Momentos após anunciar sua filiação ao PSD, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), disse acreditar que a sigla pode ter uma “proposta alternativa” aos projetos que devem ser apresentados nas eleições de 2022 pelo PT e pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Citado pelo presidente de sua nova legenda, Gilberto Kassab, como potencial candidato ao Palácio do Planalto no ano que vem, o senador afirmou que não pretende discutir essa possibilidade agora. “A minha posição política em 2022 será decidida em 2022”, afirmou Pacheco.
O presidente do Senado anunciou nesta sexta-feira (22) que decidiu deixar o DEM para se filiar ao PSD. O movimento foi lido como o primeiro passo formal para uma possível candidatura à sucessão de Bolsonaro. A cerimônia de filiação do senador mineiro deve ocorrer na próxima quarta (27), em Brasília. Pacheco é visto como possível nome da chamada “terceira via” para 2022, embora uma aproximação de Kassab com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha levantado discussões sobre uma aliança entre o PSD e o petista em 2022.
O senador mineiro, porém, indicou proximidade com o primeiro desenho, apontando diferenças com o PT e com Bolsonaro. “Há divergências em relação à proposta de Bolsonaro e há divergências em relação à proposta de Lula, e essas divergências têm que ser respeitadas”, afirmou. “No momento certo, o PSD vai tomar suas decisões. Mas eu acredito muito que o PSD possa ter uma proposta alternativa, moderna, nova, de futuro, que possa olhar o Brasil para frente. Eu acredito muito que o partido será protagonista dessa proposta de Brasil”, declarou.
Ainda que sua mudança de partido seja vista como um sinal claro de que trabalha por uma candidatura presidencial, Pacheco não quis responder se estuda essa possibilidade. “Eu mantenho a minha convicção de que o momento do Brasil recomenda um exercício pleno de compromisso com a pauta do Senado e do Congresso Nacional, com a solução dos problemas brasileiros. Não me permito antecipar a discussão da eleição de 2022, porque acho que isso terá o seu tempo oportuno”, afirmou.
Uma de suas preocupações é que a entrada na corrida eleitoral, como adversário de Bolsonaro, seja interpretada como um movimento do presidente do Senado contra o governo. Ele descarta essa análise e diz que se manterá “colaborativo em relação às pautas que interessam ao Brasil, inclusive aquelas que são gestadas no governo federal”, embora discorde “de uma série de coisas”. No comando do PSD, o próprio Kassab já fez críticas ao governo Bolsonaro e deu sinais de que não há pontes entre a sigla e o presidente para a eleição do ano que vem.
Um dos motivos da ida de Pacheco para o PSD é a concorrência que deve se abrir em seu atual partido, o DEM, na fusão que foi aprovada com o PSL para dar origem à União Brasil. Na nova legenda, outros nomes disputarão a candidatura à Presidência, como Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o apresentador José Luiz Datena (PSL). Uma pesquisa realizada pelo Datafolha em setembro registrou Pacheco com 1% das intenções de voto para o Palácio do Planalto. Nesse cenário, Lula lidera com 42%, seguido por Bolsonaro, com 24%.
Depois, vêm Ciro Gomes (PDT), com 10%, João Doria (PSDB), com 5%, José Luiz Datena (PSL), com 4%, Simone Tebet (MDB), com 2% e Aldo Rebelo (sem partido), com 1%. Pacheco disse acreditar que o ambiente político “melhorou bastante” nas semanas após os ataques de Bolsonaro às instituições democráticas, no feriado de 7 de Setembro, e afirmou que viu a declaração do presidente como uma “retratação pública”. “Desde então, o nosso ambiente melhorou bastante em termos de relação institucional e da relação entre os Poderes”, declarou.
O senador fez o comunicado sobre sua saída do DEM pelas redes sociais. “Agradeço aos filiados, colegas e amigos do Democratas de Minas Gerais e de todo o país o período de convivência partidária saudável e respeitosa”, escreveu. Ele ainda agradeceu o presidente do DEM, ACM Neto, e desejou sucesso ao recém-criado partido União Brasil.
