O novo nome do Hospital Espanhol, já batizado de 2 de Julho em comunicado oficial emitido nesta quarta-feira (16) pelo governo do Estado, gerou polêmica na sessão desta tarde na Assembleia Legislativa. O líder da oposição na Casa, Alan Sanches (União), lembrou que Salvador já possui uma unidade de saúde homônima, localizada no bairro de São Marcos e de propriedade do médico Vicente Massafera.
“Olha o problema que o governo do Estado tem criado. O Hospital 2 de Julho já existe há mais de 20 anos, em São Marcos, originário de um anexo do São Rafael. Ou seja, o governo não pode utilizar este nome porque já está em uso, é patenteado, não é de fantasia. Não pode ter dois hospitais com o mesmo nome no município e nem no Estado ou no Brasil”, discursou Alan.
“Parece que o governo está tão desorientado na saúde que não consegue sequer saber que já existe esse hospital, que já foi conveniado tanto com a gestão estadual quanto municipal. A Secretaria de Saúde precisa fazer o dever de casa. É mais uma barrigada do governo do Estado”, acrescentou o oposicionista.
Autor de um projeto de lei que dá o nome de 2 de Julho ao antigo Hospital Espanhol, o deputado Robison Almeida rebateu, em plenário, Alan Sanches. Ele afirmou que o grupo político do qual o adversário faz parte “costumava colocar o nome dos vivos em tudo”.
“Era Avenida ACM, colégio ACM, hospital ACM. Agora, vem defender um empresário que batizou um equipamento privado. Estamos falando de interesse público, de equipamento público. Há um movimento de boicote às comemorações e homenagens à independência do Brasil na Bahia, afinal, como se combate uma justa homenagem como essa?”, indagou o petista.
A Secretaria de Comunicação (Secom) do governo estadual divulgou mais cedo que Jerônimo fará uma visita, às 9h desta quinta-feira (17), ao “Hospital 2 de Julho, antigo Hospital Espanhol”, localizado na Barra, em Salvador. A unidade, que foi referência no atendimento à Covid-19 durante a pandemia, mudou de perfil no início deste mês e segue funcionando normalmente.
O comunicado diz que o hospital está passando por obras de manutenção e seus 246 leitos, sendo 70 de UTI, estão progressivamente sendo colocados à disposição dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), acolhendo pacientes com perfil de clínica médica adulto e pediátrica, que correspondem a maior demanda de solicitações feitas à Central Estadual de Regulação.