Em visita a capital, uma das principais lideranças da região de Brumado, o empresário e radialista Emanoel Araújo, popular Manelão, adiantou o passo e veio prestar seu apoio ao pré-candidato ao governo baiano ACM Neto. Manelão esteve em reunião com o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto e a deputada Federal Dayane Pimentel para ajustar os interesses para o próximo ano de eleição.
Neto anunciou nesta manhã no Centro de Convenções de Salvador que disputará o cargo de governador da Bahia. O ex-prefeito por duas vezes seguida da Capital aproveitou para lançar o slogan ‘A Bahia pode mais’.
Manelão fez um Raio X sobre a região e sugeriu políticas que podem ser implementadas. “Encontrar com ACM Neto é sempre uma satisfação. Ficamos de marcar a próxima reunião e ir ajustando os ponteiros.”, ressaltou o radialista. Ele também confirma que apoiará a deputada Dayane Pimentel ano que vem: “Assim que a deputada foi eleita me procurou e eu simpatizei muito com sua conduta e trabalho, estamos juntos desde então e seguiremos firmes.”
Menelão falou do esgotamento sanitário que a Embasa deixou de fazer no município. “Essa picuinha entre a empresa e o gestor municipal tem prejudicado a vida de centenas de pessoas com esgoto a céu aberto”. Outra demando que preocupa Araújo é a segunda etapa da barragem de Cristalândia.
O radialista deixou claro que a segunda etapa da barragem pode beneficiar milhares de famílias. “Nós temos que pensar também na agricultura irrigada na região. Isso vai trazer desenvolvimento e sustentabilidade para muitas famílias”. Outras reuniões ocorrerão nos próximos dias para alinhar o apoio e os projetos da região. A expectativa é que Manelão se consolide como um dos braços fortes de ACM Neto na região de Brumado.
O futuro partido do presidente Jair Bolsonaro pode ser definido a partir da composição da chapa na qual o chefe do Executivo federal disputará a reeleição. De acordo com a Folha de S. Paulo, a proposta é que PP e PL – dois dos principais partidos do Centrão – formem a chapa, um com Bolsonaro e o outro com o candidato a vice. O presidente também conversa com o Republicanos.
O acordo vem sendo costurado pelas cúpulas das duas legendas e por auxiliares palacianos. Tanto PP quanto PL têm assento no Palácio do Planalto, com Ciro Nogueira (Casa Civil) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo), respectivamente.
Auxiliares que defendem a filiação ao PL dizem acreditar que esta é a forma mais garantida de amarrar a sigla com o presidente em 2022, evitando uma eventual neutralidade ou a debandada para apoiar outro candidato, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
À Folha, Flávio Bolsonaro, senador e filho do presidente, afirmou que o martelo não foi batido. “Não há decisão ainda.” Bolsonaro já chegou a dizer a aliados que só anunciará para onde vai quando a União Brasil, partido que resultará da fusão do DEM e do PSL, for formada.
Apontado como pré-candidato à Presidência em 2022, o ex-juiz Sergio Moro já tornou públicas ideias em áreas como combate à corrupção, Justiça criminal e segurança pública, mas seus pensamentos sobre outros temas relevantes para o país ainda são desconhecidos. O ex-magistrado da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro, ao se filiar ao partido Podemos na próxima quarta-feira (10), passará a sofrer cobranças para expor suas propostas para o Brasil, caso confirme a candidatura ao Planalto.
Moro abandonou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro, com quem se desentendeu —isso motivou seu pedido de demissão em abril do ano passado. Neste ano, sofreu uma dura derrota no STF (Supremo Tribunal Federal), que o considerou parcial nas ações em que atuou como juiz federal contra o ex-presidente Lula (PT).
Conhecido pela pauta anticorrupção e pela defesa do endurecimento das leis, Moro é praticamente um neófito em outros debates, como o da economia, que deve dominar a próxima campanha eleitoral. Ele já se manifestou sobre alguns assuntos fora da sua seara de atuação em entrevistas, artigos e palestras, mas sua percepção sobre outras pautas que surgirão na campanha continua uma incógnita.
