Em meio aos rumores de um acordo de bastidores que prevê um “armistício” com ACM Neto (UB) em troca de apoio do União Brasil, nesta sexta-feira (1º), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se esquivou de uma resposta mais contundente ao ser questionado sobre quem é seu candidato a governador da Bahia nas eleições de outubro.
“Eu apoio, tenho o companheiro Jerônimo [o ex-secretário de educação do governo Rui Costa (PT), Jerônimo Rodrigues] que é o candidato do PT. Todo mundo sabe disso, que eu apoio os candidatos do PT em todos os estados”, disse ele a Mário Kértesz, em entrevista à Rádio Metrópole, destacando, no entanto, que pretende adotar uma postura conciliadora, independente de inclinações partidárias.
“Eu vou aí conversar com as pessoas, vou discutir com as pessoas. Vou dizer que eu tenho candidato a governador, mas que eu quero fazer uma campanha civilizada, que eu não quero agredir ninguém, que eu não quero falar mal de ninguém. Eu quero falar bem das coisas que eu pretendo fazer”, declarou o petista, afirmando que, caso seja eleito para comandar o país, quer estabelecer uma “relação irmã” com governadores e prefeitos. “Não é possível o país dar certo você brigando, você estimulando o ódio, você estimulando divergência”, completou, em uma crítica indireta ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Dentro do discurso pacificador, Lula lembrou também da simbologia de sua chapa com um ex-adversário Geraldo Alckmin (PSB). “Eu sou candidato para reconstruir esse país. A minha tarefa neste instante é assumir a responsabilidade, por isso eu fiz um acordo com o Alckmin e ele aceitou ser meu vice, pra gente começar a reconstruir o país”, pontuou, afirmando ainda que estará focado em resolver os problemas do país e não em pretensões políticas.
“Eu nao vou ser um presidente da República que está pensando na sua reeleição, eu vou ser um presidente que vai estar pensando em governar esse país quatro anos e deixar-lo tinindo, para que o povo brasileiro recupere, definitivamente, o bem estar social, a alegria, o prazer de viver, o prazer de ser baiano, o prazer de ser brasileiro”, afirmou o pré-candidato que lidera as pesquisas de intenções de voto, mais uma vez alfinetando Bolsonaro.
“Não esperem do Lula um candidato nervoso, bravo, raivoso. O Lula é um candidato que tem consciência do que ele representa no Brasil. Tenho consciência da importância do PT, mas tenho consciência das necessidades do povo brasileiro”, reiterou o petista. “E é com essa cabeça, com esse coração muito aberto, o coração de um homem apaixonado – vocês sabem que eu casei no dia 18 de maio -, então é esse homem que está exalando alegria e disposição de trabalhar”, concluiu.