O ex-presidente Lula disse, em entrevista ao programa Isso é Bahia, na Rádio A Tarde, que espera que a aliança entre o PP e o PT na Bahia seja mantida mesmo se houver uma concretização do ingresso do presidente Jair Bolsonaro na sigla que, na Bahia, é presidida pelo vice-governador João Leão. “Eu não sei qual será a situação do PP da Bahia. Obviamente que a situação justa não será do Rui, será do PP da Bahia, que terá que tomar uma decisão”, respondeu o ex-presidente, na entrevista concedida na manhã desta quarta-feira (20).
Ele entretanto salientou que a relação do governador Rui Costa com o PP “é muito saudável e muito boa”. Lula também comentou: “Eu sei que muitas das coisas que o Rui Costa está fazendo na Bahia depende da aliança que ele tem com todas as correntes políticas e eu espero espero que isso continue. Eu não sei qual será o comportamento do PP se o Bolsonaro se filiar ao PP”.
Ainda ao ser questionado sobre a situação do PP baiano com o ingresso do presidente Jair Bolsonaro, Lula considerou que o atual residente do Palácio do Alvorada não é um homem de partido, mas de alguém que necessita de uma “legenda de aluguel” para disputar as eleições. “Se dependesse dele, ele seria candidato avulso”.
Sobre a sua própria candidatura, Lula disse que a definição deve ocorrer somente em fevereiro ou março de 2022, após o Carnaval, quando também espera definir uma aliança com os partidos que considera “progressistas”. “A partir de março o jogo começa e quando o jogo começa aí a gente vai ver quem se preparou melhor, quem fez os acordos mais produtivos para o país”, disse na entrevista.
O ex-presidente também afirmou que as quatro vitórias do PT na Bahia entre 2006 e 2018 demonstram que a articulação do senador Jaques Wagner, pré-candidato do partido ao Governo do Estado, foi exitosa. “É importante lembrar que Wagner ganhou no primeiro turno, foi reeleito no primeiro turno, elegeu Rui no primeiro turno e Rui foi reeleito em primeiro turno, numa demonstração de que a costura politica feita por ele foi acertada e numa demonstração de que eles estão fazendo aquilo que o povo tinha como expectativa”, disse Lula, que destacou a relação histórica com o senador, que remonta à década de 1970.
O banqueiro Roberto Setubal, copresidente do conselho de administração do Itaú Unibanco, afirma que o País precisa de um candidato à Presidência da República que possa se contrapor à polarização atual. Acredita que os favoritos à disputa hoje – o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula – já tiveram sua chance, mas não conseguiram fazer as reformas necessárias para o crescimento sustentado do Brasil. No caso de Bolsonaro, diz que a gestão é decepcionante em relação ao que foi prometido na campanha. Nesta entrevista, ele também fala da situação econômica, sobre a agenda de diversidade nas empresas e as mudanças em curso no Itaú.
Inflação alta de novo, desemprego gigantesco e ainda tem a pandemia. A impressão que temos não é apenas de que o País está parado, mas, pior, que ele está desandando. É possível reverter esse cenário a curto prazo, ainda mais levando em conta que teremos uma eleição que promete ser tensa ano que vem?
Não, não é possível. Na verdade, vejo a economia brasileira em decadência. Estamos há aproximadamente 40 anos sem crescimento da renda per capita. Isso é gravíssimo e, de certa forma, é diferente do que aconteceu no mundo. Vários países eram pobres há 50 anos e, hoje, estão se aproximando da renda dos países desenvolvidos. Nós, nos últimos 40 anos, tivemos momentos de melhora, como quando se controlou a inflação. Mas, de forma geral, continuamos no mesmo nível de renda de 40 anos atrás. Isso é um desastre do ponto de vista social. Não vamos melhorar a renda das pessoas sem crescimento. Eu acho que o País não vem focando no crescimento.
O que o sr. chama de focar no crescimento?
A economia precisa de um choque. Precisamos entrar numa agenda forte de reformas, que precisam focar no aumento da produtividade da economia e no aumento dos investimentos. Penso, por exemplo, em uma reforma trabalhista que aumente a produtividade. Abertura econômica também aumenta a produtividade. Sem falar numa reforma tributária. Temos um sistema tributário muito complexo e repleto de distorções, que foi sendo criado por remendos com objetivo único de aumentar a arrecadação. Não tem qualquer objetivo de justiça social, nem de fazer a economia alocar recursos eficientemente.
O governador Rui Costa (PT) declarou, em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (13), que, caso o presidente Jair Bolsonaro se filie ao PP, ficaria “muito complicada” uma aliança da chapa com o partido.
