O ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, marcou para quarta-feira (14) o julgamento sobre a instalação da CPI da Covid no Senado.
Autor da decisão liminar que determinou ao Senado a instalação da comissão, o ministro Luís Roberto Barroso havia submetido sua decisão para a análise da corte por meio do plenário virtual. O caso seria julgado na próxima sessão virtual, que começa em 16 de abril e vai até o dia 26 do mesmo mês.
Nesse período, os magistrados poderiam incluir seus votos no sistema. Agora, com a decisão de Fux, a decisão será no plenário físico, quando os ministros votam um em seguida do outro. Segundo nota do Supremo, o caso da CPI da Covid será o primeiro item da pauta.
Em seguida, no mesmo dia, o STF deve começara julgar a decisão do ministro Edson Fachin, que anulou as condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela força-tarefa de Curitiba, transferindo os processos da capital paranaense para a Justiça Federal de Brasília.
Na última quinta-feira, Barroso mandou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), instalar uma CPI. Não é a primeira vez que o STF determina a instalação de CPIs a pedido da oposição. Em 2005, o Supremo mandou instaurar a dos Bingos, em 2007, a do Apagão Aéreo, e, em 2014, a da Petrobras.
No dia em que o Brasil registrou um novo recorde no número diário de mortos, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 9 a 2, que prefeitos e governadores podem proibir a realização presencial de missas e cultos em um esforço para evitar a propagação da covid-19 no País. O julgamento, concluído nesta quinta-feira (8), foi marcado por duros recados dos magistrados ao governo do presidente Jair Bolsonaro e por defesas enfáticas da ciência e de medidas de isolamento social no combate à pandemia.
A discussão girou em torno de uma ação do PSD contra um decreto editado pelo governador João Doria (PSDB), que proibiu a realização de missas e cultos nas fases mais restritivas do plano estadual de combate à covid-19. O entendimento firmado pelo STF deve ser aplicado agora em todo o País.
Na sessão da última quarta, o relator do caso, ministro Gilmar Mendes votou a favor das restrições adotadas pelo governo paulista, afirmando que o Brasil se tornou um ‘pária internacional’ no enfrentamento da pandemia. A discussão foi retomada com o voto de Kassio Nunes Marques, que defendeu a abertura de igrejas e templos. Apenas Dias Toffoli acompanhou o colega.
Conforme antecipou o Estadão, a esmagadora maioria do STF manteve o entendimento de Gilmar, de que não há violação à Constituição na proibição de realização de missas e cultos presenciais, já que a medida drástica, tomada por governadores e prefeitos, pretende preservar vidas diante do agravamento da pandemia.
“Sobram dores e faltam soluções administrativas. O Brasil tornou-se um País que preocupa o mundo inteiro, pela transmissibilidade letal deste vírus. Essa doença é horrível. O que se tem, no quadro que estamos experimentando, é uma situação gravíssima, alarmante, aterrorizante”, disse Cármen Lúcia, que foi infectada pela covid-19 no final do ano passado.
Para Edson Fachin, o decreto do governo de São Paulo, que “limita-se a reconhecer a gravidade da situação”, não desrespeita a Constituição. “Inconstitucional é a omissão que não haja de imediato para impedir as mortes evitáveis. Inconstitucional é não promover meios para que as pessoas fiquem em casa, com o respeito ao mínimo existencial, inconstitucional, inconstitucional é recusar as vacinas que teriam evitado o colapso de hoje”, afirmou, em referência à postura do governo brasileiro, que recusou a proposta de laboratórios.
Luís Roberto Barroso, por sua vez, disse que há um “componente cristão de proteção, respeito e amor ao próximo” na restrição das atividades religiosas presenciais, já que os fiéis circulam pelas ruas e, portanto podem ser vetores de transmissão do vírus.
“Ciência e medicina são, nesse caso particular, a salvação. O espírito, ao menos nessa dimensão da vida, não existe onde não haja corpo. Salvar vidas é nossa prioridade. É difícil de acreditar que, passado um ano da pandemia, até hoje não haja um comitê médico-científico de alto nível orientando as ações governamentais. Parece um misto de improviso, de retórica e de dificuldade de lidar com a realidade, mesmo diante de 340 mil corpos”, observou Barroso.
