“Vergonha é errar e não consertar. Eu não tenho vergonha de trabalhar, vendo mercadoria na rua desde os 13 anos”. Palavras de Paulo Eduardo Mendes, ex-detento, que há 2 meses vende meias e cuecas no centro de Campo Grande usando uma tornozeleira eletrônica. Segundo o advogado de defesa, Guilherme Feldens, Paulo foi preso acusado de vender substância ilícita. Ficou no presídio de segurança máxima de Campo Grande por 1 ano e meio e, há 2 meses, ganhou o direito de responder em liberdade com restrições. Logo que saiu da prisão, Paulo foi procurar trabalho e encontrou muitas portas fechadas. “Quem quer dar emprego pra ex-detento”? “Sabia que não seria fácil, então procurei um amigo para comprar cueca e meia, que é baratinho, e revender na rua. Sou ambulante desde adolescente, já vendi rede, chinelo, óculos, mas cueca e meia é bom porque não custa muito, sempre tem alguém precisando e dá pra fazer um dinheirinho no fim do dia”, conta. Na perna com tatuagens da “Turma do Chaves”, a tornozeleira chama a atenção de quem passa ouvindo Paulo oferecer os produtos. O ambulante conta que ficou conhecido como “O cara da tornozeleira” no centro da cidade: “Muita gente passa, fica olhando, outros tiram foto, outros perguntam, é normal. Eu não me envergonho, tô trabalhando”, declara. “Ela machuca um pouco o tornozelo mas isso não é difícil. Difícil mesmo é estar lá dentro, preso numa cela com mais 18 pessoas, sem poder ver o filho, sem sair. Viver com a tornozeleira não é um problema.” Segundo o advogado de Paulo, ele vai ficar com o objeto até a próxima decisão da Justiça, que pode mandá-lo a júri popular. “Ele pode ser condenado ou absolvido, nesse caso, há uma chance dele voltar para a prisão”, explica Feldens. Paulo diz que é otimista: “Tenho fé em Deus que serei absolvido e vou poder cuidar do meu filho, que quase esqueceu de mim no tempo que fiquei preso”. Para o futuro, o ambulante tem planos simples. “Quero só ganhar meu dinheiro aqui, honestamente, e cuidar do meu filho, recuperar o tempo que perdi longe dele. Agora mesmo, assim que eu sair daqui, vou fechar minha banquinha e buscar o moleque para passar o final de semana comigo”, finaliza,
O mercado financeiro reagiu ao anúncio dos novos nomes da equipe econômica do presidente eleito Jair Bolsonaro, com a cotação da moeda norte-americana encerrando a semana em queda e o índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo, registrando alta no fechamento do pregão.
O dólar comercial fechou a semana em baixa de 1,28%, cotado a R$ 3,7372 para venda, mantendo a tendência de queda nos últimos pregões da semana. A moeda norte-americana ainda acumula uma valorização de 14% no ano em relação ao real.
O índice B3 terminou o pregão de hoje (16) em forte alta de 2,96%, com 88.515 pontos. As ações das grandes companhias, chamadas de blue chip, seguiram a tendência com Petrobras encerrando a semana em valorização de 2,91%, Vale com mais 1,70%, Itau subindo 3,05% e Bradesco em alta de 4,28%.
Os papéis da Eletrobras também fecharam com destaque positivo, com alta de 8,60%.
A equipe de Michel Temer recomendou ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), apenas uma privatização: da Eletrobras e de suas distribuidoras. É o único projeto de venda de estatal mencionado diretamente no relatório “Transição de Governo 2018-2019 – Informações Estratégicas”, preparado pela atual gestão.
Em relação às demais estatais federais, o governo ressalta a “oportunidade de avaliar medidas de reestruturação”, como incorporar empresas dependentes do Tesouro Nacional a outros órgãos públicos.
No entanto, as ações sugeridas ao novo governo vão na linha de garantir a sustentabilidade econômico-financeira das companhias públicas, com cortes de funcionários e melhorias de gestão.
A recomendação traz algumas divergências em relação aos planos de Bolsonaro.