“Eu vou conversar ainda, vou viajar, mas vou conversar com o PP. Se isso isso se materializar [filiação de Bolsonaro] a situação fica muito complicada em uma aliança da chapa com o PP”, disse o petista.
“Não é fácil. Precisamos discutir. Espero que não se materialize. Vamos ter que discutir alternativas. Vou conversar com [João] Leão as alternativas”, revelou.
O senador Angelo Coronel (PSD) avaliou que, se o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ingressar no PP “pode complicar” a situação na Bahia do partido liderado pelo vice-governador João Leão.
“É uma situação delicada. Se Bolsonaro ingressar (no PP), pode complicar [na Bahia]. Mas não gosto de falar do partido do outro”, declarou Coronel, em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia divulgada nesta quinta-feira (7).
O senador disse, entretanto, que não vê “problema” de um integrante do PP compor a eventual chapa governista, pois, é possível que o partido dê independência para os diretórios estaduais decidirem quem apoiar para presidente da República na eleição do próximo ano.
“O Brasil tem vários Brasil dentro dele”, ressaltou Coronel, ao impresso.
A entrada de Bolsonaro na legenda é dada como certa por lideranças nacionais, apesar de haver resistência em alguns diretórios estaduais.
O STF (Supremo Tribunal Federal) irá julgar nos próximos dias uma ação em que pode liberar a realização de showmícios nas eleições de 2022. A análise do tema é muito aguardada por partidos e pode ampliar a participação de artistas na disputa eleitoral do próximo ano.
Na visão de dirigentes partidários, embora a classe artística no geral tenha mais proximidade com a esquerda, a liberação desses eventos também pode beneficiar o presidente Jair Bolsonaro, que é apoiado por alguns dos mais famosos cantores sertanejos do país.
A jurisprudência do Judiciário em relação ao tema já tem se modificado nos últimos anos, como ocorreu em 2020 com a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que permitiu a realização de um show fechado de Caetano Veloso para arrecadação de dinheiro aos então candidatos Guilherme Boulos (PSOL), que disputava a Prefeitura de São Paulo, e Manuela d’Ávila (PC do B), em Porto Alegre.
Agora, o STF irá julgar uma ação de autoria do PSB, PSOL e PT contra a lei de 2006 que proibiu esse tipo de evento eleitoral. A legislação vetou “a realização de showmício” e a apresentação, “remunerada ou não”, de artistas para animar comícios e reuniões eleitorais. Ao Supremo as siglas pedem o veto parcial à norma para que sejam liberadas apresentações gratuitas, sem pagamento de cachê ao artista.
Nos bastidores da corte, ainda há dúvidas sobre a melhor solução a ser dada para o caso. Há uma corrente que tem defendido internamente, por exemplo, que a liberação de shows gratuitos não seria adequada porque, caso não fique claro o cunho político do evento, confundiria a cabeça dos eleitores.
No centro do julgamento, estará a discussão sobre até que ponto o veto à apresentação de artistas em favor de determinado candidato viola as liberdades individuais dessa classe, garantida a todos os cidadãos pela Constituição.
Na ação apresentada ao Supremo, os partidos afirmam que a “atividade artística como as manifestações de natureza política compõem o núcleo essencial da liberdade de expressão”.
“O legislador não pode pretender a depuração das campanhas da sua saudável dimensão emocional, retirando o seu calor e energia, para que se convertam em debates exclusivamente racionais e sisudos sobre propostas e projetos”, dizem os partidos.
A PGR (Procuradoria-Geral da República), no entanto, foi no sentido oposto e deu um parecer pela improcedência da ação.
“O objetivo da norma é impedir o oferecimento de vantagem ao eleitorado, como forma de angariar o voto. Busca, assim, preservar a paridade de armas entre os concorrentes da disputa eleitoral. As normas são razoáveis e proporcionais para o fim perseguido”, afirma.
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Faltando um ano para as eleições, os principais partidos começam a definir o tabuleiro político buscando aliar influência nas eleições presidenciais, formação de palanques locais competitivos e crescimento das suas bancadas na Câmara e no Senado. A disputa pelos governos estaduais mostra o PT mais focado no projeto nacional de candidatura de Lula ao Planalto e os potenciais candidatos no campo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em clima de indefinição.
