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2 de maio de 2019
Brasil

Azul anuncia saída de associação das empresas aéreas

Foto Rede Acontece

A Azul anunciou nesta quarta-feira (1º) sua saída da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas). A entidade foi fundada pela Azul e também pelas empresas Latam, Avianca e Gol. Em nota, a Azul disse reconhecer as contribuições da Abear, mas que agora refere representar seus interesses de “forma direta”. “Entendemos que nosso diálogo com a sociedade civil, autoridades, órgãos competentes e demais stakeholders deve ser feito diretamente pela companhia”, afirmou John Rodgerson, presidente da Azul, em comunicado divulgado. O foco mais recente de divergência entre a Azul e as outras duas grandes empresas do setor, Latam e Gol, se deu na esteira da crise da Avianca Brasil, que entrou em recuperação judicial em dezembro de 2018. A Azul divulgou em março um plano para comprar a maior parte dos ativos da Avianca Brasil, mas foi surpreendida semanas depois por anúncios da Latam e da Gol, também interessadas em entrar na disputa. A iniciativa de Gol e Latam incomodou não só a Azul, mas também o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que manifestaram preocupação com a

A Azul também era a única companhia aérea do país contra a abertura de capital estrangeiro. Em entrevista à Folha em 2017, Rodgerson afirmou que não faria sentido abrir o setor no Brasil enquanto em outros países ele não está 100% aberto a capital externo. “Se uma empresa aérea americana ou chinesa fosse dona de 100% do capital de uma brasileira, ela ia passar a crise aqui? Na crise, nenhum voo ficou rentável. O que teria ocorrido? Todas as aeronaves dela teriam sido levadas para a Ásia, ou aos EUA, qualquer lugar”, afirmou, na ocasião. “E o Brasil ia ficar sem porque avião não é um ativo que você instala no país e ele fica fixo como se fosse uma fábrica. São poucos os países no mundo que têm 100% de capital estrangeiro.”

No final de 2018, voltou a falar do assunto, dizendo-se favorável à abertura “desde que possamos lutar com as mesmas armas”. “Se quer abrir [para o capital estrangeiro], vamos abrir para tudo, abrir slots [pousos e decolagens] em Congonhas. Seria perfeito para nós.” Entre as disparidades com outros mercados, o presidente da Azul citou, no ano passado, o custo de dívida das companhias brasileiras em comparação com a dos Estados Unidos, que é mais alto, o preço do combustível, o prazo de financiamento de ativos e as regras para pilotos.