O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, tem defendido um programa amplo de venda e extinção de estatais, com objetivo de pagar a dívida pública do país. Dentro desse programa, justamente a Eletrobras tem grandes chances de ser uma exceção: o futuro presidente já manifestou que não quer privatizar totalmente a empresa de energia, principalmente seus ativos de geração, que seriam estratégicos para o Brasil.
No relatório de transição, a equipe de Temer destaca os benefícios de privatizar a estatal –em um capítulo exclusivo ao tema, que ocupa dez das 176 páginas do documento. “No curto prazo, de 2019, [a privatização] teria impactos fiscais positivos da ordem de R$ 12 bilhões a R$ 14 bilhões, segundo estimativas preliminares. No médio prazo, implica recuperar a capacidade de a empresa investir no setor de energia competitivamente”, diz o documento. A equipe também detalhou as medidas necessárias para realizar a venda, como a aprovação, no Congresso Nacional, de um projeto de lei.
O relatório também traz informações sobre as distribuidoras da estatal. O atual governo já conseguiu vender a maior parte dessas empresas, mas ainda restam duas (em Alagoas e no Amazonas) cujos leilões não ocorreram e podem seguir pendentes até o próximo ano. Em relação às demais estatais federais a recomendação principal é reduzir o volume de recursos aportados nas companhias.
Das 138 empresas do governo federal, 47 são controladas totalmente pela União. Destas, 18 são dependentes do Tesouro Nacional –que destinou, em 2017, R$ 14,6 bilhões para pagar suas despesas com pessoal e custeio.
Até mesmo entre as estatais não dependentes, há necessidade de aporte. Ao menos 15 delas apresentaram geração de caixa negativa nos últimos três exercícios financeiros. Apesar da grave situação, o relatório não sugere a privatização de nenhuma delas. O caso de duas estatais é mencionado: dos Correios e da Infraero. Em relação a essas empresas, há recomendações para manter programas de demissão de funcionários, acelerar parcerias com setor privado, reestruturar ativos e alienar participações acionárias.
OBRAS
Ao assumir a Presidência, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) encontrará ao menos 678 obras prioritárias ao país paralisadas, segundo documento de transição elaborado pela da atual gestão Michel Temer. São obras relativamente menores, cujo valor unitário varia entre R$ 500 mil e R$ 10 milhões, em diferentes áreas. Elas incluem creches, redes de saneamento básico, unidades de atendimento de saúde, entre outras. Em junho de 2016, quando Temer assumiu, o número identificado foi maior: 1.600 empreendimentos parados.
Nos últimos anos, o governo diz ter conseguido retomar 922 deles, dos quais 255 foram concluídos.
Os principais problemas identificados nesses projetos eram problemas técnicos (31%) e dificuldades orçamentárias (16%). O levantamento, presente no relatório de transição de governo, não leva em consideração grandes obras paradas, como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, a transposição do Rio São Francisco e a usina nuclear de Angra 3, por exemplo
Nos primeiros nove meses de 2018, a Caixa Econômica Federal conseguiu atingir um lucro líquido de R$ 11,5 bilhões, crescimento expressivo de 83,7% em 12 meses.
No terceiro trimestre de 2018, o lucro líquido foi de R$ 4,8 bilhões, desempenho 122% maior do que o registrado no mesmo período de 2017.
“O resultado histórico do trimestre demonstra um banco sólido, eficiente, crescendo de forma orgânica, sustentável e recorrente. Esse balanço aponta que temos capacidade de contribuir com o desenvolvimento do país, gerando emprego e renda, sem abrir mão de resultados”, afirma o presidente da Caixa, Nelson de Souza.
Para o presidente, o lucro recorde é fruto da melhoria da eficiência com a redução de despesas administrativas e o aumento do resultado da intermediação financeira e de receita com prestação de serviços.
O banco também melhorou de forma significativa a qualidade da carteira de crédito, com a redução da provisão para devedores duvidosos e da inadimplência. “Nossos indicadores financeiros são sólidos e sustentáveis. A Caixa, como parceira estratégica do governo federal, está preparada para o novo ciclo de crescimento do mercado brasileiro”, destaca.
