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3 de julho de 2019
Brasil

Na Câmara, Moro nega orientação a procuradores e chama diálogos de ‘triviais’


Foto: Pablo Valadares

O ministro da Justiça Sergio Moro tentou explicar e demonstrar em audiência na Câmara dos Deputados que, mesmo se verdadeiras, as conversas atribuídas a ele e ao procurador Deltan Dallagnol não representariam crimes. “São coisas absolutamente triviais dentro do cenário jurídico”, disse Moro na última terça-feira (2). O ministro leu, por conta própria, o diálogo que consta das supostas mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil envolvendo a atuação da procuradora Laura Tessler, da Lava Jato, e afirmou que não havia ali qualquer sugestão de que ela fosse substituída, ao contrário do que afirmado por deputados da oposição. “Prezado, a colega Laura Tessler de vocês é excelente profissional, mas para inquirição em audiência, ela não vai muito bem. Desculpe dizer isso, mas com discrição, tente dar uns conselhos a ela, para o próprio bem dela. Um treinamento faria bem”, pontuou o ministro sobre o diálogo que diz desconhecer. “Tem aqui pedido de substituição? Aqui não tem!”, afirmou Moro, ressaltando que “pessoas têm direito a opinião, mas não têm direito a seus próprios fatos”. A afirmação de que Moro orientou a substituição da procuradora Laura Tessler porque ela não estava se saindo bem em audiências com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva partiu de deputados como Erica Kokay (PT-DF). “É trivial orientar substituição de procurador”, disse Kokay, citando um termo (trivial) que o ministro usou mais cedo na sessão ao dizer que os conteúdos —se verdadeiros— não eram fora do comum. As declarações de Moro foram dadas durante sessão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ele, contudo, não é obrigado a responder às perguntas dos deputados.