A chapa majoritária governista que irá concorrer nas eleições de outubro será anunciada entre os dias 18 e 19 (segunda e terça-feira. Foi o que afirmou o governador Rui Costa (PT) nesta terça-feira (12), que, segundo ele, está dependendo de uma conversa com o vice-governador João Leão (PP), que está em viagem no exterior.
Segundo Rui, a composição da chapa vai levar depender mais do cenário local do que o cenário nacional. “Até porque o cenário nacional ainda está muito indefinido, e não há previsão de definição nos próximos 30 dias. E em julho quero me dedicar a construir o programa de governo”, disse o governador durante assinatura de convênio com Instituto Avon, entidade mantenedora do Hospital do Câncer de Barretos, para implantação de serviço de mamografia em várias regiões do Estado. A declaração do governador baiano vai de encontro à orientação do Diretório Nacional petista, que, em resolução publicada no fim de semana, determinou que as alianças regionais sejam subordinadas à coligação para a candidatura presidencial.
Rui tem indicado que não vai oferecer à senadora Lídice da Matta (PSB), aliada histórica do PT na Bahia, uma das vagas de pré-candidato ao Senado em sua aliança. O encontro com a senadora já foi adiado algumas vezes. O último adiamento foi nesta terça, véspera de um almoço marcado entre os dois.
O encontro deve ocorrer até o final desta semana. O PSB é visto como prioridade do PT para a composição de uma aliança nacional. As duas legendas negociam apoios mútuos em 11 Estados – Bahia, ao lado de Pernambuco, Minas e Amapá eram tidos como prioridade. Na semana passada, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), se reuniu com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara. No mesmo dia, decidiu adiar os encontros estaduais para ganhar tempo para que o PT de Pernambuco desista de candidatura própria e apoie a reeleição de Câmara. Além disso, o PT cogita oferecer ao ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), a vaga de candidato à vice-presidência.
Rui pretende oferecer a vaga de candidato ao Senado ao presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Ângelo Coronel (PSD), aliado do senador Otto Alencar. A segunda vaga na chapa é reservada ao padrinho político de Rui, o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). Se alijar de sua chapa a senadora do PSB, Rui também baterá de frente com Gleisi, defensora da pré-candidatura à reeleição de Lídice ao Senado. Ao lado da presidente do PT, Lídice foi uma das senadoras que estiveram na linha de frente para tentar evitar o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Gleisi, inclusive, já gravou vídeos em apoio à pré-candidatura de Lídice ao Senado. No final de semana, a senadora paranaense disse ao Jornal do Brasil que interferiria no assunto.
“Se for necessário, vamos ter mais ênfase ainda em defender. Seria o momento de retribuir à Lídice a todo o apoio que ela nos deu”, disse. Nesta terça, a assessoria da senadora paranaense enviou nota afirmando que “o esforço do PT é fazer aliança nacional e alianças estaduais com a centro-esquerda, especialmente com o PSB, onde isso for possível, respeitando a realidade política de cada estado”. A assessoria de Lídice afirmou que ela não iria se pronunciar.