Legendas como PSD e União Brasil, partido que surgirá da fusão entre o DEM e PSL, tentam ganhar musculatura nos estados. MDB e PSDB, por sua vez, buscam manter os espaços que já possuem e retomar o protagonismo nos estados onde são fortes. O pleito deve ser marcado pelo favoritismo de nomes conhecidos e experientes. Os governadores eleitos na onda conservadora de 2018 tentarão manter seus postos, mas enfrentarão adversários que se organizam nos campos da esquerda e centro.
Na maior parte dos estados, os nomes mais competitivos devem adotar a estratégia de palanques múltiplos na eleição nacional, buscando atrair o maior número possível de partidos na formação das alianças locais. Ao contrário de 2018, quando lançou candidaturas em 16 estados para defender o legado do partido, o PT vem mais modesto e deve ter candidatos nos grandes colégios eleitorais, nos estados em que já governa e onde tem real chance de vencer.
No Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra vai disputar a reeleição na condição de favorita. Na Bahia, caberá ao senador Jaques Wagner defender a continuidade de 16 anos do PT no governo, enquanto, no Piauí, o secretário Rafael Fontelles é o nome para a sucessão do governador Wellington Dias. No Ceará, a tendência dos petistas é de apoio ao PDT na sucessão do governador Camilo Santana (PT), mas setores da legenda defendem candidatura própria para ter um palanque fiel a Lula.
Fora dos estados em que já governa, o PT lançou pré-candidaturas do ex-prefeito Fernando Haddad ao Governo de São Paulo e de Edegar Pretto no Rio Grande do Sul. No Rio, Minas Gerais e Pernambuco, a tendência é de apoio a aliados. As parcerias devem ser condicionadas ao apoio, ou ao menos a abertura do palanque, para a candidatura de Lula à Presidência.
O campo bolsonarista segue mais indefinido, já que o presidente Jair Bolsonaro ainda não decidiu em qual legenda disputará a reeleição no próximo ano, o que dificulta a decisão de aliados sobre o destino político para as eleições. A ampliação da base aliada, com a aproximação das legendas do centrão, deve criar um cenário de palanques duplos e até triplos nos estados. O presidente disse recentemente que a prioridade dele será ajudar a eleger parlamentares aliados.
O bolsonarismo raiz, que ascendeu junto com Bolsonaro em 2018, briga para manter seu protagonismo e busca voos mais altos. Mas os novos aliados do centrão também miram governos estaduais. Em geral, PP, PL e Republicanos devem priorizar a eleição para o Legislativo e concorrer a governos apenas nos estados onde têm força. A depender do resultado, as legendas poderão ter mais poder de articulação com o governo federal em 2023.
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, desistiu de ser candidato a governador do Piauí, como planejava inicialmente. Em seu lugar, deverá concorrer sua ex-mulher, a deputada federal Iracema Portela. O partido também mira a reeleição dos governadores do Acre, Gladson Cameli, e de Roraima, Antonio Denarium, ambos aliados de Bolsonaro. Também deve lançar o senador Luiz Carlos Heinze, membro da tropa de choque governista na CPI da Covid, ao governo do Rio Grande do Sul.
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Diante da pressão de aliados para que amplie as viagens ao interior do estado, o senador Jaques Wagner (PT), pré-candidato ao Governo do Estado em 2022, declarou, em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia divulgada nesta quarta-feira (29), que pretende iniciar as viagens “na hora certa”.
Com o arrefecimento da pandemia da Covid-19, os correligionários do petista entendem que chegou a hora do senador ir mais ao interior. Um deputado federal, em conversa reservada ao impresso, disse que o grupo político tem duas “prioridades”.
A primeira é manter o PP, do vice-governador João Leão, na base de apoio. Leão tem pressionado para ser candidato a governador na eleição do próximo ano, e tem dito que não vai recuar do seu objetivo. A segunda “prioridade”, segundo este parlamentar, é “colocar Wagner na rua”.
Os aliados mostram preocupação com a ausência do senador em localidades da Bahia, sobretudo, porque o ex-prefeito ACM Neto (DEM) tem visitado constantemente o interior.
Na live desta quinta-feira (23), o prefeito Eduardo Lima Vasconcelos (PSB), deixou claro sua indignação com a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa).
