O governador Rui Costa (PT) criticou a pulverização da oposição em meio à ascensão do autoritarismo do governo de Jair Bolsonaro e a deterioração da imagem do país no exterior. Em entrevista a Mário Kertész hoje (22), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ele comentou a fala ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também à Metrópole, sobre como o bloco oposicionista está fragilizado e sem espaço na mídia.
Para Rui, é necessário olhar os próprios erros, principalmente dos partidos que defendem a democracia. “Eu acrescentaria algo dessa declaração do ex-presidente Lula que eu acho que esse sentimento de fragilidade da oposição, um dos motivos, eu sou daqueles que acho que a gente tem que olhar onde estamos errando também e não só apontar eventualmente, o que é realidade, esse boicote da mídia. Eu diria que onde estamos errando é na pulverização. Hoje, infelizmente, a oposição está atuando de forma muito pulverizada”, declarou o petista.
“Ao se fragmentar e se pulverizar, você passa essa sensação de fragilidade. Por isso que estamos conversando, eu e outros governadores e lideranças, vamos iniciar um movimento mais enfático de propor uma aglutinação daqueles que querem o bem do Brasil e aqueles que querem construir uma nação a todos os brasileiros, sem ódio e de inclusão social. Que tenha como prioridade combater as desigualdades e trazer justiça fiscal, com um país que prioriza educação, saúde pública e, se for o caso, defender inclusive fusão de partidos”, afirmou o governador.
Sobre a fusão de partidos, Rui pediu que as lideranças políticas deixem de lado “vaidades” e passem a pensar mais pelo país. “Se você funde o PT com PSB e eventualmente PCdoB, tem um partido de mais de 100 deputados na Câmara. Portanto, passaria a ter peso na articulação política e na votação, passaria a ter voz. Seria impossível qualquer veículo de imprensa sonegar e ouvir esse grande bloco de partido e grande novo partido”, defendeu o chefe de estado.
“Se você pulveriza demais, você se apresenta frágil. Se você se apresenta unido, se apresenta mais forte. Acho que temos que corrigir um problema nosso também e acho que nós devemos colocar vaidade pessoal de cada partido de lado e cuidar do Brasil antes que eles acabem de destruir o nosso país. No ritmo que via, a situação está muito complicada. Nenhum partido do mundo consegue se desenvolver se isolando e se desmoralizando no mundo inteiro como o Brasil está desmoralizado”, acrescentou.