O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), usou o Twitter para anunciar que estava proibindo a performance “Coroação da Nossa Senhora das Travestis”, que seria apresentada amanhã na Virada Cultural da capital mineira. “Estou comunicando que o evento está cancelado”, afirmou Kalil, que justificou a decisão alegando que tratava-se de uma agressão a religião. A apresentação estava entre as 447 atrações previstas para o evento que acontece entre sábado e domingo em Belo Horizonte. Apesar de ter participado da 22ª Parada do Orgulho LGBT na cidade, Kalil afirmou que a performance “não é cultura”. “Sou católico, devoto de Santa Rita de Cássia. Fiquem tranquilos, ninguém vai agredir a religião de ninguém”, disse através do microblog. Alexandre Kalil decidiu pelo cancelamento da apresentação devido aos protestos da Arquidiocese de Belo Horizonte, comandada pelo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo. Uma petição online também foi promovida e reuniu milhares de assinaturas. “”Os cristãos e todos os homens de boa vontade vêm pedir o cancelamento do evento”, dizia a petição, que classificava como “blasfêmia” e uma “afronta grave e direta” contra os cristãos. “Não é admissível instrumentalizar Nossa Senhora, desrespeitando-a para se promover um evento que se diz cultural, mas, na verdade, configura-se em agressão à fé cristã católica. Não se cultiva tolerância a partir do desrespeito”, disse a Arquidiocese.