o Google Glass a fim de melhorar sua capacidade para decifrar as emoções transmitidas pelas expressões faciais das pessoas. O resultado foi obtido em um estudo piloto realizado por cientistas da Universidade Stanford (Estados Unidos) e publicado nesta quinta-feira, 2, na revista científica Digital Medicine. O autismo é um distúrbio de desenvolvimento caracterizado por déficits sociais, dificuldade de comunicação e comportamentos repetitivos.
A terapia se baseia no aplicativo desenvolvido pelos cientistas de Stanford, que fornece algumas pistas sobre a expressão facial das pessoas às crianças que usam o Google Glass. Ligado ao smartphone por uma conexão sem fio, o dispositivo semelhante a um par de óculos é equipado com uma câmera que registra o campo de visão do usuário, além de uma pequena tela e um alto falante que dão a ele informação visual e auditiva.
Enquanto a criança interage com outros indivíduos, o aplicativo identifica seus nomes e emoções pela tela ou pelo alto falante. Depois de três meses de uso regular do sistema, os pais das crianças com autismo envolvidas no estudo relataram que elas passaram a fazer mais contato visual e a se relacionar melhor com as pessoas.
De acordo com os autores do estudo, as terapias precoces para o autismo têm se mostrado especialmente eficazes, mas muitas crianças não são tratadas rápido o suficiente para obterem os benefícios máximos. Atualmente, por causa da falta de terapeutas especializados, as crianças podem levar até 18 meses para receberem um diagnóstico antes de começarem o tratamento.
“Temos muito poucos médicos especializados em autismo. A única maneira de enfrentar esse problema e criar sistemas domésticos de tratamento que sejam confiáveis. Essa é uma necessidade muito importante que não é atendida”, disse um dos autores do estudo, Dennis Wall, que é professor de pediatria e ciência biomédica de dados em Stanford.
Os pesquisadores relatam que, antes de participar do estudo, olhar nos olhos de outra pessoa era algo opressivo para o garoto Alex, de 9 anos. Sua mãe, Donji Cullenbine, tentava estimular delicadamente o contato visual, sem sucesso.
“Eu sorria e dizia para ele: ‘você olhou para mim três vezes hoje’. Mas na verdade não via avanço nenhum.”, disse a mãe. Segundo ela, o novo dispositivo mudou o que Alex sentia ao olhar para o rosto dos outros . “Funciona como um ambiente de jogo, no qual ele queria vencer. Ele queria acertar qual era a emoção da pessoa e tinha uma recompensa imediata quando acertava”, contou.
“Superpoderes”
Os cientistas batizaram a nova terapia de “Óculos de Superpoderes” para que ela fosse mais atraente para as crianças. A terapia se baseia na análise comportamental aplicada, um tipo de tratamento para o autismo no qual os médicos ensinam o reconhecimento de emoções utilizando exercícios estruturados, como cartões que mostram rostos expressando diferentes emoções.
Embora a análise comportamental aplicada tradicional ajude as crianças com autismo, segundo os autores, esse tipo de terapia tem algumas limitações. Ela precisa ser feita individualmente por terapeutas treinados, os cartões nem sempre capturam toda a gama de emoções humanas e as crianças podem ter dificuldades para transferir o que aprenderam para suas vidas cotidianas.
A equipe coordenada por Wall decidiu utilizar os princípios da análise comportamental aplicada em um sistema capaz de trazer para os pais e as situações cotidianas para o processo de tratamento.
A solução foi construir um aplicativo para smartphones que utiliza o campo da inteligência artificial conhecido como “aprendizado de máquina”, no qual os algoritmos reconhecem padrões e, à medida que recebem mais dados, adaptam-se a novos cenários e corrigem suas decisões com o mínimo de intervenção humana.
Utilizando o aprendizado de máquina, o aplicativo reconhece oito expressões faciais básicas: alegria, tristeza, raiva, nojo, surpresa, medo, desprezo e neutralidade. O aplicativo foi treinado com centenas de milhares de fotos de rostos que mostravam as oito expressões. Ele possui também um mecanismo que permite aos usuários calibrarem a leitura para indicar expressões neutras, quando necessário.
