A ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, afirmou que encarou com naturalidade as conversas ocorridas entre o ex-juiz e atual ministro Justiça, Sérgio Moro, e o procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol. “Eu não vi nenhuma tendenciosidade contra um partido. Eu vi uma tendenciosidade contra as pessoas que estavam sendo investigadas. É natural que qualquer ser humano se posicione. Essa história de juiz ser neutro. Isso não existe”, disse durante entrevista ao Jornal da Cidade – II Edição, apresentado por José Eduardo, na Rádio Metrópole, nesta quarta-feira (12). A jurista, que prometeu engajar-se na campanha de Jair Bolsonaro à presidência no segundo turno das eleições, no ano passado, ainda ressaltou que enxergou uma preocupação com a investigação por envolver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Envolvia pessoas importantes, um ex-presidente da República e um político importante. É natural que a prova fosse a mais contundente possível. Para que não abrisse um processo, que fizesse um estardalhaço e não desse em nada”. Na oportunidade, Eliana Calmon defendeu a permanência de Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública. “Não vejo crime. Não vejo contaminação da prova. Não houve trama. Não se forjou. Não se inventou. Apenas estava preocupado para que o processo fosse mais dinâmico”. A ministra também elogiou os desembargadores João Pedro Gebran, Leandro Paulsen e Victor Luiz dos Santos Laus, que compõem a 8ª Turma Criminal do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Eles julgaram o recurso do ex-presidente Lula contra a decisão de Moro, no caso do tríplex no Guarujá (SP). “Toda essa prova foi revista por três grandes desembargadores, todo mundo acompanhou o julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Esses desembargares são muito corretos. Essa prova passou pelo Superior Tribunal de Justiça e tudo foi validado”.