Ao acompanhar o entendimento dos colegas, Alexandre de Moraes rechaçou que o decreto do governo de São Paulo viole a Constituição e atinja a liberdade religiosa. “Por entender que proteger a vida dos fiéis talvez seja a maior missão das religiões, não há nada de discriminatório, não há nada de preconceituoso, não há nada de inconstitucional, nos decretos que, embasados em dados científicos, médicos, restringem, assim como outras atividades, temporariamente os cultos religiosos”, afirmou.
“Onde está a empatia e a solidariedade de todos nesse momento? A liberdade religiosa tem dupla função: proteger todas as fés e afastar o Estado laico de ter de levar em conta dogmas religiosos para tomar decisões fundamentais para a sobrevivência de seus cidadãos. O Estado não se mete na fé. A fé não se mete no Estado”.
O ministro destacou que mesmo na Idade Média, sem conhecimentos científicos atuais, nos momentos em que as sociedades foram atingidas por pestes, os grandes líderes religiosos à época “defenderam o fechamento das igrejas, a necessidade de isolamento e a transformação de igrejas e templos em hospitais”.
“Em pleno século XXI, com todo o conhecimento histórico, técnico e científico que temos, estamos defendendo retrocesso de medidas restritivas temporárias e justificadas? Não me parece lógico, não me parece coerente, não me parece ser feito isso em defesa dos direitos fundamentais”, acrescentou.
Moraes também elogiou a atitude “corajosa” do prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), que viu o número de óbitos e infecções despencar no município após decretar um lockdown. “O mundo ficou chocado quando morreram 3 mil pessoas nas Torres Gêmeas. Nós estamos com 4 mil mortos por dia. Me parece que algumas pessoas não conseguem entender o momento gravíssimo dessa pandemia. Ausência de leitos, de insumos, ausência de oxigênio. As pessoas morrendo sufocadas, uma das mais dolorosas mortes”, comentou.
Na avaliação de Moraes, o Brasil não se preparou para a segunda onda. “Os EUA têm 500 milhões de doses de vacina, nós não conseguimos vacinar ainda 10% da vacinação. Estamos, dia 8 de abril, nós não vacinamos 10% da população. Quatro mil mortos por dia, onde está a empatia?”, questionou.
A quantidade de pessoas vacinadas contra a Covid-19 com ao menos a primeira dose no Brasil chegou a 21.445.683 na última quarta-feira, 7, segundo dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. O número representa 10,13% do total da população brasileira.
‘Alento espiritual’
Em um discurso afinado ao do Palácio do Planalto, Nunes Marques destacou que o confinamento é importante, “mas também pode matar” se não houver um “alento espiritual”. Indicado ao cargo por Bolsonaro, afirmou que a abertura de igrejas e templos “pode ajudar o crente a se sentir mentalmente aliviado”.
“A Constituição protege a todos. Se o cidadão brasileiro quiser ir a seu templo, igreja, ou estabelecimento religioso para orar, rezar pedir, inclusive pela saúde do próximo, ele tem direito a isso. Dentro de limites sanitários rigorosos. É a Constituição que lhe franqueia esta possibilidade. Para quem não crê em Deus, isso talvez não tenha lá muita importância. Mas para a grande maioria dos brasileiros, tal direito é relevante”, disse Nunes Marques.
“Na democracia, a ninguém é dado desobrigar o cumprimento da Constituição ainda que temporariamente, para que se execute política pública que, supostamente, apenas pode ser concretizada se estiver livre das amarras impostas por direitos constitucionais. Para que a sociedade minimamente funcione é necessário que alguns setores não paralisem suas atividades A decisão sobre o que é essencial é político-jurídica, embora inspirada em critérios científicos. Quanto às liberdades constitucionais, expressamente estabelecidas, é preciso que se respeite seu núcleo essencial”, acrescentou.
Sem citar estudos ou pesquisas científicas que confirmem a origem das transmissões, o ministro afirmou que “sabemos onde essa doença está sendo transmitida: festas, baladas e bares estão lotados, sem distanciamento nem máscara”. “Não são nos cultos e nas missas que a pandemia está ganhando força”, frisou Nunes Marques, sem explicitar os fundamentos dessa convicção.
Nunes Marques também comparou o funcionamento das igrejas às atividades da imprensa. “Poderia o prefeito decretar o fechamento dos jornais da cidade, e das gráficas que produzem periódicos? Ou mesmo o fechamento de telejornais que necessitam de certa aglomeração para o seu adequado funcionamento? É assegurado a todos o acesso à informação”, questionou.
