As embaixadas dos Estados Unidos, Itália e Grécia em Kiev, na Ucrânia, foram fechadas nesta quarta-feira (20), após “informações específicas de possível ataque aéreo significativo”. De acordo com a agência de notícias Reuters, o fechamento foi definido por precaução.
“A Embaixada dos EUA recomenda que os cidadãos dos EUA estejam preparados para se abrigar imediatamente caso um alerta aéreo seja anunciado”, diz o comunicado norte-americano.
O alerta de segurança foi emitido pela embaixada dos EUA aos seus cidadãos que vivem na Ucrânia e vale para todas as regiões do país, não apenas para a capital onde o prédio está localizado. A orientação é que as pessoas acompanhem as atualizações pela mídia local e identifiquem locais de abrigo com antecedência, além de seguirem as coordenadas das autoridades ucranianas e dos socorristas em caso de emergência.
Apesar de não fechar, a embaixada da França também emitiu alerta aos seus funcionários. Já a embaixada da Alemanha abriu com capacidade limitada, segundo informação do Ministério de relações exteriores.
O alerta das embaixadas acontece um dia após a Ucrânia usar seis mísseis de longo alcance dos Estados Unidos pela primeira vez em ataque ao território russo. A ação foi autorizada pela administração do presidente Joe Biden. O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que os artefatos foram laçados em direção a Bryansk, região do sudoeste do país, perto da fronteira, durante a madrugada desta terça (19), sendo que cinco foram interceptados e um parcialmente destruído, em que os destroços caíram perto de uma área do Exército causando um incêndio sem danos estruturais. Os russos prometeram retaliação.
No último mês de outubro, o presidente Vladimir Putin disse que responderia os ataques ucranianos feitos com armas norte-americanas. Além da promessa de retaliação, o governo russo também flexibilizou os parâmetros para o uso de armas nucleares, indicando uma escalada do conflito.
A guerra entre Rússia e Ucrânia vive momento agitado. Um quinto do território ucraniano está nas mãos dos russos, enquanto tropas norte-coreanas estão posicionadas na região russa de Kursk. Existem também dúvidas sobre a ajuda ocidental com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. O candidato republicano venceu as eleições no último dia 6 derrotando a atual vice-presidente Kamala Harris, do Partido Democrata.
A senadora Damares Alves (Republicanos) teceu críticas à primeira-dama, Janja Lula, após a esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) xingar o empresário Elon Musk durante o G20, no domingo (17). Em uma série de publicações no X, a ex-ministra do governo Bolsonaro classificou o episódio como “rídiculo”, afirmando que a socióloga “não tem nenhuma condição intelectual ou postura para participar de eventos internacionais”.
“É pra isso que a Primeira-Dama do Brasil está indo nos eventos internacionais? Além de querer aparecer, ela vai aos eventos para nos envergonhar e provocar empresários estrangeiros? […] o certo era todos terem se levantado, saído do ambiente e deixado ela sozinha com o microfone nas mãos”, disse Damares.
“Cadê o Itamaraty que fez história por conta da diplomacia, qualidade e preparo de nossos diplomatas que são homens e mulheres de fino trato, inteligentes e educadas? O Itamaraty ainda não entendeu que a atual primeira-dama do Brasil não tem nenhuma condição intelectual ou postura para participar de eventos internacionais? […] Desculpa, @elonmusk! Mas saiba que esta senhora não representa as mulheres brasileiras.”, acrescentou.
Nas publicações, Damares afirmou que Janja “não representa as mulheres brasileiras” e comentou ainda sobre festas organizadas pela primeira-dama. Em um dos posts, a senadora alega que vai investigar “quanto foi gasto de recursos públicos e de verbas das estatais brasileiras” nas confraternizações em que Janja esteve à frente.
“O valor da festinha de Dona Janja custou em torno de 30 milhões de reais. Com este montante seria possível comprar mais de 666 mil cestas básicas com 13 itens. [O] Valor seria suficiente para alimentar por muitos dias mais de um milhão de pessoas. Seria suficiente para alimentar todo o Arquipélago do Marajó ou quase todo o Estado do Amapá por muitos dias. É lamentável!”, destacou.