Em alguns casos, há apenas informações genéricas. Sobre educação, por exemplo, o que há de mais recente é uma mensagem publicada por ele em uma rede social para comemorar o Dia do Professor (15 de outubro), em que celebrou “o poder transformador” do aprendizado.
Moro encerrou a postagem com a expressão “aos mestres, com carinho” e uma figurinha de maçã.
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Uma costura delicada entre lideranças do PT e do PSB tenta viabilizar uma chapa que una Lula como candidato a presidente da República e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como vice. As conversas, que envolvem nomes de primeiro escalão das duas legendas, já ocorrem há um certo tempo, mas se intensificaram nas últimas semanas. Além dos obstáculos naturais para a junção de dois tradicionais adversários políticos, o tempo corre contra ela —daí a pressa.
Para viabilizar a ideia, algumas dificuldades precisam ser contornadas. Em primeiro lugar, tanto Lula quanto Alckmin ainda precisam ser convencidos plenamente de que a chapa pode funcionar —não apenas para ganhar as eleições, mas especialmente para governar. Depois disso, ambos os partidos teriam que chegar a um acordo para que o PT formalizasse uma aliança com o PSB e guardasse a vaga de vice-presidente para o partido.
Alckmin então assinaria a ficha de filiação à legenda socialista e seria lançado candidato. Os petistas que defendem a possibilidade afirmam que, apesar das diferenças históricas com os tucanos na área econômica, Alckmin é o último remanescente do PSDB histórico, de Mário Covas e de Franco Montoro: apegado a valores democráticos e com olhar generoso em relação aos problemas sociais do Brasil.
O tempo joga contra já que o PT e o PSB ainda não se acertaram sobre a vaga de vice. Além disso, Alckmin já está em conversas avançadas com outras legendas, como o PSD de Gilberto Kassab, que o convidou para entrar na legenda e ser candidato a governador de SP.
Depois de cinco dias como presidente interino do Brasil devido à viagem de Bolsonaro ao G20, o vice-presidente Hamilton Mourão recebeu, nesta quarta-feira, a coluna para uma entrevista em seu gabinete. Mourão defendeu importância de que o Brasil tenha uma candidatura de terceira via em 2022, admitiu que Moro é “um nome forte”, mas que hoje os que “empolgam as massas” são o presidente Bolsonaro e Lula. A entrevista foi publicada pelo blog de Bela Megale, do jornal “O Globo”.
O vice-presidente afirmou que sua relação com Bolsonaro, conhecida por altos e baixos, “está muito boa” e afirmou que não acredita que as reformas tributária e administrativa andem nessa gestão. Sobre a agenda esvaziada de Bolsonaro com o G20, colocou a culpa no idioma inglês. “É complicado fazer isso quando se não se fala a língua, precisa de um intérprete.” Leia mais.
Esposa do ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), e pré-candidata a deputada no próximo ano, Roberta Roma critica o ex-prefeito ACM Neto (DEM) em declarações à coluna Painel, da Folha de S. Paulo, publicadas no domingo (31). Ex-correligionários, ministro e ex-prefeito se distanciaram desde quando Roma foi para o Executivo federal, em fevereiro deste ano. Ela se referiu a ACM Neto como “coronelzinho” e “velho travestido de novo”.
“João se coloca ao lado de Bolsonaro. Eu vou ser essa dita extrema-direita na Bahia, que tem 70%, 80% de rejeição, mas esse 20% que é firme (com) Bolsonaro vai colar em João Roma. Não vai ser ACM Neto. Tem 20% de Bolsonaro e João Roma, os 60% de Lula e Jaques Wagner, e ACM Neto fica com o quê?”, afirmou ela, ao comentar o cenário da disputa ao Palácio de Ondina em 2022.
Sobre a ida de João Roma ao governo Jair Bolsonaro, Roberta Roma avaliou que o ex-prefeito não aceitou o crescimento de um amigo. “Isso foi o mais doloroso. A gente acreditou muito nele. Quando João teve a oportunidade de crescer e brilhar, ele não foi grande.” A intenção, prosseguiu, é provocar a desistência da candidatura de João Roma ao governo estadual.