“Nestas hipóteses, a Constituição proíbe tal conduta, porque é livre a manifestação do pensamento. É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e da comunicação. É assegurado a todos o acesso à informação. Ou seja, para todas estas questões, a resposta é não. Por que em relação a liberdade religiosa ela seria diferente?”.
No início da sessão, o procurador-geral da República, Augusto Aras informou que desistiu do pedido de tirar o caso das mãos de Gilmar Mendes. “Entendo que não há mais necessidade (na questão de ordem), tendo em vista o início do julgamento”, afirmou Aras.
Em decisão alinhada com os interesses do Planalto, o indicado do presidente Jair Bolsonaro liberou no sábado, 3, véspera do domingo de Páscoa, a realização de atividades religiosas coletivas de forma presencial. Em sentido contrário, dois dias depois, o ministro Gilmar Mendes negou pedidos do PSD e do Conselho Nacional de Pastores do Brasil para derrubar o decreto do Estado de São Paulo que proibiu as reuniões religiosas durante as fases mais restritivas do plano de combate ao Covid-19. Com a divergência, o caso foi enviado ao plenário.
Na sessão desta quarta, Gilmar votou a favor do fechamento temporário de igrejas e templos diante do agravamento da pandemia. Na ocasião, também criticou as posições do advogado-geral da União, André Mendonça, e Aras. Os dois cotados para a vaga que será aberta no Supremo em julho defenderam a realização de missas e cultos, mesmo no momento em que o País atravessa o pior momento da luta contra a Covid-19, registrando mais de 337 mil óbitos.
‘Pária’ e ‘viagem a marte’
Em seu voto, Gilmar classificou como “surreal” os argumentos de que o fechamento temporário de eventos coletivos em templos religiosos “teria algum motivo anticristão”. “É também a gravidade dos fatos que nos permite ver o quão necessário é desconfiarmos de uma espécie de bom mocismo constitucional, muito presente em intervenções judiciais aparentemente intencionadas em fazer o bem”, alfinetou o ministro, sem citar explicitamente a decisão de Nunes Marques.
O ministro criticou uma “uma agenda política negacionista que se revela em toda a dimensão contrária à fraternidade tão ínsita ao exercício da religiosidade”. “O pior erro na formulação das políticas públicas é a omissão, sobretudo para as ações essenciais exigidas pelo artigo 23 da Constituição Federal. É grave que, sob o manto da competência exclusiva ou privativa, premiem-se as inações do governo federal, impedindo que Estados e Municípios, no âmbito de suas respectivas competências, implementem as políticas públicas essenciais”, destacou Gilmar.
O ministro ainda rebateu a manifestação de André Mendonça, que, no início da sessão, disse que o País presencia cenas de “ônibus superlotados” e viagens de avião “como uma lata de sardinha”. Gilmar apontou que Mendonça ocupou até a semana passada o cargo de Ministro da Justiça e que tinha entre suas atribuições justamente a responsabilidade de formular diretrizes sobre transportes no País.
“Quando Vossa Excelência fala dos problemas dos transportes no Brasil, especialmente no transporte coletivo, eu poderia ter entendido que Vossa Excelência teria vindo agora para a tribuna do Supremo de uma viagem a Marte, mas verifiquei que Vossa Excelência era Ministro da Justiça e tinha responsabilidades institucionais, inclusive de propor medidas. À União cabe legislar sobre diretrizes nacionais de transportes”, criticou Gilmar.
Repúdio
No intervalo da sessão desta quarta, 7, o presidente do STF, Luiz Fux, rebateu um advogado, que citou trecho da Bíblia para criticar ministros que defendem o fechamento de igrejas na pandemia. O advogado do PTB no caso, Luiz Gustavo Pereira da Cunha, recorreu a um trecho da Bíblia (“Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o que fazem”) para atacar os magistrados que se posicionassem a favor do fechamento de igrejas e templos.
“Esta é uma matéria que nos impõe uma escolha trágica e que nós temos responsabilidade suficiente para enfrentá-la, nossa missão de juízes constitucionais além de guardar a Constituição, é de lutar pela vida e pela esperança, e foi com essa prontidão que a Corte se revelou, na medida em que estamos vigilantes na defesa da humanidade. De sorte que eu repugno esta invocação graciosa da lição de Jesus”, rebateu Fux.
