-------- PUBLICIDADE --------
22 de março de 2021
Brumado

A mulher que perdeu o marido, os pais e dois irmãos para o coronavírus em Brumado

(Val, a terceira da esquerda para direita, os pais e or sete irmãos – dois deles vítimas fatais da covid-19)

“Ninguém acredita, mas a gente tenta sobreviver”, diz Valdirene Porto, 51, a professora que perdeu mãe, pai, marido e dois irmãos para o coronavírus, em três semanas, de fevereiro a março deste ano, em Brumado. Tudo tão intenso que Valdirene nem conseguiu chorar a morte de todos eles. Viu as dores se atropelarem, sem viver uma por vez: “Num dia morreu meu pai, no outro, chegava a notícia que meu marido tinha morrido”. Com a dor, emagreceu 10 quilos.

As mortes aconteceram entre fevereiro e o início de março. Primeiro, foi a mãe de Valdirene. Depois, o pai, o marido e os irmãos – um deles, o mais novo, faleceu no dia em que completou 34 anos. “Não sei como estou sobrevivendo ao que estamos vivendo”, desabafa Val, como é chamada.

É ela quem, agora, se vê obrigada a resolver a burocracia resultante dessas perdas. “Estava com meu marido há 20 anos, somos pais de um menino de 14 anos, perdi meu porto seguro, sabe o que é isso?”, revela.

Pela manhã, ela sai da cama, depois de uma noite insone, e não encontra o marido. É um sinal que a lembra a devastação em sua família, que ainda não compreende o luto. “Ninguém acredita, mas a gente vai sobrevivendo”, repete Val, que pediu afastamento do trabalho como professora.
As esposas dos irmãos falecidos se viram com os filhos para criar, desempregadas. Os netos sem os avós.

Na dor de um luto em aberto, a mente de Val repassa perguntas: “E se tivéssemos feito isso? E se minha mãe não tivesse sido internada? E se meu pai tivesse fechado a mercearia? E se?”. O pai, José Luiz, era dono de uma venda, e, contrário às recomendações de alguns dos sete filhos, mantinha o espaço aberto.

“A vida”, completa Val, “deu uma guinada de 360 graus, mudou tudo”. O filho dela a pergunta porque o pai dele não teve alta. Val gostaria de responder, mas não sabe. Responder o quê, se ela faz a mesma pergunta em silêncio? “É uma dor que não passa”.


Tags:
22 de março de 2021
Bahia

Bahia registra 1.698 novos casos de Covid-19 e mais 99 óbitos pela doença

Foto Reprodução

Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 1.698 casos de Covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) e 2.786 recuperados (+0,4%). O boletim epidemiológico deste domingo (21) também registra 99 mortes. Apesar de terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro das mortes foram realizadas hoje. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), dos 768.832 casos confirmados desde o início da pandemia, 737.967 são considerados recuperados, 16.766 encontram-se ativos e 14.099 tiveram óbito confirmado.

O boletim epidemiológico da Sesab contabiliza ainda 1.094.100 casos descartados e 178.183 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas deste domingo. Na Bahia, 44.813 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Situação da regulação de Covid-19

Às 15h deste domingo, 280 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 180 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

Vacinação

Com 950.501 vacinados contra o coronavírus (Covid-19), dos quais 291.253 receberam também a segunda dose, até as 15 horas deste domingo, a Bahia é um dos estados do País com o maior número de imunizados. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) realiza o contato diário com as equipes de cada município a fim de aferir o quantitativo de doses aplicadas e disponibiliza as informações detalhadas no painel https://bi.saude.ba.gov.br/vacinacao/.


Tags:
22 de março de 2021
Cidades

Multidão acompanhou cortejo do corpo de Herzem Gusmão pelas ruas de Vitória da Conquista

Foto Reprodução

Milhares de pessoas foram às ruas de Vitória da Conquista prestar a última homenagem ao prefeito Herzem Gusmão. Já na saída do aeroporto, uma multidão aguardava pelo voo, previsto inicialmente para as 14h. No entanto, o corpo só chegou por volta das 17h do último sábado (20) no Aeroporto Glauber Rocha.

De lá, o cortejo saiu no caminhão da brigada de incêndio para a Casa de Eventos Mediterrâneo, onde ocorreu o velório restrito à família, amigos, imprensa e autoridades politicas. Pela internet, a Prefeitura de Vitória da Conquista transmitiu o velório para que a população que não pôde está presente pudesse acompanhar as últimas homenagens.

Uma das autoridades presentes na cerimônia foi o ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratras, ACM Neto. “É uma tristeza muito grande, afinal de contas Herzem foi uma pessoa muito querida. Eu tiver a oportunidade de acompanhar a trajetória da sua vida pública e sei o quanto ele era apaixonando por sua terra”, disse.

Sheila Lemos, afirmou que “perdeu um amigo”. Ela destacou, ainda, que “Vitória da Conquista perdeu um grande líder, um grande gestor. Alguém que amava muito essa terra e fez de tudo por ela. Herzem trabalhou até o último instante para fazer de Conquista esta cidade maravilhosa”.

Por volta das 19,, o corpo foi levando novamente em cortejo, desta fez para o Cemitério da Saudade, onde ocorreu o sepultamento no jazido da família em cerimônia restrita. Muita gente acompanhou pelas ruas e mais uma vez uma multidão foi formada na entrada do cemitério.

Herzem morreu na última quinta-feira (18), no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde ficou internado por quase três meses após ser diagnosticado com a Covid-19. A Prefeitura de Vitória da Conquista decretou luto oficial por oito dias pela morte do prefeito. A vice-prefeita Sheila Lemos (DEM), em exercício no cargo desde 1º de janeiro, vai assumir de forma definitiva o mandato.

Diferente das centenas de vítimas da doença na cidade, o caixão de Gusmão não precisou ser lacrado, pois a morte foi causada pelas sequelas causadas pela Covid-19 e não havia mais contaminação no momento da morte.