Segundo Wall, as crianças que têm desenvolvimento normal aprendem a reconhecer as emoções ao fazer contato visual com as pessoas ao seu redor. Para as crianças com autismo, o processo é diferente. “Eles não absorvem essas situações sem um tratamento direcionado”, disse o cientista.
No estudo, 14 famílias testaram os Óculos de Superpoderes em casa por um período médio de 10 semanas. Todas elas tinham uma criança com idades enter 3 e 17 anos, com diagnóstico confirmado de autismo. A terapia foi utilizada pelo em menos três sessões de 20 minutos por semana.
Brincadeira terapêutica
No início e no fim do estudo, os pais completaram questionários para fornecer informação detalhada sobre as habilidades sociais de seus filhos. Em entrevistas posteriores, os pais e as crianças descreveram os resultados do programa terapêutico em suas famílias.
Os pesquisadores estabeleceram três maneiras para utilizar o programa de reconhecimento de emoções. No modo “jogo livre”, as crianças usavam o Google Glass enquanto interagiam ou brincavam livremente com seus familiares, enquanto o aplicativo fornecia a elas as dicas visuais e auditivas cada vez que uma emoção era reconhecida nos rostos em seu campo de visão.
No modo “adivinhe minha emoção”, um dos pais simulava uma expressão facial correspondente às oito emoções básicas e a criança tentava identificá-la. A brincadeira ajudava as famílias e os cientistas a acompanhar os avanços da criança na identificação de emoções.
Já no modo “capture o sorriso” é a criança quem dá a outra pessoa pistas sobre a emoção que deseja provocar, até que a pessoa a expresse. O objetivo é ajudar os cientistas a avaliar a capacidade da criança para compreender diferentes emoções.
De acordo com o estudo, as famílias relataram aos pesquisadores que o sistema é “envolvente, útil e divertido”, que “as crianças se mostraram dispostas a usar o Google Glass” e que “os dispositivos resistiram bem ao desgastes por serem usados por crianças.”
Doze das 14 famílias, incluindo a do menino Alex, disseram que as crianças fizeram mais contato visual depois de receber o tratamento. Em poucas semanas de envolvimento nos testes, Alex começou a se dar conta de que os rostos das pessoas dão pistas para suas emoções. “Ele me disse: ‘mamãe, eu estou conseguindo ler as mentes’. Meu coração se encheu de emoção. Gostaria que outros pais tivessem a mesma experiência”, disse a mãe.
Entre as famílias cujas crianças tinham um autismo mais severo, a escolha pelo modo “jogo livre” foi menos frequente, segundo os cientistas.
Redução de sintomas
Em uma escala padronizada para avaliar as habilidades sociais das crianças, aplicada com base em um questionário, foi registrada uma redução média de 7,38 pontos ao longo do estudo, indicando sintomas menos severos de autismo. Nenhum dos participantes teve aumento nos pontos, indicando que ninguém teve piora nos sintomas.
Seis dos 14 participantes tiveram uma redução dos pontos grande o suficiente para descer um degrau na classificação de severidade do autismo. Quatro deles tiveram a classificação alterada de “severo” para “moderado”, um passou de “moderado” para “leve” e um de “leve” para “normal”.
Os cientistas afirmam, no entanto, que esses bons resultados precisam ser interpretados com cuidado, já que se trata de um estudo piloto, que não envolveu um grupo de controle. Ainda assim, Wall afirma que “os resultados são promissores”.
Segundo Wall, alguns dos comentários dos pais nas entrevistas ajudam a ilustrar a melhora no quadro das crianças. “Os pais disseram coisas como ‘alguma chave foi acionada, meu filho está olhando para mim’, ou ‘de repente o professor veio me dizer que meu filho está envolvido nas aulas’. Tudo isso é muito reconfortante e animador para nós”, afirmou Wall.
A equipe de cientistas agora está terminando um teste da terapia mais amplo, com controle aleatório. Eles também planejam testar a terapia em crianças que acabaram de ser diagnosticadas com autismo e estão na fila de espera para tratamento. A Universidade de Stanford já deu entrada em um pedido de patente para a nova tecnologia. Com informações do Estadão Conteúdo.