O Brasil registrou 4.195 mortes por conta do novo coronavírus nas últimas 24h, nesta terça-feira (6). A marca é um recorde desde o início da pandemia da Covid-19, de acordo com o conselho de secretários de saúde (Conass).
Ao todo o país já registrou 336.947 óbitos por conta da doença. A Bahia é o 6º estado com maior número de mortes em razão do novo coronavírus com 15.918. Já foram confirmados em todo o Brasil 13.100.580 casos da infecção.
O projeto de lei que quer permitir que pacientes e profissionais da saúde utilizem veículos de transporte escolar como transporte alternativo será votado no Senado. A matéria foi aprovada na Câmara dos Deputados em 30 de março. A PL 2.529/2020 autoriza o uso dos veículos enquanto as aulas presenciais estiverem suspensas por causa da pandemia da Covid-19.
Segundo o projeto, o transporte deverá observar protocolos de segurança sanitária, seguindo, no mínimo, o distanciamento na acomodação dos passageiros e o uso de máscara individual e oferta de álcool 70%.
Pelo texto aprovado na forma de um substitutivo do deputado Dr. Zacharias Calil (DEM-GO), os custos da medida serão suportados pelos entes federados no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate). O projeto original previa o pagamento com recursos dos fundos de saúde.
Autora do projeto, a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) observou que o veículo escolar poderá também socorrer pacientes de câncer ou que necessitem de hemodiálise. Para ela, o uso do transporte escolar é uma forma digna de permitir o deslocamento dessas pessoas, portadoras ou não de covid-19. O relator classificou de coerente a medida, diante da suspensão das aulas presenciais nas escolas públicas de educação básica.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, marcou para quarta-feira (7) a decisão definitiva do plenário da Corte sobre a liberação de cultos e outras práticas religiosas presencialmente durante a pandemia da Covid-19.
A reunião acontece após o ministro Nunes Marques ter determinado, no sábado (3), em caráter liminar (provisório), que estados, municípios e Distrito Federal não podem editar normas de combate à pandemia do novo coronavírus que proíbam completamente celebrações religiosas presenciais, como cultos e missas.
De acordo com o portal G1, o tema será o primeiro item da pauta do plenário e envolverá processo relatado pelo ministro Gilmar Mendes, que negou hoje (5) um pedido do PSD para liberar cultos em São Paulo.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a descartar o lockdown no Brasil, mas pediu que a população mantenha o isolamento social para evitar a propagação do novo coronavírus. Neste sábado (3), ele se reuniu com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Evitar lockdown é a ordem, mas temos que fazer o dever de casa. Mas o dever de casa é de toda população. Por mais que nós falemos todos os dias sobre isso, não vemos a população tendo adesão às medidas”, afirmou em coletiva de imprensa.
Queiroga também orientou que a população evite se aglomerar durante o feriado da Páscoa. “O uso de máscara é fundamental e para tanto é necessário que haja a adesão da população, distanciamento regulamentar. Precisamos evitar aglomeração e ampliar a testagem”, disse.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB) afirma que o ex-presidente e seu colega de partido Michel Temer “lutou de todas as maneiras” pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) quando era vice-presidente da República. A declaração está em trecho revelado pela revista Veja do livro “Tchau, Querida — O Diário do Impeachment”, de autoria de Cunha, que será lançado no dia 17 de abril. As informações são do Uol.
“Temer não só desejava o impeachment como lutou por ele de todas as maneiras […] Ele acha que os outros são idiotas para acreditar na história da carochinha de que não desejava o impeachment nem teria feito nada por isso”, diz Cunha.
Em outro trecho revelado pela Veja, Cunha sugere que a petista era espionado por militares. Ele cita uma viagem que fez ao lado do ex-comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, na qual ele diz ter percebido que o general tinha muitas informações sobre Dilma.
“Ele demonstrava conhecer a rotina do palácio com uma desenvoltura que não seria possível sem fontes internas […] Dilma não sabia, mas era vigiada o tempo todo de dentro do palácio. Até visitas que recebia, telefonemas a que atendia, tudo era do conhecimento dos militares”, alega Cunha, sem apresentar mais indícios.
Cunha está em prisão domiciliar por ser do grupo de riscos da Covid-19. Ele foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva em irregularidades envolvendo a Petrobras, e está preso preventivamente por lavagem de dinheiro e evasão de divisas por recebimento de propinas em contas mantidas na Suíça.
