O dinheiro está voltando para o Brasil, afirma Alexandre Ibrahim, responsável por mercados internacionais da mais importante Bolsa do mundo, a Nyse, Bolsa de Valores de Nova York. A avaliação leva em consideração um termômetro americano: o crescente interesse de empresas brasileiras em fazer ofertas de ações nos Estados Unidos para se capitalizar e investir.
À reportagem, Ibrahim contou ter identificado uma diferença de ânimo dos empresários brasileiros durante sua mais recente visita a São Paulo, na semana encerrada em 19 de outubro.
“Eu fiquei três dias em São Paulo. Acho que as coisas estão mudando um pouco, e estão mudando mais rápido do que esperávamos, para ser honesto”, afirmou. “Fiquei muito surpreso, porque estive no Brasil dois meses antes, e o sentimento não era tão otimista quanto na semana passada. O interesse de empresários em falar conosco foi incrível.”
Esse interesse está tão elevado, diz, que, no dia em que a entrevista foi realizada, na quinta-feira (25), uma empresa de tecnologia brasileira estava na Bolsa americana procurando conhecer o processo. “Eu estava com uma delas nesta manhã, antes de conversar com você. Estava aqui, visitando a gente”, conta.
Na Nyse, o Brasil é o quarto país com mais empresas listadas -31 no total. Fica atrás de Canadá, Grande China -que inclui Hong Kong, Macau e Taiwan- e Reino Unido.
Segundo ele, as empresas estão começando a se aproximar não só da Nyse para entender o processo, mas também de bancos e advogados que poderão ajudar nos eventuais IPOs (ofertas públicas iniciais de ações) na Bolsa americana.
Ibrahim vê dinheiro voltando para o Brasil. Vai para empresas de tecnologia, como a PagSeguro, que levantou US$ 2,3 bilhões no início do ano no maior IPO realizado por um grupo estrangeiro em Wall Street desde o gigante chinês do comércio online Alibaba, que levantou US$ 25 bilhões (R$ 79 bilhões) em 2014.
Vê também recursos fluindo para gigantes como Vale e Petrobras, e para empresas que dependem do consumo interno, como as aéreas Gol e Azul.
“Eles veem o Brasil como uma boa oportunidade neste ponto. E também porque o mercado esteve tão turbulento que os investidores podem ver o Brasil subvalorizado e é o tempo certo de entrar”, diz.
A leitura de Ibrahim é que a eleição teve impacto momentâneo e natural. “Toda vez que há eleições presidenciais -vimos o que aconteceu no Chile, Peru, México, na América Latina em geral- os mercados tendem a fechar. Mesmo aqui nos EUA. Em 2016, tivemos uma eleição presidencial e as coisas desaceleraram”, diz.
Ele avalia que, se tudo ocorrer bem no processo de transição política, o ano de 2019 pode ser muito bom e o Brasil pode se tornar um grande mercado para a Nyse. Ibrahim afirma que, pelo tamanho do país, há um grande apetite por ativos brasileiros.
“O Brasil é um grande país. Há muitas oportunidades lá. Espero que as coisas se estabilizem e os investidores fiquem ainda mais confortáveis em participar no crescimento da economia brasileira, comprando ações de companhias abertas na Nyse”, disse.
Agora, a retomada esperada deve propiciar uma diversificação. Ele vê espaço para mais empresas de tecnologia na Bolsa. “O Brasil poderia, de longe, estar melhor representado porque há vários subsetores inovando e muitas fintechs (empresas de tecnologia da área financeira).”
Os consumidores que caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros mais caros em setembro. A taxa média do rotativo subiu 4,7 pontos percentuais em relação a agosto, chegando a 278,7% ao ano. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central. A taxa média é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes.
No caso do consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 259,9% ao ano em setembro, com aumento de 9,6 pontos percentual em relação a agosto. Já a taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) subiu 0,9 pontos percentuais, indo para 292,2% ao ano.
O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.