Crédito Imobiliário – A carteira imobiliária alcançou saldo de R$ 440,5 bilhões, aumento de 2,7% em 12 meses, influenciado pelas operações concedidas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, que atingiram R$ 258,5 bilhões de saldo, alta de 12,1% em 12 meses.
As operações concedidas com recursos da CAIXA – SBPE totalizaram R$ 182,0 bilhões de saldo. Com essas evoluções, a Caixa ganhou 0,7 p.p. de participação no mercado imobiliário, alcançando a marca de 69,5% de participação, evidenciando que a CAIXA continua sendo o caminho preferencial dos brasileiros para alcance da casa própria.
O verdeador Jose Santos Santinho busca essa implantação Colégio Militar em Brumado desde de 2013. O vereador já fez algumas visitas no Colégio Militar de Vitória da Conquista e solicitou através da indicação – 191/2013 ao Executivo Municipal, junto a Secretaria de Educação a importância de um Colégio Militar em Brumado. Os colégios militares são instituições de ensino que trazem a filosofia e conduta militar ao ensino fundamental e ensino médio. Geralmente, seus alunos são filhos de militares e estudantes que ingressaram na instituição através do processo seletivo, que é realizado todos os anos, com vagas abertas para a 6ª série do ensino fundamental e 1º do ensino médio.
Além de uma educação de qualidade, os colégios militares são característicos por conta de sua rígida posição em relação a disciplina, formando assim cidadãos conscientes. O vereador ainda disse que os resultados positivos aos alunos, destacando melhoras ao ingressar em uma faculdade devido ao sistema de ensino aplicado é competitivo e atrativo para aqueles que realmente querem ser uma pessoa bem sucedida.
Em sessão do Congresso Nacional, que reúne deputados federais e senadores, foi aprovado um total de R$ 18,9 bilhões em projetos de créditos orçamentários para diversas áreas, principalmente segurança pública, Justiça. Há verbas para aperfeiçoar o sistema carcerário, o combate ao crime, o policiamento nas estradas, além da preservação do patrimônio público e programas de apoio à criança e ao adolescente. Os projetos serão enviados para sanção presidencial. As medidas foram aprovadas na noite de ontem (13). O maior crédito aberto foi de R$ 9,86 bilhões para transferência a estados, Distrito Federal e municípios (R$ 8,4 bilhões de royalties, fundos de participação dos estados e municípios – FPE e FPM – e Fundeb) e para compensar a Previdência Social por perdas com a desoneração da folha de pagamentos (R$ 1,2 bilhão). Esses recursos vêm de concessões do setor público (R$ 1,23 bilhão) e de excesso de arrecadação (R$ 8,63 bilhões), dos quais R$ 4 bilhões de transferências constitucionais devidas pela União relativas ao Imposto sobre a Renda (IR) e sobre produtos industrializados (IPI) e R$ 4,6 bilhões de royalties do petróleo. Há ainda a garantia de repasse de R$ 435 milhões para ações em seis ministérios: Justiça, Segurança Pública, Direitos Humanos, Defesa, Cultura e Planejamento. Justiça e Segurança Pública receberão R$ 196,2 milhões que deverão ser aplicados no combate à criminalidade e R$ 15 milhões para o fortalecimento e modernização das instituições de segurança. Também estão previstos recursos para o policiamento das estradas, Polícia Rodoviária Federal e repressão ao tráfico de drogas. Foi aprovado também crédito especial de R$ 372 milhões para Fazenda, Justiça e Segurança Pública para os mais diversos fins: Casa da Moeda e Fundação Nacional do Índio (Funai) estão entre os beneficiados. Houve liberação de R$ 40,8 milhões para construção e aprimoramento da Penitenciária Federal em Itaquitinga (PE). Para a área de Direitos Humanos, serão R$ 176,3 milhões que serão aplicados na promoção dos direitos da criança e do adolescente, infraestrutura de unidades de atendimento especializado a crianças e adolescente. O Ministério da Defesa receberá R$ 40 milhões que serão investidos na modernização operacional do Exército e no Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz). Mais R$ 20 milhões serão repassados para o Ministério da Cultura para fomento de atividades culturais. Também para Defesa foi aprovado um crédito suplementar de R$ 81,4 milhões para contratar serviços especializados de manutenção e funcionamento das Organizações Militares da Marinha e a aquisição de objetos de reposição e de viaturas do Corpo de Fuzileiros Navais, no Comando da Marinha, além de R$ 140 milhões para equipamentos para a Aeronáutica. Para o Ministério do Planejamento, serão repassados R$ 2,5 milhões que deverão ser investidos na gestão do patrimônio imobiliário da União.