O empresário Maurício Vargas, de 58 anos, morreu na noite dessa sexta-feira (2) em São Paulo, em decorrência do agravamento do quadro de Covid-19. Ele estava internado em um hospital na capital paulista para realizar o tratamento contra o coronavírus, mas não apresentou resposta aos estímulos.
Vargas é o fundador do Reclame Aqui, o maior site de reclamações e medição da reputação de empresas do país. O site foi criado em 2001 e em pouco mais de 20 anos de existência se tornou referência na checagem dos serviços prestados pelas empresas.
O empresário nasceu em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ele deixa dois filhos, os pais e o irmão.
Em entrevista na noite desta quinta-feira (1º/4), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou aberta a possibilidade de o PT buscar alianças com setores de centro para a eleição de 2022 e criticou outros presidenciáveis que publicaram na quarta (31) um manifesto em defesa da democracia.
“O PT é um partido grande. Vamos construir alianças com setores de esquerda. Se for preciso alianças com o centro, vamos tentar”, afirmou, em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo.
O manifesto criticado pelo ex-presidente foi assinado por Ciro Gomes (PDT), Eduardo Leite (PSDB), João Amoêdo (Novo), João Doria (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Luciano Huck (sem partido).
“Aprovo qualquer manifesto que defenda a democracia. Mas todos eles tiveram a chance de deixar a democracia garantida e votar no Haddad [na eleição de 2018]. Mas preferiram votar em Bolsonaro”, disse o ex-presidente. “O Ciro foi pra Paris”, afirmou Lula.
O petista conversou por uma hora e 20 minutos Azevedo no programa de rádio É da Coisa, da BandNews. Ainda sobre o “Manifesto pela Consciência Democrática”, Lula lançou outra provocação que levou Azevedo aos risos. “Tome muito cuidado com isso, quando tenta pescar em terra seca, não tem peixe. Num país deste tamanho, você não inventa candidato. Quando inventa, o resultado é nefasto.”
O documento gerou críticas em setores de esquerda pela oposição que representa à candidatura de Lula em 2022. Para os presidenciáveis, a participação do petista representaria uma repetição da polarização do pleito anterior, com a disputa de dois políticos tidos por eles como populistas e extremistas.
Sobre a eleição presidencial do próximo ano, Lula disse que não necessariamente precisa ser candidato, embora esta hipótese naõ seja considerada nem no PT nem no meio político em geral.
“Neste ano de 2021 não quero discutir 2022. Este ano é ano de todos nós que temos responsabilidade fazermos um esforço para que este país tenha vacina para todo mundo, que é a única garantia que vamos ter. Precisamos ter auxílio emergencial pro trabalhador poder ficar em casa e comer. Precisamos de auxílio pro microempreendedor poder continuar existindo.”
Ao longo da conversa, Lula disparou críticas contundentes ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a quem chamou de “genocida” na condução do país na pandemia.“Espero que o Bolsonaro esteja assistindo essa entrevista. Porque queria mandar um recado pra ele: Deixe de ser ignorante, presidente. Quando tiver vacina pra todo mundo, aí todo mundo vai querer voltar a trabalhar. E o país vai crescer.”
Na atual conjuntura, disse, não há solução para o Brasil. “Qual é a confiança que Bolsonaro passa ao povo brasileiro? Que confiança Guedes passa? Essa gente não fala em povo e em política social. o Guedes precisa dizer como o estado vai fazer investimento.”
Lula completou que Bolsonaro deveria parar de falar apenas com seus milicianos e passar a se dirigir, com responsabilidade, aos 200 milhões de brasileiros.
Em grande parte da conversa, Lula também criticou as ações da Lava Jato que levaram a sua prisão em 2018. Condenado em segunda instância, foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa e impedido de disputar as últimas eleições presidenciais.
Mês passado, contudo, decisões do STF, como a de que o ex-juiz Sergio Moro não foi imparcial na condução do processo do triplex no Guarujá, devolveram ao petista a chance de se candidatar.
Reinaldo Azevedo, um dos principais críticos dos métodos da Lava Jato na imprensa, compartilhou as críticas de Lula. Nos governos Lula e Dilma, contudo, Azevedo foi um opositor contumaz.
Em 2011, por exemplo, escreveu que “Este Brasil que manda a política para a página de polícia é uma criação genuína de Luiz Inácio Lula da Silva.”
