Nascido no Brasil e radicado nos Estados Unidos, o físico Marcelo Gleiser foi anunciado vencedor do prêmio Templeton, concedido pela fundação de mesmo nome a pessoas que tenham contribuído à afirmação da dimensão espiritual da vida. A honraria lhe renderá algo em torno de R$ 5,5 milhões. Formado pela PUC do Rio de Janeiro no início da década de 1980, Gleiser atualmente é professor de Física e Astronomia e ocupa a cátedra Appleton de Filosofia Natural no Dartmouth College, em Hanover, nos EUA. Em entrevista ao jornal O Globo, o físico explicou que seu trabalho é focado em questões fundamentais sobre a origem do universo e da vida. “Minhas questões são mais existenciais. O grande ponto é que hoje em dia é possível trabalhar em ciência e em questões que tenham uma natureza filosófica, sobre o significado da vida, da nossa relação com a natureza. É nessa parte que eu me encaixo”, resume. Considerado uma espécie de Nobel da espiritualidade, o prêmio Templeton já foi entregue a personalidades como Madre Teresa de Calcutá e Dalai Lama.
A partir da última terça-feira, 19, Brasil e México passam a ter, pela primeira vez, livre-comércio de veículos e autopeças. Significa que montadoras instaladas nos dois países poderão exportar e importar produtos sem qualquer barreira comercial como cotas e Imposto de Importação. Até agora, o acordo entre as duas partes previa cotas isentas de impostos. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) defendia a prorrogação, por mais três anos, do sistema de cotas alegando que a competitividade da indústria brasileira é muito inferior à do parceiro, que tem carga tributária interna menor, infraestrutura mais eficiente tem elevada escala por exportar a maior parte de sua produção para os Estados Unidos. O receio é de que as matrizes das empresas prefiram investir no México em vez do Brasil. “Vamos observar se isso vai impactar os novos investimentos; as empresas vão avaliar a nova situação para poderem tomar suas decisões”, disse ontem o presidente da Anfavea, Antonio Megale, que foi informado oficialmente da decisão dos dois governos por volta das 19h. Segundo ele, também havia um problema com a definição do conteúdo local (origem das peças usadas nos veículos). O acordo que expira hoje previa menos de 35% de conteúdo regional, dependendo do tipo de peça. Esse porcentual sobe agora para 40%. “Esse tema era para ter sido discutido no ano passado, mas como houve troca de governos nos dois países não houve essa negociação”, disse Megale. O setor teme que muitas das peças usadas nos carros mexicanos venham de outros países. Diferente de anos atrás, quando registrava superávit, o Brasil hoje importa mais do que exporta para o México. Os dois países têm acordo comercial no setor automotivo desde 2002. A última renovação ocorreu em 2015, data inicialmente prevista para o início do livre-comércio, mas foram mantidas as cotas por mais cinco anos, com valores aumentando 3% a cada ano. Nos últimos 12 meses, entre março de 2018 e março deste ano, a cota era de US$ 1,7 bilhão para cada país. Segundo fontes do Ministério da Economia, no curto prazo o efeito do livre-comércio será quase nulo porque o volume importado pelo Brasil do México está 14% abaixo do que prevê a cota atual. A mudança no acordo só deve ter impacto sobre o mercado quando a atividade econômica acelerar. Os carros importados do México são produtos de maior valor agregado, como Volkswagen Jetta e Tiguan, Chevorlet Tracker e Equinox, Ford Fusion, Audi Q5 e Nissan Sentra. Do Brasil para lá seguem modelos de menor porte e valor, como Gol, up!, Ka, Onix, Civic e EcosSport. Por enquanto, a mudança para o livre comércio valerá apenas para automóveis e comerciais leves, com a inclusão dos caminhões e ônibus a partir do ano que vem. Uma outra fonte do Ministério da Economia afirmou que o acerto entre os dois países servirá para pressionar a Argentina a aceitar também o livre-comércio para o setor automotivo com o Brasil. Assim como em relação aos veículos mexicanos, os modelos argentinos que chegam ao País também são de maior valor agregado. O acordo atual com os argentinos vai até junho de 2020 e prevê que, para cada US$ 1 importado da Argentina em veículos e autopeças, US$ 1,5 pode ser exportado pelo Brasil livre de Imposto de Importação. O Ministério da Economia deve divulgar hoje nota com os detalhes das novas condições do acordo entre Brasil e México. As conversas entre os dois países demoraram para começar porque os dois governos são comandados por presidentes recém-empossados, Jair Bolsonaro, no cargo desde o início de janeiro, e Andrés Manuel López Obrador, empossado no início de dezembro. As negociações nos últimos meses ocorreram apenas entre os governos dos dois países, sem as participações das entidades representativas das montadoras dos dois países
O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil, Antonio Spilimbergo, disse hoje (15), em um evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, que a reforma da Previdência proposta pelo governo brasileiro, apesar de ser “forte”, não é suficiente para resolver o problema fiscal do país. “Reformas adicionais são necessárias para restaurar a sustentabilidade fiscal do Brasil”, disse. Na avaliação do economista do FMI, o cumprimento do teto de gastos nos próximos anos vai exigir grandes reformas fiscais, o que inclui a redução das despesas públicas obrigatórias, atreladas à Constituição e de difícil corte. “A economia está presa em um ciclo de baixo crescimento e alto endividamento. A medida que fixa um teto para a alta dos gastos públicos, aprovada no governo de Michel Temer, foi um primeiro passo, mas é preciso mais”, acrescentou.