O prefeito declarou que a empresa “Fatura há meio século, ganha dinheiro às custas do povo de Brumado e deixa as despesas (esgoto) para os contribuintes de Brumado. O prefeito ainda disse que a empresa nunca fez isso e que em parte está em sua concessão. O município vem fazendo isso as duras penas”, disse o prefeito fazendo referência aos buracos causados pela empresa e com as chuvas.
Nós tivemos a coragem como deve se dá a qualquer gestor que tenha dignidade e representatividade. Que tenha caráter e não se preocupar com opiniões de quem quer que seja. Sobretudo, daqueles que puxam Brumado pra baixo. E muito menos com papagaios de pirata que vem depois que as coisas são bem sucedidas vem querer aparecer como se fossem os autores. É do tipo joga a pedra e esconde a mão. O prefeito não vai cair mais no conto da sereia e se dar mal. De promessas, nós estamos cheios, de promessas essa gestão está cheia”, ressaltou Eduardo.
O prefeito deu a entender que também está cansado das promessas do governo do estado e, isso pode ser o estopim para Vasconcelos não apoiar nas PT nas próximas eleições.
Lançado pelo PSL como pré-candidato à Presidência, o apresentador José Luiz Datena recebeu convite para se filiar ao PDT. A legenda oferece ao jornalista a opção de se candidatar a vice de Ciro Gomes (CE).
O jornalista afirmou estar “analisando de fato” a proposta. À Folha o presidente do PDT, Carlos Lupi, contou que também há a possibilidade de Datena ser lançado a governador ou senador.
“Vamos avaliar em pesquisa as três opções: vice-presidente, governador ou senador por São Paulo”, disse Lupi. A conversa do presidente do PDT e Datena ocorreu na segunda-feira (13).
O apresentador da Band se filiou ao PSL em julho. A sigla, porém, está prestes a concluir fusão com DEM, que pretende colocar o nome do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) como pré-candidato.
Por essa razão, disse Datena, ele decidiu manter conversas com outros atores políticos.
“Eu acho que todo mundo está conversando com todo mundo. Eu sou novo nesse negócio de política, e nas outras vezes que tentei entrar na política comecei a entender o método das pessoas”, disse Datena.
“Duvido que o PSL não esteja conversando com outros candidatos e também não sei o que vai resultar dessa fusão do DEM. Então, estou ouvindo as pessoas, e o Ciro é um cara de quem gosto muito”, afirmou.
A hipótese de ele ser vice de Ciro foi ventilada em agosto. À época, ambos refutaram a possibilidade. Agora, no entanto, o chamado foi oficializado.
“Tenho muita afinidade com o Ciro, e ele é um cara que eu respeito e gosto muito. Essa aproximação tem suas diferenças, mas é ideologicamente parecida. Ele é um cara honesto, decente, não é inviável [aceitar o convite]”, disse Datena. “Respeito o Mandetta, mas o Ciro para mim é melhor que ele.”
O apresentador ainda afirmou que a decisão sobre o cargo ao qual se candidatará vai depender da performance em pesquisas eleitorais.
Pesquisa Datafolha desta semana aponta Ciro com 9% e 12% em dois dois cenários para a eleição presidencial de 2022, em ambos atrás do ex-presidente Lula (PT), que lidera, e de Bolsonaro (sem partido), que aparece em segundo lugar nas intenções de voto.
O presidente do PDT disse que, caso Datena se filie ao partido, qualquer decisão será tomada em conjunto e baseada em pesquisas qualitativas e quantitativas.
“Tem prestígio popular no maior estado da federação, São Paulo. É nome conhecido nacionalmente, e amigo do Ciro há muitos anos”, afirmou Lupi sobre o convite feito ao apresentador.
A ideia de convidar Datena tem como objetivo fortalecer a candidatura de Ciro com um nome de forte apelo popular. Apesar de diversos partidos tentarem lançar nomes para concorrer com uma terceira via à polarização Lula-Bolsonaro, nenhum nome alternativo colocado no tabuleiro ainda de fato decolou.
No PSDB, João Doria e Eduardo Leite vão disputar as prévias da legenda. Já o MDB articula lançar o nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS) como pré-candidata.
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O ex-prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) tem atuado para impedir a possível candidatura de João Roma (Republicanos) ao Governo da Bahia na eleição do ano que vem. A informação foi publicada hoje (16) pelo jornal Tribuna da Bahia.