Roberta Roma também relatou ameaças. Segundo ela, o presidente do DEM – partido que está em processo de fusão com o PSL para formar a União Brasil – tem dito que os que votarem nela estarão contra ele. “Trabalha com ameaças. ‘Se não atender a minha vontade, eu cancelo, corto, demito, travo’. É o império dele, o império baiano”, afirmou.
“É pior que o avô. O avô tinha ética, ele não tem”, comparou a pré-candidata, em referência ao ex-governador e ex-senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007). “Ele (ACM Neto) vai lá nos contratos da prefeitura, de pessoas. ‘Ou você é meu ou você é dele’. É tipo obrigar. ‘Eu vou tirar sua mulher que trabalha na prefeitura, vou tirar sua prima de 2º grau, vou te destruir’. Ele vai usar a fama dos Magalhães.”
Com a filiação do apresentador José Luiz Datena ao PSD, o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, inseriu o ex-prefeito ACM Neto como um dos nomes cotados para concorrer ao Planalto em 2022 pelo União Brasil, fruto da fusão do seu partido com o DEM.
“Tudo é possível alterar”, argumentou Bivar, em entrevista ao site Folha de Pernambuco, sobre a chance de o baiano mudar os planos. Segundo ele, o governador Ronaldo Caiado e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta também figuram como hipóteses.
Hoje, Neto é cotado para disputar o Governo do Estado no próximo pleito. O democrata tem viajado pelo estado em pré-campanha.
O contrato do ex-juiz Sergio Moro com a consultoria Alvarez & Marsal foi encerrado e valerá até este domingo (31). Com o acerto do distrato, Moro fica livre para se filiar ao Podemos, o que já está agendado para acontecer no dia 10 de novembro, em Brasília. Inicialmente, o contrato de Moro iria até 31 de outubro de 2022, mas ele foi rescindido para acabar no final deste mês. A informação foi divulgada inicialmente pelo jornal O Globo e confirmada pela reportagem.
Procurada, a Alvarez & Marsal não confirma a informação, mas fontes da reportagem informam que o fim do relacionamento entre Moro e a empresa de consultoria já foi acertado. Em 1º de novembro, um comunicado oficial deverá ser divulgado pelas partes. O Podemos pretende lançar o ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (sem partido) na disputa pela Presidência da República. O partido já previa começar os preparativos para o anúncio da filiação a partir de 1º de novembro, quando Moro já estará sem ligação com a Alvarez & Marsal.
No fim de setembro, Moro veio ao Brasil para conversas com membros do Podemos, que reafirmou o convite para a disputa presidencial. Caso realmente aceite entrar na disputa pelo Planalto, ele teria pela frente não apenas Bolsonaro, cujo governo integrou até abril de 2020, mas também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi condenado por Moro em processos da Operação Lava Jato.
Em razão disso, Lula foi preso e ficou impedido de disputar eleições. Este ano, porém, o STF (Supremo Tribunal Federal) disse que Moro foi parcial na condução dos processos e anulou suas sentenças contra Lula, o que devolveu os direitos políticos ao petista. Em pesquisa do PoderData divulgada na última quarta (27), Moro aparece com 8% das intenções de voto. Em terceiro lugar, ele fica atrás de Bolsonaro, com 28%, e Lula, 35%.
No Podemos, a expectativa é que, caso haja confirmação da candidatura, Moro conseguirá dobrar o índice atual “facilmente” nas pesquisas de intenção de voto. Em razão do contrato com a Alvarez & Marsal, Moro não podia fazer manifestações que fossem além de temas ligados à sua atuação na empresa. Suas mensagens mais recentes em sua página no Twitter, por exemplo, tratam de temas como combate à corrupção e improbidade administrativa.
