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14 de outubro de 2023
Cidades

Líder de facção foge após confusão no Judiciário baiano

Foto Sudoeste Acontece

Um dos fundadores do Bonde do Maluco (BDM), Ednaldo Freire Ferreira, conhecido como Dadá, voltou a ser um dos homens mais procurados do país. O líder de uma das facções criminosas mais aterrorizantes da Bahia fugiu após uma confusão no Judiciário baiano.

A expectativa é de que ele nas ruas possa influenciar na disputa por território entre o BDM e o Comando Vermelho. Dadá estava preso desde o dia 5 de setembro, no estado de Pernambuco, na mesma prisão de segurança máxima, Itaquitinga 2, onde também está preso o líder na Bahia da facção rival: Val Bandeira.

A confusão da Justiça baiana ocorreu da seguinte forma: a defesa de Dadá pediu para converter a prisão para domiciliar, alegando que o filho do traficante tem autismo ao nível três, o mais alto, e sofre convulsões quando está longe do pai.

O pedido foi acatado durante um plantão judicial, na madrugada do dia 30 de setembro, por volta das 2h e colocado em vigor naquele mesmo dia, às 21h. Ao saber da decisão, o Grupamento Especializado de Combate ao Crime Organizado (GAECO), entrou com pedido de anulação da decisão.

No dia 3 de outubro, o desembargador Júlio Cezar Lemos Travessa revogou a prisão domiciliar do líder do BDM. No parecer, o desembargador afirmou ter estranhado o assunto ser julgado por um plantão judicial.

Ao BNews, o advogado Levy Moscovitz, explica o plantão judicial. “A competência do plantão judicial é definida pela Resolução n° 15 de 2019, do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, e reserva a apreciação daqueles pedidos considerados urgentes, ou seja, aqueles que não podem aguardar expediente do Tribunal de Justiça”.

O advogado explica ainda que, diante do histórico do preso, dificilmente seria concedida a prisão domiciliar. “Não é habitual uma decisão que não leve em consideração eventual, descumprimento de condições de prisão domiciliar que outrora fora concedida. Então, cabe nesses casos a defesa trazer tranquilidade ao magistrado para fins de conceder o benefício observando sempre o próprio comportamento do paciente e eventuais outras ações penais que ele responde”, finalizou Moscovitz.

A polêmica não se deu apenas pelo caso ter sido julgado de forma emergencial. O benefício de prisão domiciliar já tinha sido concedido no ano passado, quando Dadá estava preso aqui na Bahia. A alegação foi a mesma. Porém, ao permanecer em casa, cuidando do filho autista, o traficante fugiu.

O líder do BDM saiu da Bahia e foi localizado um ano depois, na BR-232, em Pernambuco, durante uma blitz da Polícia Rodoviária Federal. Em seguida, Dadá ficou preso até receber novamente o benefício por parte da Justiça baiana.

Agora, mais uma vez, Dadá não foi localizado e está foragido. Ele responde por sete processos por organização criminosa e tráfico de drogas. Entre as especulações estão se o criminoso tenta retomar a liderança da facção no estado, pois, perdeu diversos pontos de venda para o principal rival, o Comando Vermelho.