Em abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplentes no rotativo do cartão de crédito passem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Essa regra entrou em vigor em junho deste ano. Mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à cobrança os juros pelo atraso e multa.
A inadimplência das pessoas físicas caiu 0,2 ponto percentual e ficou em 1,7% e a das empresas subiu 0,4 ponto percentual, para 2%.
O mercado financeiro tirou do horizonte qualquer tipo de cautela que poderia pautar o mercado às vésperas da definição do novo presidente brasileiro e ignorou, inclusive, um dia negativo para os principais mercados de risco nesta sexta-feira (26).
O dólar recuou mais de 1%, rumo ao menor patamar de fechamento desde maio. A moeda americana cedeu 1,32%, a R$ 3,655. Considerada uma cesta 24 divisas emergentes, o real foi a que mais ganhou força ante o dólar nesta sexta -13 delas se desvalorizaram.
Já a Bolsa brasileira avançou quase 2%, completamente descolada do cenário externo, que foi de perdas expressivas. O Ibovespa fechou a 85.719 pontos, puxado pelo desempenho de empresas estatais.
As ações da Petrobras subiram quase 5%, os do Banco do Brasil e da Eletrobras avançaram cerca de 6%, e os da Cemig, perto de 7%.
Nem mesmo o resultado da pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (25), azedou o humor do mercado. Segundo o instituto de pesquisa, da vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT) se reduziu em 6 pontos, e agora o deputado tem 56% da preferência dos eleitores, ante 44% para o petista, considerando apenas os votos válidos.
“Nesta sexta, saíram outras duas pesquisas, da XP e Paraná Pesquisas, mostrando que o Datafolha pode ser contraposto”, disse Roberto Indech, da Rico Corretora (que pertence à XP).
Jair Bolsonaro foi abraçado pelo mercado financeiro como o candidato viável e ao mesmo tempo disposto a abraçar uma agenda de reformas consideradas necessárias para o reequilíbrio das contas públicas. O capitão reformado do Exército conseguiu arrebanhar o apoio adotando como guru o economista de viés liberal Paulo Guedes.
“Não vejo mercado radicalmente pró-Bolsonaro, vejo mais como anti-esquerda”, afirmou Indech.
No exterior, as Bolsas tiveram mais um dia de fortes perdas, conduzidas pelo desempenho decepcionante da Amazon e do Google no terceiro trimestre. As Bolsas americanas fecharam em forte queda.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou hoje (26) que a bandeira tarifária que será aplicada nas contas de luz em novembro será amarela. Assim, haverá uma redução na cobrança em relação aos cinco meses anteriores, quando a bandeira foi vermelha.
A bandeira amarela tem custo de R$ 1 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. Já a bandeira vermelha, que vigorava desde junho, prevê cobrança de R$ 5 a cada 100 kWh.
A justificativa para a redução na cobrança está no início do período de chuvas. Segundo a Aneel, apesar de os reservatórios ainda estarem com níveis reduzidos, a agência acredita que com o início da estação chuvosa haja elevação gradual no nível de produção de energia pelas usinas hidrelétricas.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado para sinalizar aos consumidores os custos reais da geração de energia elétrica. A adoção de cada bandeira, nas cores verde (sem cobrança extra), amarela e vermelha (patamar 1 e 2), está relacionada aos custos da geração de energia elétrica. No patamar 1, o adicional nas contas de luz é de R$ 3 a cada 100 kWh; no 2, de R$ 5.
Para evitar aumento significativo nas contas, a Aneel faz algumas recomendações aos consumidores, entre as quais de banhos mais rápidos para quem usa chuveiro elétrico, e optar por temperatura morna ou fria.
A agência sugere também a diminuição no uso do ar-condicionado e que, quando o aparelho for usado, não se deixem portas e janelas abertas. Além disso, é preciso manter limpo o filtro do aparelho. Outra sugestão é que o consumidor fique atento ao tempo em que a porta da geladeira fica aberta e que nunca se coloquem alimentos quentes em seu interior.