Lula já avisou que pretende vir mais a Bahia e deixar evidenciado o seu apoio incondicional a Wagner. Por sua vez, o senador entendendo o recado das pesquisas e buscando adequar sua postura, em viagens ao interior, nos eventos em que participa, tem feito questão de associar sua imagem à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Isso porque as sondagens através de pesquisas de opinião mostram que, quando o eleitor sabe que Lula apoia Wagner, o senador tem um salto nas intenções de votos.
Em viagem a Santo Estevão nesta semana, Wagner citou o ex-presidente, pelo três vezes, em seu discurso, e disse que “aprendeu com Lula a governar”. No mesmo evento, o senador, que é pré-candidato a governador da Bahia, afirmou que, nos governos do PT, os melhores serviços são oferecidos à população. “Hoje, se eu não me engano, já inauguramos 21 ou 22 policlínicas. É um investimento de R$ 25 milhões. Aí dentro (da policlínica) vai encontrar equipamento igual ou melhor do que qualquer clínica particular da capital. Desafio alguém a encontrar um equipamento de segunda. O pessoal, às vezes, fica até impressionado, porque antes do nosso governo, muita gente achava que para o povo (podia) botar qualquer negócio. Na escola do Lula, não. É para o povo, bota o melhor porque o povo é que merece todo o nosso carinho e toda nossa dedicação”, declarou.
Em outro momento, Wagner afirmou que ele trouxe para a Bahia “a mesma concepção de governar do presidente Lula, que é fazer mais por quem mais precisa”. No entanto, não é só com declarações que o senador tem tentado reforçar o elo com o ex-presidente da República. Wagner retirou do guarda-roupa camisas com a foto de Lula. A estratégia tinha sido usada na campanha de 2018, quando Wagner, o governador Rui Costa (PT) e o senador Angelo Coronel (PSD) faziam campanha pelo estado com camisas com o rosto do ex-presidente e escrito “Lula Livre”.
Há duas semanas, na cidade de Tucano, Wagner participou de eventos com a camisa “Lula Livre”. Nesta semana, em Feira de Santana, o senador apareceu com uma camisa, com uma nova estampada, com a foto do ex-presidente, mas com os dizeres: “eu voltarei”. De acordo com o instituto Paraná Pesquisas, quando o eleitor sabe que o ex-presidente Lula apoia Wagner, o senador tem um amplo crescimento. Segundo o instituto, o petista da Bahia aparece com 35% das intenções. Já quando o eleitorado sabe da possível dobradinha de Neto com o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o ex-prefeito cai para 37,9%.
O levantamento, divulgado em agosto deste ano, ouviu 2008 eleitores baianos em 186 municípios entre os dias 4 e 7 de agosto. O Instituto Paraná Pesquisas coletou os dados por meio de entrevistas telefônicas não robotizadas e apresentou um intervalo de confiança de 95%. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos.
O Facebook anunciou que, a partir das próximas semanas, vai inserir rótulos em postagens sobre eleições com redirecionamento de usuários para a página da Justiça Eleitoral na internet. A medida também valerá para o Instagram, rede social que pertence ao conglomerado controlado pelo Facebook. A novidade faz parte de um trabalho conjunto com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para combater desinformação e ameaças à integridade do processo eleitoral, de acordo com publicação da Agência Brasil.
“A integridade das eleições é uma prioridade para nós e temos trabalhado nos últimos anos com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no Brasil para proteger o processo democrático, identificando e agindo contra ameaças e ajudando as pessoas a terem acesso a informações confiáveis sobre a votação. Como parte do nosso trabalho com o TSE para a eleição presidencial de 2022, iremos direcionar as pessoas usando o Facebook e o Instagram no Brasil para informações oficiais sobre o sistema de votação e artigos rebatendo desinformação sobre o processo eleitoral”, diz o comunicado divulgado na terça-feira (26).
Segundo o Facebook, nas próximas semanas, usuários no Brasil começarão a ver um rótulo em postagens nas plataformas que tratam de eleições e serão direcionados a uma página do site da Justiça Eleitoral.
