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15 de abril de 2020
Economia

Não podemos repetir os erros da crise de 2008 desta vez, diz Sachsida

Reprodução/YouTube/Canal BTG

A recuperação econômica do Brasil pós-pandemia de coronavírus não pode ser igual à “marolinha” enfrentada pelo Brasil nos anos de 2008 e 2009. Pelo menos, essa é a opinião do secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida. Para ele, uma retomada calcada em gastos públicos está fadada a uma criação de uma nova crise no futuro, como aconteceu no início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).

“O que foi feito em 2008 e 2009 resultou na recessão de 2015 e 2016, então não podemos repetir erros antigos. Se for para errar, que sejam erros novos”, disse Sachsida em entrevista exclusiva ao CNN Brasil Business, via teleconferência. Ele, no entanto, admite que uma forte recessão é uma realidade praticamente impossível de se escapar em 2020. Na manhã desta terça-feira (14), por exemplo, o Fundo Monetário Internacional estimou uma retração de 5,3% do PIB brasileiro neste ano. “Dada a magnitude do choque, o crescimento para este ano está comprometido, mas vamos retomá-lo logo após a crise”, diz Sachsida. “Por isso, estamos trabalhando para haver manutenção de empregos, das empresas e também do socorro a estados e municípios.”

Mesmo assim, o governo, segundo o secretário, não pode esbanjar. Sachsida ressalta que todas as medidas tomadas pelo governo para conter os impactos econômicos da pandemia, que ele calcula em R$ 1 trilhão, contando o alívio de compulsórios para bancos, por exemplo, são transitórias. Ou seja, terão início, meio e fim em 2020. “A consolidação fiscal seguirá, assim como voltaremoso o foco para a aprovação das reformas econômicas”, diz o secretário.

Um problema que surge nesse horizonte, contudo, é a relação do Planalto com o Congresso. Não é novidade que o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, não têm a melhor das relações nos últimos tempos. Mas Sachsida não enxerga tanta resistência para temas importantes, como as reformas tributária e a administrativa, serem aprovadas no Congresso futuramente. “A relação estranha era a anterior (de governos passados). Os poderes são independentes”, diz ele. “E mesmo com tudo isso, aprovamos a maior reforma da Previdência da história, assim como a maior reforma do FGTS e o contrato de cessão onerosa. Estamos avançando, e muito bem, na agenda econômica.”