Outras dicas são juntar as roupas para serem passadas de uma só vez e não deixar o ferro ligado por muito tempo e, em caso de longos períodos de ausência de casa, evitar que os aparelhos fiquem no sistema stand-by (em espera). Nesse caso, o mais indicado é retirá-los da tomada
Terceiro maior segmento do varejo ampliado, as lojas de material de construção estão apresentando bom desempenho este ano. Na comparação com o ano passado, o segmento já demonstrou alta de 7%.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR), a categoria estima um aumento de 2,21% em novembro, em relação ao mesmo período do ano passado.
“Esperamos fechar o ano com um resultado favorável, mas podemos notar alguns fatores responsáveis por frear o aquecimento do mercado de construção, como o crescimento lento da renda e certa desconfiança quanto à estabilidade de emprego”, avalia o diretor executivo do IBEVAR, Nuno Fouto, que estima fechar o ano com 9% no total.
Um dos pontos que contribuem para esse resultado é o déficit do mercado imobiliário, que não não apresentou recuperação completa após a última crise.
Segundo Nuno Fouto, existem ofertas, mas também uma relativa dificuldade de vendas. “Isso possibilita o desenvolvimento do segmento, pois como as pessoas optam por não trocar o imóvel em decorrência dessa crise, elas precisam fazer a manutenção e muitas ainda fazem adaptações e reformas no geral para deixar o ambiente de sua preferência”, disse.
O relator da reforma da Previdência do governo Temer, deputado federal Arthur Maia (DEM-BA), afirmou ao Estadão que, para colocar o texto que está na Câmara em votação, depende apenas da vontade do presidente eleito.
Levantamento do jornal mostra que 227 novos parlamentares —ou 44% do total— votariam a favor de mudanças nas regras de aposentadoria no País desde que não seja a proposta que o atual governo enviou ao Congresso.
Para se aprovar uma proposta de emenda à Constituição (PEC), seriam precisos mais 81 votos para chegar aos 308 necessários. Esse apoio, porém, é o maior já registrado em todas as edições do Placar da Previdência feitas pelo diário paulista.
O dia 28 de dezembro é o prazo final para trabalhadores retirarem o abono salarial do PIS/Pasep referente ao ano-base de 2016. Até o momento, cerca de 1,85 milhão de pessoas com direito ao benefício ainda não resgataram o R$ 1,36 bilhão disponível.
O prazo limite anterior para o saque do benefício era o dia 29 de junho, mas que foi prorrogado por meio de uma resolução do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat).
Quem tem direito?
O benefício pode ser sacado pelo trabalhador que estava inscrito no Programa de Integração Social (PIS), no caso da iniciativa privada, ou no Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), no caso de servidores públicos, por ao menos 30 dias em 2016, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos.
Segundo o Ministério do Trabalho, quem esteve empregado durante todo ano, recebe o valor cheio, equivalente a R$ 954, e quem trabalhou por 30 dias, recebe o valor mínimo, R$ 80.
Motoristas que atuam pelo aplicativo 99Pop poderão abastecer seus veículos nessa quinta-feira (25) pagando apenas R$ 0,99 no valor do litro do combustível.
A promoção vale com o limite de 15m³ para carros com kit gás e 20L para os carros que rodam a base de gasolina e álcool.
O objetivo da empresa é que o desconto seja aplicado a pelo menos 1 mil colaboradores, que receberão SMS no dia anterior notificando a gratificação.
Os motoristas selecionados terão que se dirigir ao Posto Shell da Amaralina, único que participa da ação, a partir das 7 horas.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou hoje (22) que o Brasil vai exportar gado vivo ao Irã. Desde 2014, o Departamento de Saúde Animal do ministério negocia com os iranianos para a abertura deste mercado, que tem potencial de comprar inicialmente pelo menos 100 mil cabeças de bovinos do Brasil por ano.
A aprovação do Certificado Zoossanitário Internacional (CZI), que permite o embarque dos animais, foi comunicada nesta segunda-feira pela Organização Veterinária do Irã ao Departamento de Saúde Animal.