De acordo com a empresa, desde 2016 o número de funcionários que atuam na área de segurança e integridade das plataformas foi quadruplicado, passando para mais de 40 mil pessoas. As redes sociais atuaram no ano passado, durante as eleições municipais, estabelecendo regras de transparência da publicidade de candidatos.
“Removemos mais de 140 mil peças de conteúdo do Facebook e do Instagram no Brasil pela violação de nossas políticas de interferência na votação antes do primeiro turno da eleição e cerca de 3 milhões de pessoas com mais de 16 anos elegíveis ao voto no país clicaram para ver mais informações sobre a eleição nos dias que antecederam a votação. Em 2018, lançamos no Brasil nossas ferramentas de transparência para propaganda política e eleitoral e, desde 2020, qualquer pessoa ou organização precisa passar por um processo de autorização confirmando identidade e endereço no país para veicular anúncios sobre esses temas. Desde então, anúncios sobre política ou eleições ficam armazenados publicamente na nossa Biblioteca de Anúncios por um período de sete anos”, diz o comunicado.
Ainda segundo o comunicado, durante a campanha eleitoral de 2020 foram rejeitados cerca de 250 mil anúncios sobre política ou eleições que não continham o rótulo “Propaganda Eleitoral” ou “Pago por” direcionados a pessoas no Brasil, os chamados conteúdos impulsionados.
O comunicado informa ainda que o WhatsApp, outra plataforma pertencente ao Facebook, já havia lançado, no ano passado, em parceria com o TSE, um chatbot (conta automatizada) para ajudar na circulação de dados oficiais sobre o processo eleitoral e a votação. Além disso, o aplicativo de mensagens disponibilizou um canal de comunicação específico com o TSE para denunciar contas suspeitas de realizar disparos em massa, o que não é permitido nos Termos de Serviço do aplicativo e nem pela legislação eleitoral.
Momentos após anunciar sua filiação ao PSD, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), disse acreditar que a sigla pode ter uma “proposta alternativa” aos projetos que devem ser apresentados nas eleições de 2022 pelo PT e pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Citado pelo presidente de sua nova legenda, Gilberto Kassab, como potencial candidato ao Palácio do Planalto no ano que vem, o senador afirmou que não pretende discutir essa possibilidade agora. “A minha posição política em 2022 será decidida em 2022”, afirmou Pacheco.
O presidente do Senado anunciou nesta sexta-feira (22) que decidiu deixar o DEM para se filiar ao PSD. O movimento foi lido como o primeiro passo formal para uma possível candidatura à sucessão de Bolsonaro. A cerimônia de filiação do senador mineiro deve ocorrer na próxima quarta (27), em Brasília. Pacheco é visto como possível nome da chamada “terceira via” para 2022, embora uma aproximação de Kassab com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha levantado discussões sobre uma aliança entre o PSD e o petista em 2022.
O senador mineiro, porém, indicou proximidade com o primeiro desenho, apontando diferenças com o PT e com Bolsonaro. “Há divergências em relação à proposta de Bolsonaro e há divergências em relação à proposta de Lula, e essas divergências têm que ser respeitadas”, afirmou. “No momento certo, o PSD vai tomar suas decisões. Mas eu acredito muito que o PSD possa ter uma proposta alternativa, moderna, nova, de futuro, que possa olhar o Brasil para frente. Eu acredito muito que o partido será protagonista dessa proposta de Brasil”, declarou.
Ainda que sua mudança de partido seja vista como um sinal claro de que trabalha por uma candidatura presidencial, Pacheco não quis responder se estuda essa possibilidade. “Eu mantenho a minha convicção de que o momento do Brasil recomenda um exercício pleno de compromisso com a pauta do Senado e do Congresso Nacional, com a solução dos problemas brasileiros. Não me permito antecipar a discussão da eleição de 2022, porque acho que isso terá o seu tempo oportuno”, afirmou.
Uma de suas preocupações é que a entrada na corrida eleitoral, como adversário de Bolsonaro, seja interpretada como um movimento do presidente do Senado contra o governo. Ele descarta essa análise e diz que se manterá “colaborativo em relação às pautas que interessam ao Brasil, inclusive aquelas que são gestadas no governo federal”, embora discorde “de uma série de coisas”. No comando do PSD, o próprio Kassab já fez críticas ao governo Bolsonaro e deu sinais de que não há pontes entre a sigla e o presidente para a eleição do ano que vem.