Agência Brasil
As vendas do comércio varejista na Bahia tiveram queda de 0,7% no mês de setembro, em comparação a agosto. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (13).
De agosto para setembro, as vendas do comércio varejista caíram em 16 dos 27 estados. Os piores resultados foram os de Goiás (-2,0%), Minas Gerais (-3,1%) e Paraíba (-6,4%). Dentre os estados com crescimento, destacaram-se Rondônia (8,4%), Tocantins (2,9%) e Acre (2,1%).
Na comparação com setembro do ano passado, as vendas do varejo baiano também recuaram em -1,3%. Nesse confronto, o desempenho do varejo foi negativo em 16 estados, com as maiores retrações ocorrendo no Distrito Federal (-5,0%), em Mato Grosso (-5,1%) e no Piauí (-5,9%). Os destaques positivos ficaram por conta de Rondônia (8,1%), Acre (6,6%) e Santa Catarina (6,2%).
Os resultados de setembro sustentam a queda das vendas do varejo baiano no acumulado no ano de 2018 (-0,7%), indicador que segue negativo desde janeiro de 2015, há mais de três anos e meio, portanto. No acumulado de janeiro a setembro, as vendas no Brasil como um todo acumulam alta de 2,3%, com desempenhos negativos em apenas 6 dos 27 estados.
Já nos 12 meses encerrados em setembro, o comércio varejista na Bahia ainda mantém uma variação positiva (0,2%), embora bem abaixo da média nacional (2,8%) e o menor crescimento do país, empatado com Pernambuco (0,2%).
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai lançar um aplicativo para aparelhos celulares que vai ajudar o consumidor a entender o cálculo das tarifas de conta de luz. De acordo com a agência, o objetivo do aplicativo Aneel Consumidor é simplificar o atendimento e dar mais transparência sobre a cobrança das tarifas de energia. Pelo serviço, que será lançado amanhã (13), o consumidor poderá usar simulações interativas para conhecer o funcionamento dos itens que compõem o valor da fatura de energia de clientes residenciais. “Os cálculos de tarifa disponíveis levam em conta a realidade de cada distribuidora, a ser selecionada pelo usuário, a Bandeira Tarifária em vigor (atualmente, a amarela) mas não incluem impostos como ICMS, PIS/Cofins e taxa de iluminação pública”, informou a Aneel. O anúncio do aplicativo foi feito em setembro, durante cerimônia no Palácio do Planalto para assinatura de contratos de concessões de linhas de transmissão de energia. Na ocasião, o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, disse que por meio do aplicativo o cliente pode acessar os dados da concessionária responsável pelo fornecimento de energia para acompanhar detalhadamente as cobranças que compõem a conta de luz. “Qualquer consumidor poderá acessar a sua conta de luz e saber o que está indo para subsídio, o que está indo para geração, qual a parcela da transmissão, qual a parcela das distribuidoras e qual a parcela de impostos”, disse. A plataforma facilita ainda o registro e acompanhamento de Solicitações de Ouvidoria (reclamações, sugestões, elogio e denúncias), apresenta orientações sobre os principais procedimentos relacionados ao fornecimento de energia e informações gerais sobre o setor elétrico. O aplicativo estará disponível para os sistemas operacionais Android e IOS.
A Petrobras anunciou que vai promover, nesta terça-feira (13), mais um corte no preço da gasolina vendida nas refinarias. O custo do litro vai baixar de R$ 1,6734 para R$ 1,6616 —uma redução de 0,70%.
