24 de dezembro de 2015
Sem categoria
Imagem Reprodução
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP) trabalham no desenvolvimento de um chip que pode ser capaz de detectar 416 tipos de vírus – entre eles o da dengue, da chikungunya e do zika vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti – através de amostras clínicas de pacientes.O estudo pioneiro no Brasil é um passo importante para ajudar médicos em diagnósticos rápidos e precisos. Ao invés da conhecida virose, o médico poderá detalhar ao paciente em um único exame o quê de fato causou a doença. O trabalho está em fase final de desenvolvimento e a patente deve ser registrada no início do ano que vem. Luzes apontam as doenças – Segundo o professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP Victor Hugo Aquino, amostras de sangue coletadas dos pacientes são submetidas à verificação de 15 mil sondas presentes em cada chip aplicado em lâmina. Os pontos fluorescentes na tela do computador apontam com exatidão a presença do vírus no organismo. “A sensibilidade é bastante alta porque a amostra clínica primeiramente é processada. Cada ponto está identificado e dessa forma conseguimos identificar qual vírus está presente na amostra clínica.
Onde aparecem as marcações fluorescentes, posteriormente, são analisadas e é realizado um cálculo estatístico para ver qual o vírus presente na amostra clínica”, explica. O professor ressalta que, a princípio, o estudo foi realizado com base na ação de vírus presentes na América do Sul e transmitidos por artrópodes, que incluem insetos como o Aedes aegypti, e por pequenos mamíferos. “Esses vírus são de suma importância aqui no Brasil e em geral na América do Sul, que é uma região tropical, onde circulam muitos desses vírus. Dengue, zika, chikungunya são todos vírus transmitidos por mosquitos e tem outros vírus circulando no Brasil de grande importância, e pode vir a surgir outros vírus em outras regiões que são incluídas no nosso chip”, afirma. Desenvolvimento e próximos passos – Embora o chip esteja em fase de desenvolvimento, o próximo passo da pesquisa, segundo o professor, é ampliar a quantidade de vírus possíveis de serem detectados pelo dispositivo. “Nossa intenção, posteriormente, é incluir vírus respiratórios, causadores de encefalites, meningites, e assim sucessivamente, para facilitar o diagnóstico.” Aquino também destaca melhorias no monitoramento de doenças virais no país. “Devido à degradação ambiental que a gente está sofrendo, novos vírus vem surgindo e acometendo o ser humano. Isso dificilmente vai terminar, é preciso ter ferramentas para estar monitorando o ingresso de novos vírus e a infecção do ser humano com novos vírus.”