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31 de maio de 2021
Polícia

“Fui abraçada pelo assassino”, diz mãe de médico encontrado morto

Familiares do médico psiquiatra Andrade Santana Lopes, encontrado morto, no Rio Jacuípe, no município de São Gonçalo dos Campos, com uma marca de tiro na nuca, estiveram no Departamento de Polícia Técnica de Feira de Santana (DPT), nesta sexta (28) para fazer o reconhecimento do corpo. O médico estava desaparecido desde segunda-feira (24).

Mais cedo, a polícia prendeu o suspeito de matar Andrade, o amigo e também médico, que registrou queixa de desaparecimento da vítima. Em entrevista a imprensa, a mãe de Andrade, Domitila Lopes, que deixou o Acre, onde mora, para acompanhar as investigações sobre o desaparecimento do filho, disse que foi confortada pelo suspeito. Segundo ela, o acusado do crime chegou a levar a irmã de Andrade até o local onde o carro da vítima foi encontrado.

“Isso é um absurdo. É muito triste. A gente não merece isso. Eu fui abraçada pelo assassino, ele me confortava, chorou comigo, sentiu a minha dor junto comigo. Isto é muito triste. Ninguém merece isso, eu estou arrasada com isso. Eu reconheci o corpo do meu filho pelos pés porque o resto estava deformado. Mataram meu filho de joelhos. Eu creio que meu filho teve tempo de se consertar com Deus. Meu filho tinha um projeto de ajudar os pobres, ele trabalhava na assistência social, ele era um menino de ouro. Era um menino bom, não merecia ter morrido assim”, disse.

O médico Geraldo Freitas de Carvalho Júnior é o principal suspeito de matar o também médico Andrade Lopes Santana, 32 anos, cujo corpo foi encontrado na manhã desta sexta-feira (28) no Rio Jacuípe, no município de São Gonçalo dos Campos.

Geraldo foi quem prestou a queixa do desaparecimento de Andrade na última terça-feira (25), um dia após o sumiço. No entanto, a polícia encontrou diversas contradições nas informações prestadas por ele em comparação com os rumos da investigação. Por isso, solicitou o pedido de prisão temporária de 30 dias, que foi acatado pela Justiça.

Segundo o delegado Roberto Leal, coordenador da 1ª Coorpin (Feira de Santana), Geraldo disse que marcou um encontro com Andrade para andar de moto aquática no Rio Jacuípe, mas o amigo não compareceu. No entanto, câmeras de segurança na região mostram o carro de Andrade chegando. “O suspeito disse que não encontrou Andrade e as imagens do circuito (de câmeras) das barracas no local próximo ao rio verificam a chegada do carro de Andrade e depois quando as investigações prosseguiram, a gente encontrou uma testemunha que viu esse suspeito na posse do veículo que pertencia a Andrade, já no dia 24 à tarde”, explicou o delegado.

Outro indício da ligação de Geraldo com o assassinato é que ele comprou uma âncora, do mesmo tipo que foi encontrada amarrada ao corpo da vítima. “Depois que o corpo foi encontrado com a âncora, a gente já tinha a informação que esse médico havia comprado uma âncora e só foi a gente juntar essas informações e indicar a autoria dele”, relata o delegado.

Emboscada – Para Roberto Leal, o convite para o passeio de moto aquática no Rio Jacuípe se trataria da emboscada para cometer crime. Mas a polícia ainda não tem uma motivação definida. “O que nós temos são suspeitas das motivações e vamos aprofundar as investigações para tentar entender”, declara. “O que a gente sabe é que, provavelmente, a vítima foi morta com um disparo de arma de fogo na nuca e depois o corpo foi amarrado numa âncora e jogado no Rio Jacuípe”, completa.

O médico Geraldo Júnior preferiu ficar em silêncio após a prisão. Andrade Lopes era do Acre, não tinha parentes na Bahia e trabalhava nas cidades de Araci, Tucano, São Domingos e Jorro.

Atirador – Em seu perfil no Instagram, Geraldo Júnior se define como médico, atirador esportivo, católico temente a Deus, flamenguista e “pai” de uma cachorra.