O ministério explica que a conquista desta certificação se deve ao reconhecimento de que o Brasil está livre de febre aftosa com vacinação e do chamado Mal da Vaca Louca, uma vez que a exportação de gado vivo é feita somente por países que possuem rígido controle sanitário dos seus rebanhos.
Segundo a pasta, a exportação de gado vivo também representa um canal de escoamento da produção que pode contribuir para melhorar a rentabilidade e a gestão do produtor rural, a sanidade dos animais, atender os protocolos nutricionais, gerar empregos e receita cambial.
De 2010 a 2017, a exportação de gado vivo gerou US$ 3,7 bilhões em divisas para o Brasil. No ano passado, a atividade faturou mais de US$ 276 milhões e, até julho deste ano, o volume de embarques alcançou US$ 301 milhões.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, teve um crescimento de 1,6% no trimestre encerrado em agosto deste ano, na comparação com o trimestre finalizado em maio.
O dado é do Monitor do PIB, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Na comparação com o trimestre que terminou em agosto de 2017, o crescimento foi de 1,9%, segundo a FGV. Considerando-se apenas agosto, houve altas de 0,2% na comparação com julho deste ano e de 1,9% em relação a agosto do ano passado. A alta de 1,6% do trimestre fechado em agosto em relação a maio foi acompanhada pelos três grandes setores produtivos: serviços (1,1%), indústria (2%) e agropecuária (2,5%).
Entre os segmentos da indústria, foi observada expansão na indústria da transformação (3,1%) e na construção (1,2%). O setor de eletricidade manteve-se estável e a indústria extrativa mineral recuou 1,2%. Entre os serviços, todos os segmentos tiveram alta, com destaque para os transportes (5,4%) e o comércio (2,9%).
Sob a ótica da demanda, foram registradas altas de 1,2% no consumo das famílias, 1,1% na formação bruta de capital fixo (investimentos) e de 0,6% no consumo do governo.
No setor externo, as exportações cresceram 1,3% e as importações, 3,7%.
A Petrobras anunciou hoje (19), em sua página na internet, que o preço do litro da gasolina ficará 2% mais barato em média nas refinarias de todo o país a partir de amanhã (20). Com a decisão, valor cairá de R$ 2,1490 – preço que vigorava desde o último dia 12 – para os R$ 2,1060 anunciado pela estatal para vigorar neste sábado.
O preço do litro do combustível atingiu maior valor nas refinarias no dia 14 de setembro último, quando a estatal passou a cobrar pelo litro da gasolina R$ 2,2514, preço que se manteve por 12 dias, até o dia 22 do mesmo mês, portanto por doze dias consecutivos.
A partir de então, o preço do litro da gasolina passou a registrar quedas consecutivas. No dia 25 de setembro, a estatal reduziu o preço do litro do procuto para R$ 2,2381, mantendo desde então uma tendência de queda no preço do litro da gasolina.
A última movimentação no preço do produto se deu no último dia 12 de outubro, quando o preço médio do litro nas refinarias passou a custar R$ 2,1490, preço que ficou estável por quatro dias consecutivos até o aumento anunciado hoje e que passará a vigorar a partir de amanhã.
O óleo diesel cobrado nas refinarias está em R$ 2,3606, o litro, desde o dia 30 de setembro, quando foi reajustado. Antes custava R$ 2,2964.
Imóveis financiados pelo Programa de Arrendamento, da Caixa Econômica Federal, têm imunidade tributária e não pagam IPTU, decidiu ontem (17) o Supremo Tribunal Federal.
O programa oferta casas populares à população com renda mensal de até R$ 1,8 mil por mês. O caso chegou ao STF por um recurso da Caixa, que foi condenada pela segunda instância da Justiça a pagar o tributo ao município de São Vicente, em São Paulo.
O banco estatal alegou que a Constituição garante a imunidade tributária de impostos entre o governo federal e dos estados. Além disso, a defesa da Caixa afirma que os imóveis pertencem ao patrimônio do fundo, que é da União, e não objetiva a exploração econômica.