O governo do presidente Jair Bolsonaro definiu na tarde de hoje (31) os nomes dos novos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. A informação foi divulgada pela CNN Brasil.
O novo comandante do Exército é o general Paulo Sergio Nogueira. Atualmente, Nogueira é chefe do Departamento-Geral de Pessoal do Exército. Ele era o quarto na lista de antiguidade, ou seja, na relação de oficiais com mais experiência no Exército.
Para Marinha, o escolhido foi o almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, segundo mais antigo da Marinha.
O tenente-brigadeiro Baptista Júnior é o novo comandante da Aeronautica, no lugar de Antônio Carlos Moretti Bermudez.
No inicio da tarde, o novo ministro da Defesa, o general Walter Braga Netto, se reuniu com os oficiais mais antigos das três forças
O Ministério da Defesa informou nesta terça-feira (30) que os três comandantes das Forças Armadas serão substituídos: Edson Pujol, do Exército, Ilques Barbosa Junior, da Marinha, e Antonio Carlos Moretti Bermudez, da Aeronáutica.
O analista da CNN Igor Gadelha apurou com generais e auxiliares do governo que as substituições são a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Havia a expectativa, desde o anúncio da troca do comando da Defesa nesta segunda (30), que Pujol, Barbosa e Bermudez pedissem para deixar os cargos.
Eles queriam avaliar como se dará o estreitamento da relação entre as Forças Armadas e o Palácio do Planalto, o que teria motivado a demissão de Fernando Azevedo. Segundo fontes ouvidas pelo âncora da CNN Caio Junqueira, o presidente estava incomodado com a postura das Forças em relação ao governo.
Os comandantes estavam receosos que houvesse uma demanda por um alinhamento político das tropas com Bolsonaro, o que é rejeitado por todas elas. Na carta em que anuncia a demissão, Fernando Azevedo disse que, durante o período que comandou a pasta, preservou “as Forças Armadas como instituições de Estado”.
Nesta segunda, o Planalto anunciou seis mudanças no alto escalão do governo. Casa Civil, Secretaria de Governo, Advocacia-Geral da União (AGU), Ministério da Defesa, Ministério da Justiça e Segurança Pública e Ministério das Relações Exteriores terão novos ministros
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sugeriu a adoção de medidas de restrição de circulação para conter o que chamou de “rejuvenescimento da pandemia”. Em boletim divulgado na sexta-feira (26), a Fiocruz destacou que a Covid-19 está afetando cada vez mais a população mais jovem.
“O país se encontra em uma situação de colapso do sistema de saúde, ao mesmo tempo que a pandemia vem ganhando novos contornos afetando faixas etárias mais jovens. Diante desse novo cenário, os especialistas defendem a adoção de dois grupos de medidas interconectados. No primeiro grupo, as medidas urgentes, que envolvem a contenção das taxas de transmissão e crescimento de casos através de medidas de bloqueio ou lockdown”, diz a fundação.
De acordo com o boletim, as faixas etárias de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos têm sido mais atingidas pelo vírus. O aumento nos casos de coronavírus nesses grupos foi de 565,08%, 626% e 525,93%, respectivamente. Além disso, a Fiocruz recomenda a vacinação da maior parte da população, aliada a medidas não farmacológicas, como restrição da circulação e de todos os serviços não essenciais, distanciamento físico e social, uso de máscaras e higienização das mãos.
“O ritmo lento em que se encontra a vacinação contribuí para prolongar a duração da pandemia e da adoção intermitente de medidas de contenção e mitigação”, dizem os pesquisadores do Observatório Fiocruz, responsáveis pelo boletim.
A Fiocruz informou também a entrega de mais um carregamento de vacinas para o Ministério da Saúde. Foram entregues nesta sexta-feira 728 mil doses. A entrega de hoje, somada à da semana passada, totalizam cerca de 1,8 milhão de doses entregues este mês. A partir de quarta-feira (31) estão previstas novas entregas, que completarão os 3,9 milhões de vacinas previstas até o fim da próxima semana.
A fundação também recebeu, na quinta-feira (25), uma nova remessa do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), suficiente para a produção de 6 milhões de doses da vacina. Neste sábado (27), está previsto o recebimento de duas remessas de IFA, para mais 12 milhões de doses, além de mais uma remessa na próxima semana para 5 milhões de vacinas.