O xingamento de Janja contra Elon Musk ganhou repercussão internacional. Diplomatas e ministros do governo Lula, nos bastidores, manifestaram-se contra a atitude de Janja. A avaliação feita é que o ataque da primeira-dama dificulte as relações entre Brasil e Estados Unidos (EUA) após a vitória de Donald Trump.
O presidente Lula chegou a comentar sobre o ocorrido. Durante um discurso no domingo (17), o mandatário alegou que não é necessário “ofender ninguém”.
“Eu queria dizer para vocês que essa é uma campanha em que a gente não tem que ofender ninguém. Nós não temos que xingar ninguém. Nós precisamos apenas indignar a sociedade. Indignar as pessoas que conquistaram o direito de comer, que a gente tem que trazer junto a essas pessoas que não têm o que comer. Porque não tem nada mais triste do que uma criança levantar de manhã e não ter um café, um copo de leite e um pão com manteiga para dormir”, disse o petista.
Em um discurso após uma série de vitórias em estados-chave que podem consolidá-lo como o próximo presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump disse que vai curar o país, pediu união e destacou o que chamou de “surgimento de uma nova estrela”: o bilionário Elon Musk, um de seus maiores apoiadores da campanha.
Trump falou à nação por aproximadamente 20 minutos em West Palm Beach, na Flórida, estado que antes era um estado-pêndulo e que se consolidou, no atual pleito, como um bastião republicano.
“É hora de deixar as divisões para trás. É hora da união”, disse ele ao celebrar o que chamou de “vitória política” sem precedentes, mesmo antes da divulgação do resultado oficial. “Nós alcançamos a coisa política mais incrível, uma vitória política que nosso país nunca viu antes.”
O republicano afirmou que os resultados lhe deram um “grande sentimento de amor” e que a nação lhe deu “um mandato poderoso”. Afirmando ter conquistado a maior parte voto popular, além de ter vencido no Colégio Eleitoral, Trump disse que os resultados significaram “uma nova era de ouro” para os EUA.
“Nós retomamos o controle do Senado. O número de vitórias no Senado foi memorável”, disse ele. “Vocês terão ótimos senadores. E parece que vamos manter o controle da Câmara dos Representantes”, afirmou.
Em nenhum momento do discurso Trump mencionou Kamala Harris, sua adversária na corrida eleitoral. Convidado a discursar brevemente, o vice na chapa de Trump, J.D. Vance, agradeceu o líder pela confiança e disse que sua vitória, tratada no discurso como certa, foi a “maior reviravolta política da história dos EUA”. Em resposta, Trump brincou dizendo que Vance havia sido “uma boa escolha”.
Além de Donald Trump e de seu vice, também estavam no palco Eric Trump e Donald Trump Jr. filhos do republicano, Melania Trump, a esposa do empresário, Dana White, o CEO do UFC, entre outros. Quase todos brancos —a exceção era Usha Vance, a esposa de V.D. Vance, cujos pais são da Índia.
O republicano ainda afirmou que a eleição representa “o maior movimento político de todos os tempos”. “Fizemos história essa noite”, disse.
Ele mencionou os “trabalhadores americanos que se esforçaram para votar”. E agradeceu Elon Musk, chamado por ele de “nova estrela”.
O clima no evento na Flórida foi se tornando de comemoração e euforia à medida que os resultados começaram a ser divulgados. Apoiadores comemoraram a arrancada de Trump nos estados da Pensilvânia e da Carolina do Norte em meio a petiscos e chocolates oferecidos pela campanha.
Os republicanos já possuíam 38 cadeiras, que não estavam em disputa. Com as 13 conquistas, chegam à maioria dos 100 representantes.
O Partido Republicano, de Donald Trump, retomou o comando do Senado na madrugada desta quarta-feira (6). Eles conseguiram chegar a 51 cadeiras ocupadas pela primeira vez em quatro anos.
Já o Partido Democrata tem, no momento, 41 cadeiras ocupadas. Eles já possuíam 28 representantes no Senado.
O Congresso se divide entre a Câmara, onde estão em jogo todas as 435 cadeiras, e o Senado, onde há 34 vagas em disputa este ano. O resultado desta terça desempenhará um papel importante na determinação da facilidade com que o vencedor da eleição presidencial governará até as próximas eleições para o Congresso em 2026.
O atual governador de Virgínia Ocidental, Jim Justice, derrotou o ex-prefeito Glenn Elliott. Eles disputavam para substituir o moderado Joe Manchin, que está se aposentando e votava como independente ao lado dos democratas no Senado.
Em Ohio, o republicano Bernie Moreno, nascido na Colômbia, conseguiu mais uma cadeira no Senado para seu partido. Ele superou o democrata Sherrod Brown, que ocupava o cargo desde 2007.
As vitórias de Justice e Moreno reverteram a vantagem democrata de 51-49 no Senado. Os republicanos ainda podem ampliar sua vantagem com possíveis triunfos em Montana, Wisconsin e Pensilvânia.
O cenário é menos claro na Câmara, onde os republicanos detêm uma estreita maioria de 220 a 212 votos, do que no Senado. Os analistas dizem que os democratas poderiam facilmente conquistar cadeiras suficientes para ganhar o controle da Câmara, embora não haja sinais de uma “onda”, semelhante à de 2018 ou 2010, que resultaria em uma mudança decisiva no poder.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu os parabéns ao republicano Donald Trump pela iminente vitória na eleição presidencial dos EUA nesta 4ª feira (6.nov.2024). Em post em seu perfil nas redes sociais, o ex-chefe do Executivo brasileiro citou um verso bíblico e publicou um vídeo de momentos em que esteve com o norte-americano durante seu mandato.
“O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”, escreveu Bolsonaro. “Este triunfo é histórico, um marco que reacende a chama da liberdade, da soberania e da autêntica democracia. Esta vitória encontrará eco em todos os cantos do mundo, impulsionando não apenas os Estados Unidos, mas também o fortalecimento da direita e dos conservadores em muitos outros países”, declarou em outra publicação.
Bolsonaro disse esperar “que a vitória de Trump inspire o Brasil a seguir o mesmo caminho”. Ele escreveu: “Que nossos compatriotas vejam neste exemplo a força para jamais se dobrarem, para erguerem-se com honra, seguindo o exemplo daqueles que nunca se deixam vencer pelas adversidades”.
O ex-presidente escreveu: “Talvez, em breve, Deus também nos conceda a chance de concluir nossa missão com dignidade e nos devolva tudo o que foi tirado de nós. Talvez tenhamos uma nova oportunidade de restaurar o Brasil como uma terra de liberdade, onde o povo é senhor de seu próprio destino. Até lá, seguiremos firmes, de pé, cada um de nós, pelo sonho de um Brasil forte, livre e fiel aos seus valores mais elevados”.
Líderes internacionais começaram a parabenizar publicamente Donald Trump pela vitória projetada pela imprensa norte-americana na disputa pela Presidência dos EUA. O presidente da França, Emmanuel Macron, falou em trabalhar junto com o republicano. “Pronto para trabalharmos juntos como fizemos por quatro anos. Com suas convicções e as minhas. Com respeito e ambição. Por mais paz e prosperidade”.
Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, disse estar “ansioso” para trabalhar com Donald Trump. “Estamos lado a lado na defesa dos nossos valores partilhados de liberdade, democracia e negócios. Do crescimento e da segurança à inovação e à tecnologia, sei que a relação especial entre o Reino Unido e os EUA continuará a prosperar”.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, reforçou o discurso de Trump sobre o “maior retorno da história”. “Seu retorno histórico à Casa Branca oferece um novo começo para a América e um poderoso compromisso com a grande aliança entre Israel e a América”.
Javier Milei, presidente da Argentina, comemorou a vitória de Trump. “Faça a América grande novamente. Você sabe que pode contar com a Argentina para executar sua tarefa”.
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Mark Rutte, reforçou a aliança com a entidade. “Sua liderança será novamente a chave para manter nossa aliança forte. Estou ansioso para trabalhar com ele novamente para promover a paz através da força através da Otan”.
Na campanha, Trump chegou a dizer que incentivaria os russos a fazerem “o que quiser” com aliados da Otan que não pagam pela defesa conjunta. Os aliados ocidentais também temem que uma presidência do republicano signifique uma redução da ajuda militar à Ucrânia por parte dos Estados Unidos, que impulsionou o apoio de toda a Otan a Kiev e foi seu maior apoiador.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, foi outro líder internacional a se parabenizar Trump. “Lembro-me do nosso grande encontro com o presidente Trump em setembro, quando discutimos em detalhes a parceria estratégica Ucrânia-EUA, o Plano de Vitória e maneiras de pôr fim à agressão russa contra a Ucrânia”.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que os EUA e a Itália são nações “irmãs”. “A Itália e os Estados Unidos são nações ‘irmãs’, ligadas por uma aliança inabalável, valores comuns e uma amizade histórica. É um vínculo estratégico, que estou certo que iremos agora reforçar ainda mais. Bom trabalho, presidente”..
Outros líderes internacionais também parabenizaram o republicano pela projeção de vitória (veja mais abaixo). Entre eles, Viktor Orban, primeiro-ministro da Hungria, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
Donald Trump venceu a disputa pela Casa Branca contra Kamala Harris e chega à Presidência dos Estados Unidos pela 2ª vez.
Segundo o jornal The New York Times, o republicano alcançou a marca de 276 delegados dos 270 necessários, ante 223 da candidata democrata.
De acordo com agências internacionais, Trump superou a performance que teve na eleição de 2020, quando foi derrotado pelo atual presidente Joe Biden.
Ele derrotou Kamala Harris em estados decisivos como Pensilvânia desde áreas rurais até centros urbanos.
Antes mesmo do fim da contagem oficial, após a Fox News projetar sua eleição, Trump já havia feito o tradicional discurso de vitória.
“Vamos ajudar nosso país a se curar. Vamos consertar nossas fronteiras, consertar tudo no nosso país. Fizemos história, superamos obstáculos. É uma vitória política que nosso país nunca viu antes”, disse Trump.
“O governo Lula não tem projeto para o país e que passou um sinal negativo ao mudar as metas do próprio arcabouço fiscal que criou no ano passado”. A afirmação é do ex-presidente da República Michel Temer, 84 anos. Mandatário entre setembro de 2016 e dezembro de 2018, Temer instituiu em sua gestão o chamado teto de gastos, que corrigia o gasto do ano corrente pela inflação do anterior
“A sensação que eu tenho é que este governo não tem um projeto. Ou, se o tem, tem às escuras, não às claras. Não lança para a população”, diz Temer. Temer também aprovou a reforma trabalhista, além de ter iniciado as discussões da previdenciária, finalmente aprovada em 2019, no governo Jair Bolsonaro (PL).
O ex-presidente afirma que a fase de radicalização política no Brasil está ficando para trás e que o desempenho positivo de seu partido, o MDB, no último pleito seria prova disso. Temer participou nesta terça-feira (29) do Lide Brazil Conference, em Londres, promovido por Folha, UOL e Lide.
“Assim que eu cheguei no governo, percebi que a economia não se resolve num passe de mágica. Você não reduz os juros nem a inflação com uma única medida. É preciso uma série delas. Por isso, optamos pelas reformas, começando pelo teto de gastos”, lembra.
O governo dos Estados Unidos reforçou o apoio militar a Israel durante a nova fase da guerra no Oriente Médio com bombardeios massivos contra o Líbano. O Departamento de Defesa estadunidense informou que “alguns milhares” de militares serão enviados ao Oriente Médio para proteger Israel, além das instalações e dos interesses do país na região.
“Eles estão lá para a proteção das forças dos Estados Unidos, e estão lá, caso sejam necessários, para a defesa de Israel”, afirmou em coletiva de imprensa a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, acrescentando que “apoiamos o direito de Israel à autodefesa”.
“Continuamos a nos envolver com eles em discussões sobre o melhor caminho a seguir”, afirmou.
Estima-se que os recentes bombardeios contra o Líbano mataram mais de 1 mil pessoas em pouco mais de uma semana, deslocando, ao todo, 1 milhão de habitantes da região, segundo agências das Nações Unidas (ONU).
O Pentágono informou que dois porta-aviões continuam de prontidão no Mar Mediterrâneo e que será ampliada a presença de aeronaves nos próximos dias.
“Essas forças aumentadas incluem aeronaves de caça F-16, F-15e, A-10, F-22 e pessoal associado. O secretário [de Estado] também aumentou a prontidão de forças adicionais dos EUA para mobilizar, elevando nossa preparação para responder a várias contingências em toda a região do Oriente Médio”, disse a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh.
Nesta segunda-feira (30), o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin III, conversou por telefone com o ministro de Defesa israelense, Yoav Gallant, e reforçou o apoio de Washington a Tel-Aviv.
“Austin reafirmou o apoio dos Estados Unidos ao direito de Israel de se defender contra o Irã, o Hezbollah libanês, o Hamas, os Houthis e outras organizações terroristas apoiadas pelo Irã. Eles concordaram sobre a necessidade de desmantelar a infraestrutura de ataque ao longo da fronteira para garantir que o Hezbollah libanês não possa conduzir ataques no estilo de 7 de outubro nas comunidades do norte de Israel”, informou o secretário de imprensa do Pentágono, major general Pat Ryder.
O ministro de Defesa de Israel enfrenta, ao lado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, um pedido de prisão da promotoria do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, por crimes contra a humanidade na Faixa de Gaza.
Desde o dia 7 de outubro de 2023, quando o grupo palestino Hamas atacou Israel dando início ao conflito no Oriente Médio, os Estados Unidos têm apoiado seu principal aliado na região com bilhões de dólares em recursos e armas.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, diz que o governo Lula (PT) se planejou para enfrentar a crise de seca e incêndios, mas reconhece que as estratégias ficaram aquém da realidade que se impôs.
“O que nós estamos descobrindo agora é que [o planejado] não foi suficiente. E ter essa clareza e essa responsabilidade de não querer mascarar a realidade ou minimizar a realidade faz parte de uma postura republicana diante da sociedade”, afirma.
O Brasil vive a pior seca já registrada. Peru, Bolívia e Portugal declararam emergência ou calamidade em razão de queimadas. A estiagem extrema deixou o sul da África com falta de alimentos. A amazônia queima em incêndios gigantes.
A ministra diz ver um mundo despreparado para enfrentar a crise climática, e admite que isso inclui, de certa forma, o governo brasileiro.
“A humanidade tem que chegar à conclusão de que não está preparada e que não está preparada porque não ouviu os reclames da ciência”, disse ao podcast Café da Manhã, da Folha.
A insuficiência da ação governamental é apontada por pessoas de dentro e de fora do governo, virou munição política para a oposição e pressionou a gestão petista —que intensificou anúncios nas últimas duas semanas.
Lula afirmou que vai tirar do papel a autoridade climática, órgão idealizado por Marina e que era promessa de campanha, e criar o Plano de Enfrentamento aos Riscos Climáticos Extremos e o marco regulatório da emergência ambiental —duas propostas feitas pela ministra.
Também potencializou multas por incêndios florestais (demanda da ala ambiental por penas mais duras contra crimes ambientais) e flexibilizou repasses aos estados para combate a queimadas (uma cobrança de governadores).
Tudo às vésperas da semana do clima da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, onde Lula e Marina cumprem agendas.