Este novo recuo seguirá a tendência de diminuição de preços registrada desde 25 de setembro, quando o preço do litro nas refinarias baixou de R$ 2,2514 para R$ 2,2381 (corte de 0,59%). De lá para cá, foram sucessivas reduções, acumulando uma queda de 26,19% (até 13 de novembro).
Considerando somente o mês de novembro, a redução do custo do litro nas refinarias chega a 10,8%. No cenário externo, o preço do barril do petróleo também está em queda (US$ 70).
O preço do óleo diesel permanecerá inalterado (R$ 2,1228), segundo informações do site da Petrobras.
As exportações baianas alcançaram US$ 756,3 milhões em outubro, terceiro melhor resultado mensal do ano, segundo informações da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). O valor é 3,5% maior do que o registrado em outubro de 2017.
De acordo com o levantamento, nos dez meses de 2018, as exportações do estado chegaram a US$ 6,95 bilhões —um aumento de 3,2% na comparação com o mesmo período de um ano atrás. Já as importações foram a US$ 669,6 milhões no mês passado, ficando 18,2% menores que em outubro/2017. No ano, entretanto, o crescimento das importações supera o das exportações, alcançando 6,6%, o que corresponde a US$ 6,40 bilhões.
De a cordo com a SEI, o crescimento nas exportações baianas em outubro foi puxado pelo aumento nas vendas de derivados de petróleo, soja, petroquímicos e celulose.
As vendas externas de derivados de petróleo, principalmente óleo diesel, aumentaram 780% em outubro, alavancadas pelo aumento de 60% nos preços do produto, comparados a outubro do ano passado.
Embora a soja esteja no final do escoamento da safra, os embarques ainda têm sido fortes —469,5 mil toneladas em outubro – com receitas de 182,1 milhões, 2,2% acima de outubro do ano passado.
No ano, as vendas do setor (soja e derivados), alcançaram US$ 1,49 bilhão, com 12,4% de crescimento e a liderança da pauta de exportações do estado. O bom desempenho no ano deve-se tanto pelo crescimento no volume exportado (5,2%), que teve safra recorde, bem como a preços melhores no mercado internacional (7% maiores comparados a jan/outubro de 2017).
Por outro lado, houve queda nas exportações de automóveis de passageiros (7,2%) e produtos metalúrgicos (38,7%). Isso teria principalmente pela crise por que passa a Argentina, país que recebe mais de 80% das exportações baianas de veículos e da desaceleração já em curso na China, por conta das tensões com os EUA, destino de 45% das vendas de metalúrgicos.
Importações
Depois de três meses de alta consecutiva, as importações registraram queda de 18,2% em outubro quando comparada ao mesmo mês de 2017, de acordo com dados da SEI. Foi determinante para queda as compras menores de combustíveis (gás e nafta) em 61,7% e de bens intermediários (-17,5%), principalmente de minério de cobre, fertilizantes e borracha.
No acumulado do ano, as importações atingiram US$ 6,40 bilhões com crescimento de 6,6%.
Em razão da lenta recuperação da economia e do pouco dinamismo na produção da indústria (crescimento de apenas 0,2% até setembro) as compras externas de insumos e matérias primas estão estáveis em relação ao mesmo período do ano passado, registrando avanço de 0,3%, enquanto que as importações de combustíveis e de bens de capital são as responsáveis pelo crescimento no ano com incrementos de 42,3 e 27,2%, esse último sendo positivo por representar investimento das empresas em capacidade produtiva (máquinas e equipamentos).
Mesmo crescendo o dobro das exportações no ano, as compras externas ainda estão longe de recuperar o tombo registrado nos dois anos de recessão, reflexo ainda da baixa atividade econômica.
Com os resultados apurados até outubro, a Bahia acumula um superávit de US$ 553 milhões em sua balança comercial, 24,8% menor que no mesmo período do ano passado, enquanto que a corrente de comércio exterior (soma das exportações e importações) atingiu US$ 13,35 bilhões, 4,8% acima do mesmo período de 2017.