A informação de que os jovens responsáveis pelo massacre na cidade de Suzano, em São Paulo, eram jogadores assíduos de games violentos reacendeu um questionamento na sociedade: jogos de combate com armas podem ou não influenciar o indivíduo a realizar ataques contra a vida de outras pessoas? Especialistas sinalizam que sim, games podem induzir a ações violentas, mas não são fatores determinantes para tais crimes. Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, invadiram na última quarta-feira (13) a Escola Estadual Professor Raul Brasil, onde já estudaram, e iniciaram um tiroteio, assassinando cinco estudantes entre 15 e 17 anos, todos do sexo masculino, além de duas funcionárias. Segundo investigações da polícia, os assassinos utilizavam com frequência uma lan house para jogar CS (Counter Strike), Call of Duty ou Mortal Kombat. “Não posso dizer que o fato desses meninos utilizarem esse tipo de jogo foi o único fator que determinou essa atitude. Não, porque tem outras pessoas que acessam esse tipo de jogo, mas encaram como jogo. Eu li algumas coisas e vi que eles passaram por bullying. Não sei se isso foi comprovado, mas também não é só o bullying. A gente tem que ver como era dentro de casa, a relação com a família. No geral, a gente utiliza a palavra que pode, pode influenciar, mas não que seja o único fator influenciador, um fator determinante para isso acontecer”, explicou a psicóloga Daniela dos Santos, Continue lendo…
Membros do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) e especialistas cobraram a participação efetiva da sociedade civil e das comunidades locais em processos decisivos que envolvam mineradoras. Eles foram ouvidos em audiência pública promovida na última quinta-feira (14) pela Comissão de Meio Ambiente (CMA). Segundo os representantes dos atingidos por barragens, as vítimas da mineração, as famílias que têm suas vidas afetadas pela construção desses empreendimentos e os trabalhadores dessas empresas precisam ser consultados e informados sobre os riscos e os planos de prevenção de acidentes. Para Leandro Scalabrin, do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), é inadmissível que a sociedade civil não tenha espaço em comissões internas de prevenção de acidentes de barragens de mineração e outras obras de grande impacto social e ambiental. Ele afirmou que se a participação de funcionários e da população fosse efetiva em Brumadinho, a tragédia, que deixou mais de 200 mortos, poderia ter sido menos grave. Segundo ele, o escritório e o refeitório não deveriam ficar abaixo da barragem. — Se a Cipa [comissão interna de prevenção de acidentes ] de Brumadinho tivesse participação efetiva, jamais o escritório e o refeitório estariam onde estavam. A comunidade não tem conhecimento dos planos de evacuação — criticou, referindo-se aos atingidos pelo rompimento da barragem de rejeitos tóxicos da mineradora Vale, que no fim de janeiro soterrou centenas de pessoas e destruiu o Rio Paraopeba. A opinião é compartilhada pelo defensor nacional de Direitos Humanos, Eduardo de Queiroz. Para ele, é preciso garantir que todos que vivam em áreas de risco tenham conhecimento dos possíveis impactos de um rompimento e Continue lendo…
Foi publicada na última quinta-feira (14), no Diário Oficial da União (DOU), a Medida Provisória (MP) 876/2019. O governo argumenta que o objetivo é melhorar o ambiente de negócios no Brasil, mediante a simplificação e a desburocratização do registro de empresas. A MP prevê o registro automático nas juntas comerciais de firmas constituídas como Empresário Individual, Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) e Sociedade Limitada (LTDA), quando preenchidos determinados requisitos. Caso esses requisitos não sejam atendidos, ainda assim, os atos devem ser efetivados no prazo já vigente desde 2007, de dois dias úteis. Na mensagem enviada ao Congresso Nacional, o governo informa que, de acordo com dados das juntas comerciais, esses tipos de empresa representam 96% das empresas que procuram registro — sendo que atualmente menos de 1% desses pedidos são indeferidos após análise dos documentos. (Fé pública). A MP também estabelece que a declaração