Segundo o impresso, Neto entende que uma eventual candidatura de Roma pode prejudicar o seu plano de chegar ao Palácio de Ondina, já que perderia uma fatia do eleitorado baiano para o ministro da Cidadania.
Os dois romperam ligação desde fevereiro, quando Roma decidiu ser auxiliar do presidente Jair Bolsonaro contra a vontade de Neto.
A estratégia de Neto é criar dificuldades para a candidatura da esposa de João Roma, Roberta Roma (Republicanos), à Câmara dos Deputados. O ministro quer lançar a mulher para o Legislativo a fim de guardar sua cadeira e, ao mesmo tempo, deseja disputar o governo da Bahia.
O ex-prefeito entende que, se Roma não tiver certeza de que a companheira será eleita, ele desistirá do Palácio de Ondina e será candidato à reeleição para se manter no cenário político.
Ainda de acordo com o jornal, Neto pediu para os correligionários criar empecilhos para Roberta Roma, e avisou que “não vai admitir” que deputados estaduais da sua base política façam dobradinha com a esposa do ministro.
O ex-prefeito não teria gostado nada da foto de um “beijo apaixonado” do deputado estadual Luciano Simões Filho (DEM) em João Roma. Especula-se que o parlamentar democrata teria intenção de fazer uma dobradinha com Roberta.
No entanto, Neto teria reclamado com Luciano, e avisado que ele terá de escolher de que lado político ficará.
O presidente nacional do Democratas, ACM Neto, afirmou neste sábado (11), em Feira de Santana, que pretende ter palanque em todas as 417 cidades da Bahia na disputa pelo governo do estado nas eleições do próximo ano. Ao palestrar em um curso de formação política, o ex-prefeito de Salvador ressaltou que tem caminhado pelo estado e conversado com pessoas e voltou a pontuar que deve oficializar sua pré-candidatura ao Palácio de Ondina ainda em 2021.
Em entrevista à imprensa, ACM Neto destacou também que sua prioridade, na construção do projeto para o próximo ano, é preservar e fortalecer o seu atual arco de alianças e disse que não há, hoje, no governo do PT, um plano estratégico para impulsionar a economia da Bahia, salientando ainda impulsionar as potencialidades de cada região do estado.
Ao falar sobre a construção dos palanques em todos os municípios do estado, Neto destacou o papel do ex-prefeito de Feira Zé Ronaldo. “O meu objetivo no próximo ano é ter apoio em cada uma das 417 cidades. Então nós vamos ter palanque em cada uma das 417 cidades da Bahia, tem sido um dos grandes objetivos nossos. Zé Ronaldo está me ajudando muito nessa tarefa. Zé Ronaldo é uma pessoa que vai ter um peso muito importante no processo eleitoral do ano que vem”, disse.
Após a oficialização da pré-candidatura, ele afirmou que vai abrir diálogo com os “partidos políticos que desejem construir conosco um projeto comum no ano que vem. A montagem da chapa a decisão da chapa só ocorrerá depois que esse diálogo com os partidos avance, porque a minha candidatura se confirmando não pode ser uma coisa minha, apenas do Democratas, tem que ser uma coisa mais ampla”.
Reforçou que pode até conversar com todo mundo, mas a prioridade é de promover um entendimento político com os partidos que já estão com ele. “Nós temos um time que já é muito forte, nós temos um um arco de alianças político partidárias que já é muito forte, e a minha prioridade fundamental é preservar, cultivar e fortalecer este arco de aliança”.
Ele disse que suas caminhadas dentro do movimento “Pela Bahia” têm sido “extremamente enriquecedoras” e voltou a destacar o potencial de desenvolvimento econômico das regiões do estado. “Não existe um plano estratégico para impulsionar a economia da Bahia. Nestes últimos 15 anos de governo do PT, quando a gente para e se pergunta, a Bahia deu um salto econômico? A resposta é não. Não superou o drama do desemprego”, disse.
Ele afirmou ainda que outros estados têm cidades do interior muito fortes, com desenvolvimento econômico em todo o seu território, o que não acontece na Bahia. Ele citou o exemplo de Feira de Santana. “Se você me perguntar ‘Neto, você acha que em quinze anos o PT fez tudo que podia ter feito por Feira de Santana?’ Eu tenho certeza que não. Eu tenho certeza que se fazer muito mais”, frisou, complementando que a cidade deve ser vista pelo seu potencial gerador de emprego e liderança regional.