O modelo de Previdência planejado pela equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), prevê a permissão para gestores da iniciativa privada administrem a poupança individual de aposentadoria dos trabalhadores.
Bancos, seguradoras e até fundos de pensão de estatais, como Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil), poderão se credenciar para gerenciar recursos depositados por trabalhadores.
A opção da capitalização só será possível a novos trabalhadores, que ainda não entraram no mercado de trabalho. Eles terão acesso ao sistema por meio da carteira verde e amarela, uma promessa de campanha. Ela propõe um regime de trabalho formal mais flexível.
Apenas os direitos constitucionais, como férias remuneradas, 13º salário e FGTS, estariam garantidos. A equipe de Bolsonaro pretende, com isso, reduzir os custos trabalhistas para gerar mais empregos.
Neste modelo, todos os encargos previdenciários que incidem sobre o salário e que ajudam a bancar a aposentadoria de quem já se retirou do mercado de trabalho cairiam.
A poupança feita pelo trabalhador para sua aposentadoria individual seria compulsória e poderia ser acessada em caso de desemprego ou de uma vez só na velhice.
Os gestores desses recursos teriam de partir do zero, sem trazer capital de outras fontes (como bancos), e deverão entregar uma remuneração mínima anual aos trabalhadores.
A ideia é que, se um poupador ficar insatisfeito com o desempenho de seu fundo, possa trocar de casa, criando uma competição entre os gestores.
O tema é controverso e gera dúvidas. Até Bolsonaro se mostrou receoso da viabilidade do novo sistema. No Chile, país cujo modelo serve de inspiração, hoje se discute adotar um regime de repartição solidária, como o atual no Brasil.
A equipe de Bolsonaro afirma que antes da revisão, a capitalização chilena levou o país a crescer três décadas muito mais que os vizinhos.
No Brasil, a adoção do novo modelo poderia fazer o país crescer entre 3% e 3,5% ao ano nas próximas décadas.
A escolha pela capitalização seria facultativa apenas para os entrantes do mercado de trabalho. Uma vez escolhido o regime da carteira verde e amarela, o trabalhador não poderia mais voltar ao regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Aos que já estão no mercado, a Previdência e os contratos de trabalho seguiriam nos padrões atuais, porém a ideia é que os tributos que incidem sobre os salários sejam extintos.
Este é o ponto em que a proposta do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, se encontra com o imposto único, criação de Marcos Cintra.
A equipe econômica de Bolsonaro quer deslocar a arrecadação que incide sobre os salários e a produção para este novo sistema tributário. Ele taxaria os fluxos de pagamentos de empresas e pessoas físicas.
Com isso, eles pretendem baratear o custo de contratação, o que facilitaria a formalização de trabalhadores hoje empregados sem carteira. O aumento da formalização ajudaria o “sistema antigo” a se reequilibrar.
A reforma da Previdência em discussão comporia o conjunto de medidas para sanar o déficit, que receberia o auxílio de privatizações.
Os dois sistemas, o antigo e o de capitalização, na proposta dos economistas de Bolsonaro, seriam apartados.
Apesar das divergências com parlamentares, que ganharam relevância na última semana com a eclosão de pautas-bomba, a equipe de Bolsonaro ainda trabalha para que uma reforma seja aprovada.
A avaliação é que já abriria a pauta para discutir o novo regime trabalhista e de Previdência da carteira verde e amarela.
Essa nova Previdência necessitaria de emendas na Constituição.
Consumidores brasileiros que conseguiram manter emprego e renda durante o período mais duro da crise voltaram a comprar carro nos últimos meses, reflexo de alguma recuperação de confiança após primeiros sinais da retomada econômica.
Essa é a explicação de executivos da área de crédito a veículos de grandes bancos brasileiros para o crescimento nos financiamentos do segmento, que ajuda a alavancar as vendas no ano. Montadoras relatam otimismo com o resultado de 2018 mesmo após paralisação dos caminhoneiros, Copa do Mundo e eleições.
Segundo dados do Banco Central, a carteira de veículos cresceu 12% em setembro quando comparada com igual mês de 2017. Os dados aparecem também nos resultados dos bancos no terceiro trimestre.