do advogado ou do contador da empresa passa a ter fé pública. Na prática, quando o advogado ou o contador que representa a empresa atestar verbalmente, na hora do atendimento, a autenticidade de documento relativo à empresa que estiver representando na junta comercial, não precisará haver cópia autenticada. O governo argumenta que a exigência de autenticação de documentos em cartório é medida arcaica e que há tempos já vem sendo objeto de dispensas e relativizações. O Executivo também observa que a possibilidade de declaração de autenticidade por advogados já é uma realidade há anos em processos judiciais. A MP será analisada por uma comissão especial formada por deputados e senadores. Depois da análise na comissão, o texto será enviado para a Câmara dos Deputados e, se aprovado, seguirá para o Senado.
A mãe de um dos atiradores que invadiram a escola estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, afirmou ontem (13) que o filho abandonou os estudos a um ano de concluir o ensino médio, por sofrer bullying. Tatiana Taucci, mãe de Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, disse à Folha de S. Paulo que a família não desconfiava que o jovem tivesse qualquer comportamento violento. No entanto, ele dedicava muito tempo à internet e aos jogos de computador. A mãe do jovem enfrenta problemas de dependência química, o que o levou a ser criado pelos avós. Com a morte da avó, quatro meses atrás, Guilherme passou a dar sinais de tristeza permanente.
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Os dois atiradores, confirmados como Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, eram ex-alunos da escola Raul Brasil. Um deles, Guilherrne, estudou na escola até o ano passado e tinha problemas (que não foram citados). Um inquérito foi aberto, e já houve uma reconstituição no local. Quando entraram na escola, eles atiraram primeiro na coordenadora Marilena Ferreira Vieira Umezo, depois em uma funcionária da escola, reconhecida como Eliana Regina de Oliveira Xavier, e então miraram os alunos. Cinco estudantes e as duas funcionárias da escola morreram. Os atiradores se mataram. Segundo o governo paulista, os feridos são Leticia Melo Nunes (removida para o Hospital Santa Maria), Samuel Silva Felix (levado para o Hospital Santa Maria), Beatriz Gonçalves, Anderson Carrilho de Brito, (atendido no Hospital Santa Maria) Murilo Gomes Louro Benite (está no Hospital das Clínicas), Jennifer Silva Cavalcanti (Hospital Luzia de Pinho Mello, em Mogi das Cruzes), Leonardo Vinicius Santana, Adna Bezerra e Guilherme Ramos. O estado de saúde dos feridos não foi informado.
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A merendeira Silmara Cristina Silva de Moraes de 54 anos revela ter ajudado a esconder 50 estudantes na cozinha durante ataque que deixou pelo menos 10 mortos na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na manhã desta quarta-feira (13). Dois adolescentes invadiram a escola e atiraram contra alunos e funcionários. Em seguida, eles cometerem suicídio. Os autores do ataque já foram identificados. A merendeira revelou em entrevista ao G1 que foi feita uma barricada com geladeira e freezer para sobreviveram ao ataque. Uma mesa foi usada como escudo. “Nós estávamos servindo merenda e aí começou os ‘pipoco’ e as crianças entraram em pânico. Abrimos a cozinha em começamos a colocar o maior número de crianças dentro e fechamos tudo e pedimos para eles deitarem no chão”, relata.”A gente deitou no chão e nós não vimos nada com medo que atirassem. Mas graças a Deus nada aconteceu com quem não estava lá. Eu arrastei a geladeira e o freezer para fazer uma barricada e ficamos atrás. A mesa viramos e fizemos um escudo para proteger as crianças. Ficamos acuados em um canto só, se acontecesse alguma coisa ele ia pegar muita gente”, conta. “Foi muito desesperador, porque foi muito tiro, muito tiro mesmo e era muito pânico”, afirmou ao G1. Silmara disse ainda que os assassinos pareciam andar por todo lado. “Parecia que procuravam alguém. Iam para lá e para cá atirando muito. Nós não vimos nada. A gente abaixou e ficou escutando o movimento. Isso durou te 10 a 15 minutos mais ou menos”.
