Daniela Mercury fez show no Festival de Inverno de Garanhuns, em Pernambuco, no sábado (21), e, ao final da apresentação de “Nobre Vagabundo”, desabafou contra a censura que a peça “O Evangelho Segundo Jesus – Rainha do Céu” sofreu no mesmo evento por intermédio do prefeito da cidade e do Governo do Estado. O motivo é que a protagonista é a atriz Renata Carvalho, uma travesti.
“Já que estamos falando de amor, me choca profundamente que os políticos desse país censurem uma peça de teatro. É de uma petulância absurda. A arte não tem dogma, a arte é crítica social, a arte é reflexão sobre nós, a arte é essencialmente livre, singular. (…) A arte é para incomodar, é pra fazer pensar, é pra refletir, arte é pra libertar cabeça de merda. Não existe uma civilização sem liberdade”, bradou.
E disse mais: “O ministro Carlos Ayres Brito disse que a gente tá na idade da mídia, mas parece que a gente tá na Idade Média (…) A nossa Constituição não é a Bíblia. Eu sou de família católica, respeito profundamente, mas a nossa Constituição nos permite, sim, lidar com símbolos religiosos e falar sobre eles…”.
Por fim, Daniela cantou “Tempo Perdido”, da Legião Urbana, após declarar que precisava muito “de um rock” e citar “Bichos Escrotos”, dos Titãs: “Tá chato pacaralho esse país, que merda!”. Veja o desabafo complemento: