-------- PUBLICIDADE --------
23 de abril de 2022
Brasil

Militares do governo deram aval a indulto de Bolsonaro a Silveira, diz Sadi

Foto Reprodução

A decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de conceder a “graça constitucional” ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) passou pelo crivo dos militares integrantes do governo. A informação é do Blog da Andréia Sadi, no G1, segundo o qual a manobra foi costurada pelo “núcleo bolsonarista raiz”, contrariando recomendações do centrão.

Segundo a jornalista, o presidente havia sido aconselhado resolver a questão de Silveira através do Legislativo, pressionando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) a salvar o mandato do parlamentar.

Ainda de acordo com a publicação, Bolsonaro decidiu ignorar o caminho apontado e aderir ao “núcleo duro” de assessores, integrado pelo o subchefe de Assuntos Jurídicos do governo, Pedro Cesar Sousa;
o secretário de Governo, Celio Faria; o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jorge Oliveira – indicado por Bolsonaro e considerado praticamente da família do presidente; e o Advogado-Geral da União, Bruno Bianco.

Conforme apurou a jornalista, a medida tomada por Bolsonaro foi comemorada pelos militares atuantes no governo, que, em meio à briga travada com o centrão por mais poder, viram a oportunidade para retomar o protagonismo junto ao presidente. Além de avalizar o indulto, eles também estariam por trás da intensificação dos discursos de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas.

A motivação para a ofensiva dos militares ao Supremo Tribunal Federal (STF) seria a insatisfação com a anulação das decisões contra o ex-presidente Lula (PT) na operação Lava Jato e a liberação de áudios Superior Tribunal Militar (STM) com a admissão de tortura durante a ditadura.

Segundo a jornalista, nos bastidores os generais demonstram irritação com a “retomada do assunto”, pois avaliam que os áudios prejudicam a imagem das Forças Armadas. Em entrevista ao blog, um general afirmou que, ao conceder o indulto, Bolsonaro aproveitou para “marcar posição e mostrar limites” para o STF e disse duvidar que a Corte derrube o decreto presidencial.