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O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) colocou-se à disposição do governo do estado de São Paulo para colaborar no caso da tragédia na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, a 57 quilômetros de São Paulo. O ataque de dois atiradores deixou mortos e feridos no colégio. Os presidentes do Senado e da Câmara prestaram solidariedade às famílias das vítimas. “O grave atentado à Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), que provocou o trágico assassinato de crianças e funcionários e presta solidariedade aos familiares neste momento de dor e tristeza. Os fatos ainda estão sendo apurados pelas autoridades competentes e o Ministério se coloca à disposição do governo do estado de São Paulo.” O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse prestou solidariedade às famílias das vítimas, via Twitter. “É com perplexidade que recebi, a notícia do tiroteio no colégio estadual Raul Brasil, em Suzano-SP. Eu me solidarizo às famílias das vítimas e espero que as reais causas dessa tragédia sejam descobertas.” O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou também as redes sociais para dizer que o momento é de união. “A tragédia de Suzano, hoje, mostra que é hora de o Brasil unir forças e competências para compreender o que houve e impedir a repetição de massacres como este. Precisamos ser solidários com as famílias, parentes e amigos das crianças e dos funcionários da escola Raul Brasil.
“Estava saindo do banheiro quando ouvi um barulho de explosão, mas achei que fossem os meninos brincando de atirar bombinha. Eles sempre fazem isso. Mas ouvi outras dez, quinze explosões e então percebi que eram tiros”, conta Maria Paula Guimarães de Lima, de 16 anos, que estuda e estava na escola estadual Raul Brasil, em Suzano (SP). Segundo a estudante, antes de ir ao banheiro, ela tinha ido à secretaria da escola, onde os atiradores começaram a atirar. “Quando percebi que eram tiros de verdade e ouvi os professores gritando, voltei para o banheiro para me proteger. Havia umas dez pessoas se escondendo comigo, nós ficamos rezamos, pedindo para viver”, conta a estudante. Ela diz acreditar que ficou entre 30 e 40 minutos dentro do banheiro e só saiu do esconderijo minutos após os tiros cessarem. “A gente não sabia o que estava acontecendo. Eu peguei meu celular e liguei pra polícia e só saí de lá quando senti que não havia mais perigo”, conta. Maria Paula diz que a escola tinha algumas brigas entre alunos, mas “nada sério” e que tenha chegado à direção. “Eu estudo aqui há dois anos, nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Eu gosto da minha escola, dos meus amigos, nunca pensei que alguém pudesse querer nos machucar”, contou a jovem, que estava do lado de fora da unidade de ensino, acompanhada da mãe.
Cinco crianças e um funcionário foram mortos nesta manhã na escola estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, após dois adolescentes encapuzados entrarem atirando no local, segundo informações são da Polícia Militar. Os dois atiradores cometeram suicídio, após efetuarem vários tiros. Não há informações sobre condição de saúde de outras vítimas. Dois helicópteros Águia e três unidades do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram deslocados para o local. Os bombeiros também enviaram seis unidades de resgate. A escola fica bem em frente a uma Igreja Messiânica Mundial. O funcionário do templo religioso Marcos Filho contou ao UOL que os tiros foram ouvidos após às 9h, durante o intervalo dos alunos. “A minha esposa estava aqui de manhã, ela ouviu vários tiros vindos da escola. Nós ficamos bem em frente ao prédio da escola. As crianças começaram a correr”, contou. Nesse momento, segundo ele, a igreja está tentando prestar assistência a quem chega ao local. “Tem muito bombeiro aqui, muita polícia, helicópteros sobrevoando. Não dá para saber quem é pai e mãe querendo saber dos filhos e quem é curioso”, disse