Um dos motivos da ida de Pacheco para o PSD é a concorrência que deve se abrir em seu atual partido, o DEM, na fusão que foi aprovada com o PSL para dar origem à União Brasil. Na nova legenda, outros nomes disputarão a candidatura à Presidência, como Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o apresentador José Luiz Datena (PSL). Uma pesquisa realizada pelo Datafolha em setembro registrou Pacheco com 1% das intenções de voto para o Palácio do Planalto. Nesse cenário, Lula lidera com 42%, seguido por Bolsonaro, com 24%.
Depois, vêm Ciro Gomes (PDT), com 10%, João Doria (PSDB), com 5%, José Luiz Datena (PSL), com 4%, Simone Tebet (MDB), com 2% e Aldo Rebelo (sem partido), com 1%. Pacheco disse acreditar que o ambiente político “melhorou bastante” nas semanas após os ataques de Bolsonaro às instituições democráticas, no feriado de 7 de Setembro, e afirmou que viu a declaração do presidente como uma “retratação pública”. “Desde então, o nosso ambiente melhorou bastante em termos de relação institucional e da relação entre os Poderes”, declarou.
O senador fez o comunicado sobre sua saída do DEM pelas redes sociais. “Agradeço aos filiados, colegas e amigos do Democratas de Minas Gerais e de todo o país o período de convivência partidária saudável e respeitosa”, escreveu. Ele ainda agradeceu o presidente do DEM, ACM Neto, e desejou sucesso ao recém-criado partido União Brasil.
O ex-presidente Lula disse, em entrevista ao programa Isso é Bahia, na Rádio A Tarde, que espera que a aliança entre o PP e o PT na Bahia seja mantida mesmo se houver uma concretização do ingresso do presidente Jair Bolsonaro na sigla que, na Bahia, é presidida pelo vice-governador João Leão. “Eu não sei qual será a situação do PP da Bahia. Obviamente que a situação justa não será do Rui, será do PP da Bahia, que terá que tomar uma decisão”, respondeu o ex-presidente, na entrevista concedida na manhã desta quarta-feira (20).
Ele entretanto salientou que a relação do governador Rui Costa com o PP “é muito saudável e muito boa”. Lula também comentou: “Eu sei que muitas das coisas que o Rui Costa está fazendo na Bahia depende da aliança que ele tem com todas as correntes políticas e eu espero espero que isso continue. Eu não sei qual será o comportamento do PP se o Bolsonaro se filiar ao PP”.
Ainda ao ser questionado sobre a situação do PP baiano com o ingresso do presidente Jair Bolsonaro, Lula considerou que o atual residente do Palácio do Alvorada não é um homem de partido, mas de alguém que necessita de uma “legenda de aluguel” para disputar as eleições. “Se dependesse dele, ele seria candidato avulso”.
Sobre a sua própria candidatura, Lula disse que a definição deve ocorrer somente em fevereiro ou março de 2022, após o Carnaval, quando também espera definir uma aliança com os partidos que considera “progressistas”. “A partir de março o jogo começa e quando o jogo começa aí a gente vai ver quem se preparou melhor, quem fez os acordos mais produtivos para o país”, disse na entrevista.
O ex-presidente também afirmou que as quatro vitórias do PT na Bahia entre 2006 e 2018 demonstram que a articulação do senador Jaques Wagner, pré-candidato do partido ao Governo do Estado, foi exitosa. “É importante lembrar que Wagner ganhou no primeiro turno, foi reeleito no primeiro turno, elegeu Rui no primeiro turno e Rui foi reeleito em primeiro turno, numa demonstração de que a costura politica feita por ele foi acertada e numa demonstração de que eles estão fazendo aquilo que o povo tinha como expectativa”, disse Lula, que destacou a relação histórica com o senador, que remonta à década de 1970.