De acordo com Leandro Diniz, diretor do departamento de empréstimos e financiamentos do Bradesco, a combinação de taxa de juro, envelhecimento da frota e o começo de uma curva positiva de confiança trouxe a demanda de volta para o mercado.
“Quem está com crédito é o mesmo [consumidor] que já tinha, mas agora as pessoas estão mais dispostas a trocar de carro”, complementa Rodnei Bernardino de Souza, diretor do Itaú.
Quem tem veículo costuma trocá-lo, em média, a cada dois ou três anos, e são essas pessoas que começam a voltar ao mercado.
“Estamos crescendo em taxas ainda moderadas. A gente ainda tem um tempinho para chegar no número lá atrás, tem demanda reprimida, gente que adiou a compra e a troca do carro para entrar no ciclo de confiança”, diz André Novaes, diretor do Santander Financiamentos.
Ele diz que a previsão do ano é alcançar os 3 milhões de veículos produzidos, ainda abaixo dos 3,7 milhões alcançados em 2013, o recorde do mercado.
Ajuda a atrair clientes a queda da taxa básica de juros, que saiu de 14,25% ao ano para a mínima histórica atual de 6,50%. Com a forte competição nessa linha, os bancos tendem a repassar o custo menor ao consumidor.
Neste mês, por exemplo, bancos sinalizam financiamentos com taxas mínimas de 0,89% (sem considerar IOF e outros custos, como seguro que costuma ser incorporado a financiamentos mais longos e que encarece o crédito final). A taxa média mensal medida pelo Banco Central é de 1,7%, a menor do sistema financeiro destinada à pessoa física, ao lado do consignado destinado a servidores públicos.
As taxas baixas são possíveis, dizem, porque quando o cliente paga uma entrada, está menos disposto a deixar de pagar as prestações. Além disso, o carro é a garantia em caso de calote.
O que não significa que os bancos tenham afrouxado os critérios para conceder novos financiamentos.
“Os bancos lá atrás aprenderam mais a dar esse crédito e fizeram dever de casa. Os bancos não estão fazendo loucuras no crédito”, diz Novaes, do Santander.
Para o Bradesco, há um espaço grande de crescimento antes de mudança no apetite de risco.
“O banco tem pré-aprovado quase 6 milhões de clientes para compra de veículos. E pré-analisados outros 10 milhões”, afirma Diniz.
É nesse espaço que as montadoras apostam para voltar a crescer.
“Para ganhar dinheiro, o banco precisa emprestar para alguém”, diz Roberto Akiyama, vice-presidente comercial da Honda Automóveis sobre a retomada do interesse dos bancos em financiar a venda de carros.
“Temos anunciado financiamentos com taxas incentivadas e de bancos bons, fortes. Estamos conseguindo, gradualmente, melhorar o índice de aprovação de crédito”, diz Marcio Alfonso, presidente da Caoa Chery.
A Ford espera ter um aumento em torno de 10% nas vendas em 2019, seguindo as previsões da indústria, diz Natan Vieira, vice-presidente de marketing, vendas e serviços da Ford América do Sul.
“Temos trabalhado com o Bradesco, e estamos obtendo uma aprovação relativamente alta, há uma tendência de melhora em relação a anos anteriores”, afirma.
“A questão dos juros terem baixado está ajudando. O desemprego continua forte, isso é um problema, mas essa volta da indústria é um respiro para nós. O varejo vem em um ritmo um pouco mais lento, mas tem reagido”, diz Vieira.
Roberto Bottura, presidente da Check Price (empresa especializada na precificação de veículos), tem uma leitura mais cautelosa para o próximo ano. Para ele, não haverá um crescimento significativo da oferta de crédito no mercado, pois as vendas não devem ter altas muito expressivas.
“Talvez haja uma melhora, mas ainda é pouco provável que o mercado de carros novos cresça muito no ano que vem. Os bancos estão com apetite, mas ainda estão com medo, pois tiveram prejuízos em 2015 e 2016 na área de financiamento. Querem crescer, mas querem crescer saudáveis”, diz Bottura.