Diante do tamanho da crise, a ministra enxugou sua viagem aos Estados Unidos para voltar antes ao Brasil, mas argumenta que a situação não desmoraliza a imagem do país diante do mundo, pelo contrário, na sua visão, reforça a urgência da pauta ambiental.
“Obviamente que, quando você está nesse lugar, você pode ser cobrado. Ser cobrado não é problema. Agora, obviamente que os países desenvolvidos, para cobrar, eles precisam também fazer o aporte dos recursos que ficaram acordados no Acordo de Paris [e que nunca foram feitos]. E o Brasil tem conseguido reduzir o desmatamento sem precisar de ajuda externa”, afirma.
“O Brasil é vítima da mudança do clima. O Brasil é um país vulnerável”, diz também.
Para integrantes do governo e autoridades policias, ao menos parte dos incêndios que atingem o país são criminosos —e com “indicativos” de conotação política, acrescenta Marina.
Ela lembra que equipes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e da Polícia Federal já foram atacadas antes, durante ou após ações de repressão a crimes ambientais.
Relata que, em visita de Lula a comunidades da Amazônia, na ida, não foram vistos incêndios. Na volta, porém, vários focos de fumaça foram registrados pela janela do avião —indício de que alguém queimou propositalmente aquela área, sabendo que a aeronave presidencial passaria por ali, segundo avalia Marina.
“Houve ali uma tentativa, no meu entendimento, de fazer uma afronta. Estavam passando o presidente, o ministro da Defesa, as autoridades da República”, afirma.
Ela cobra que os incêndios criminosos sejam investigados e responsabilizados, diferente do que aconteceu nos últimos.
Integrantes do governo dizem acreditar que a urgência da crise ajude no avanço das propostas ambientais mesmo diante de um Congresso que já impôs uma série de derrotas a Lula, é crítico a Marina e, nos últimos anos, atuou para flexibilizar as leis de proteção ao meio ambiente.
“Espero que, inclusive, medidas que significaram um retrocesso no passado possam ser corrigidas, que a gente tenha uma curva de aprendizagem que nos coloque no caminho de ajudar, que todos possam contribuir para resolver esses problemas. Todos, independente de esquerda, direita ou centro, têm que assumir a agenda da sustentabilidade. Só os negacionistas é que vão insistir que não existe mudança do clima”, afirma a ministra.
O panorama político, porém, ainda não é certo, e membros do governo admitem, por exemplo, que será difícil aprovar no Congresso o projeto de autoridade climática se o órgão estiver sob o guarda-chuva do Meio Ambiente, como quer Marina.
Enquanto ambientalistas preveem um ano de 2025 com tanto ou mais eventos extremos que 2024, cresce a pressão por investimentos do governo em prevenção e adaptação, uma vez que a estrutura existente já se mostrou insuficiente para a realidade atual.
“É um processo, é dinâmico, né? Acho que ninguém consegue, com alguma responsabilidade, dizer que um país, qualquer que seja, estará 100% preparado para enfrentar essas situações [nos próximos anos]. Talvez estivéssemos, se tivéssemos começado [a nos preparar] em 1992”, diz Marina Silva, citando o ano da conferência Rio-92.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmou neste domingo (22) que, se o movimento xiita libanês Hezbollah, aliado do Irã, ainda não compreendeu a mensagem de Israel após a escalada de ataques nos últimos dias, o grupo irá “entender” isso mais tarde.
“Nos últimos dias, infligimos ao Hezbollah uma sequência de golpes que ele não imaginava”, disse Netanyahu em hebraico, numa breve mensagem de vídeo.
“Se o Hezbollah não entendeu a mensagem, prometo que a entenderá”, acrescentou num vídeo divulgado após mais uma noite de intensa troca de foguetes transfronteiriços e do ataque de sexta-feira em Beirute.
“Estamos determinados a garantir que o povo do norte possa regressar à casa em segurança. Nenhum país pode tolerar disparos contra os seus residentes, contra as suas cidades, e nós, o Estado de Israel, não o faremos. Também não o toleraremos”, avisou.
