Todos os deputados do Partido dos Trabalhadores votaram contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso, incluindo os da bancada baiana do PT no Congresso Nacional. Pauta do governo Jair Bolsonaro que representava um retrocesso e um risco para a democracia no país, a PEC sofreu uma derrota na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 10.
Os deputados baianos do PT – Zé Neto, Afonso Florence, Valmir Assunção, Waldenor Pereira, Joseildo Ramos e Jorge Solla – comemoraram o resultado da votação e criticaram a insistência do presidente Jair Bolsonaro em atacar o sistema eleitoral eletrônico, com acusações falsas e infundadas. “Voto impresso é a cortina de fumaça usada por Bolsonaro para esconder um projeto de fome e desemprego. Um governo fracassado, que se alimenta de Fake News”, afirmou Valmir Assunção.
Joseildo Ramos ressaltou a confiabilidade do sistema eleitoral que opera há 20 anos no Brasil sem nenhum indício de violação. “É importante lembrar que a urna eletrônica é segura e auditável. A própria alternância de poder (FHC, Lula, Dilma, Bolsonaro) prova que essa proposta é estapafúrdia”. Waldenor Pereira também falou sobre a inviolabilidade do sistema. “Urnas eletrônicas são usadas desde 1996, de lá pra cá, nunca houve qualquer prova de fraude eleitoral”.
Já Afonso Florence chamou a atenção para o risco que a aprovação da PEC poderia trazer para o país. “Voto impresso é uma tentativa de milicianos capturar as instituições. Numa área controlada pelo tráfico, se a cidadã ou cidadão, não provar que votou no candidato deles, sofrerá retaliação. É gravíssimo ataque à democracia”.
Desfile – Os petistas também repudiaram a realização do desfile militar com tanques de guerra nos arredores do Congresso Nacional, na manhã desta terça-feira, 10, o que foi considerado uma clara tentativa de intimidação por parte do presidente no dia da votação da PEC do voto impresso e da sua já esperada derrota. “O golpismo é a essência desse governo. Desrespeito ao povo brasileiro que ainda sofre com a pandemia, desemprego e retorno à pobreza”, afirmou Valmir Assunção.
O deputado Waldenor Pereira destacou que a “tentativa de revelar força, revelou um presidente fraco, desesperado e tanques caindo aos pedaços nas ruas de Brasília”, enquanto Zé Neto disse que Bolsonaro não tem forças para dar golpe: “Por outro lado, age como animador da plateia para desviar a atenção, enquanto a boiada passa e o Centrão, junto com Bolsonaristas, vão vendendo o país”.
Ex-secretário de saúde da Bahia, o deputado Jorge Solla acredita que Bolsonaro seguirá com suas manobras antidemocráticas, mas ressaltou que o presidente será responsabilizado pelos seus crimes. “Ele não evitará sequer seu fim trágico atrás das grades. Ele e seus filhos. E se criarem muitos problemas, alguns militares também. Hoje eles foram desmoralizados, chacota nacional”.