A fidelidade da bancada do PSD, do ex-ministro Gilberto Kassab, ao ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro surpreendeu líderes do governo, oposição e, principalmente, do Centrão. O partido de Kassab deu 30 dos 31 votos favoráveis à manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na Justiça, tese derrotada por 228 a 210 no Plenário na noite de quarta-feira, 22. Os líderes partidários avaliavam o resultado da noite anterior como o primeiro termômetro para a votação do pacote anticrime proposto pelo ex-juiz da Lava Jato em discussão no Congresso. Além do PSD, Moro conseguiu apoio relevante do PSDB, que deu 21 dos seus 26 votos ao ministro e até de partidos de oposição como PDT e PSB, 8 e 17 votos favoráveis, respectivamente. PDT e PSB também foram decisivos no resultado, que manteve a prerrogativa de auditores fiscais informarem crimes associados à corrupção como lavagem de dinheiro às autoridades competente. As legendas que, junto com o PT e PCdoB, tinham feito um acordo com o Centrão para votar contra Moro, resolveram abrir a orientação na proposta, que acabou sendo aprovada. Uma das surpresas da noite foi a “conquista” de um voto pró-Moro no PT. O deputado Vicentinho (SP) disse sim a manutenção do órgão na Justiça. Segundo a assessoria do deputado, ele se confundiu e disse que votaria com o partido, mas na hora de confirmar o voto no sistema eletrônico atrapalhou-se e indicou voto “Sim”.