Israel intensificou significativamente os seus ataques contra o grupo libanês esta semana, matando pelo menos 17 combatentes, incluindo dois comandantes, num atentado à bomba em Beirute que também deixou três menores e sete mulheres mortas, segundo as autoridades libanesas.
“Estamos determinados a devolver os nossos residentes do norte em segurança às suas casas”, continuou Netanyahu, referindo-se aos 60 mil israelitas que permaneceram longe das comunidades fronteiriças há cerca de 11 meses.
“Faremos tudo o que for necessário para restaurar a segurança”, concluiu.
Hoje de madrugada, o Hezbollah disparou cerca de “150 foguetes, mísseis de cruzeiro e drones’” contra o norte de Israel, segundo um comunicado militar, causando danos em algumas casas e incêndios no distrito de Haifa, entre outros, sem causar vítimas.
Horas antes, Israel tinha bombardeado cerca de 290 “alvos” do Hezbollah no sul do Líbano, incluindo milhares de lançadores de foguetes e infraestruturas militares, numa escalada de fogo cruzado entre os dois desde o início da guerra em Gaza.
A situação suscita receios de eclosão de uma guerra aberta na região, apesar de o Hezbollah ter reconhecido não querer chegar a esse ponto e insistido que os seus ataques contra o norte de Israel cessariam se um acordo de cessar-fogo fosse alcançado em Gaza.
Entretanto, o Ministério da Saúde do governo do Hamas, no poder na Faixa de Gaza, anunciou hoje um novo número de 41.431 mortes no território palestiniano desde o início da guerra com Israel, em outubro de 2023.
Pelo menos 40 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas, refere um comunicado do movimento pró-iraniano, acrescentando que 95.818 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza desde o início do conflito.
Um israelense foi preso acusado de planejar o assassinato do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a mando do Irã. A prisão aconteceu no mês passado, mas a polícia israelense divulgou o caso apenas nesta quinta-feira (19). Segundo um comunicado conjunto da Polícia de Israel e do Shin Bet – o serviço secreto do país –, o homem teria vivido por um tempo na Turquia, onde foi apresentado a um empresário iraniano chamado Eddy. Os dois conversaram, inicialmente, por meio de uma ligação telefônica. A informação é de uma matéria do Metrópoles.
O primeiro contato pessoal entre o cidadão de Israel e o suposto agente do Irã aconteceu em maio de 2024. Nessa reunião, o israelense foi apresentado a um suposto agente iraniano, chamado Haja. Durante o encontro, Eddy teria convidado o israelense a realizar missões para o regime iraniano dentro do território de Israel, como a transferência de dinheiro e armas, além de identificar e fotografar potenciais locais para ataques em massa, acrescenta o Metrópoles.
De acordo com autoridades, o homem viajou para o Irã pela segunda vez em agosto deste ano, escondido na cabine de um caminhão.Durante o novo encontro com Eddy, o cidadão de Israel foi apresentado a outros agentes do Irã, e recebeu uma proposta para assassinar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O Metrópoles aponta que além do premiê israelense, iranianos teriam apontado o nome de outras autoridades de Israel que deveriam ser mortas, como o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o chefe do Shin Bet, Ronen Bar.
“Os funcionários dos serviços secretos iranianos também pediram que se analisasse a possibilidade de assassinar outras figuras importantes, como o antigo primeiro-ministro, Naftali Bennet, como vingança pelo assassinato de Ismail Haniyeh em solo iraniano”, disse um trecho do comunicado da Polícia de Israel em conjunto com o Shin Bet.
O israelense teria cobrado um adiantamento de US$ 1 milhão para realizar as missões a mando do governo do Irã. Os agentes iranianos, no entanto, teriam se recusado a pagar a quantia. Segundo autoridades israelenses, apesar de não ter concluído nenhum dos planos sugeridos pelos agentes do Irã, o homem chegou a receber 5 mil euros (cerca de R$ 27 mil) por participar das reuniões. A identidade do israelense não foi revelada pelas autoridades, acrescenta o Metrópoles.