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7 de setembro de 2020
Esportes

Especialistas discutem estudo sobre pilotos mais velozes da F-1

Foto: Reprodução

Um estudo encomendado pela Fórmula 1 à Amazon Web Services (AWS) analisou as voltas de classificação dos pilotos que estiveram na categoria de 1983 para cá para descobrir qual deles é o mais rápido das últimas quatro décadas. Foi considerada a velocidade bruta e a comparação entre corredores de uma mesma equipe, usando um algoritmo chamado Fastest Driver, que permite a comparação entre gerações diferentes.

O topo ficou com o tricampeão mundial Ayrton Senna, com 114 milésimos de vantagem sobre o alemão Michael Schumacher, e 275 milésimos à frente do inglês Lewis Hamilton. Segundo a Fórmula 1, o algoritmo desenvolvido junto à Amazon levou um ano para ser concluído e foi protegido de situações consideradas atípicas, como batidas, falhas mecânicas ou mudanças nas condições de clima em um treino classificatório.

“Você dá vários inputs [entradas] de informação e ele [algoritmo] vai te puxar um histórico de um banco de dados. Eles colocaram um parâmetro e há como você, na hora de formular esse algoritmo, colocar inputs ‘para igualar’ as informações. Por exemplo, ‘igualar’ tempo, potência ou quilometragem de autódromos. É como se você colocasse uma compensação [entre dados diferentes]”, explica Erika Prado, engenheira de dados da Fórmula Vee Brasil.

Como toda lista esportiva, por mais objetiva que tente ser, ela gerou discussão no meio automobilístico. “Não considero confiável, não por falta de dados ou pela qualidade do algoritmo. São técnicas diferentes que são utilizadas em diferentes momentos da Fórmula 1. Nos anos 50 e 60, se você batesse o carro, morria. Hoje, se você bater o carro, muito provavelmente não vai morrer. É outro tipo de sentimento, de técnica, de preparo físico. O esporte evoluiu, então, comparar maçã com laranja, acho que não é tão válido”, analisa Lucas Di Grassi, piloto da categoria em 2010 e atualmente na Fórmula E.

A análise considerar a velocidade pura, sem levar em conta as características do veículo, também incomoda Di Grassi. “No automobilismo, você depende do engenheiro, do carro, do motor. Tem muito o ‘nós’. Não dá para contar só o piloto, tem de contar a equipe inteira. É muito difícil tirar o carro da equação, porque mesmo dois carros iguais podem ter desempenhos diferentes, por causa do setup [configuração], da decisão do engenheiro, da pressão de pneu, se o cara errou na pressão em determinada corrida. Isso muda muito”, avalia.