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23 de setembro de 2024
Bahia

Em mais um final de semana em campanha pela Bahia, Rui Costa vai até a Lauro de Freitas, mas ignora Geraldo Júnior


Pelo segundo final de semana consecutivo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), abriu espaço na agenda de trabalho e pessoal para participar de eventos de campanha de aliados na Bahia. Porém, embora tenha ido até à vizinha Lauro de Freitas, novamente ignorou o candidato do MDB em Salvador, o vice-governador Geraldo Júnior.

Entre sábado (21) e domingo (22), Rui visitou, além de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, os municípios de Barreiras, no Oeste, e Vitória da Conquista, no Sudoeste do Estado. Esteve ao lado, respectivamente, dos candidatos Antonio Rosalvo, Tito Cordeiro e Waldenor Pereira, todos do PT.

Como já revelou o Política Livre, Rui despreza a candidatura de Geraldo Júnior (clique aqui para ler). A participação do ministro na campanha em Salvador se limitou a gravações para a propaganda eleitoral do emedebista. O fato já chamou, inclusive, a atenção da imprensa nacional.

Por outro lado, Rui, que antes do início oficial da disputa havia declarado à imprensa que não teria tempo de participar da campanha na capital por conta dos compromissos em Brasília, já esteve em atos eleitorais de aliados próximos nas cidades de Valença, Camaçari, Ilhéus e Itabuna.

Ao mesmo tempo em que intensifica a agenda eleitoral na Bahia, Rui também tem dado demonstrações cada dia mais claras de que pretende concorrer ao Senado em 2026, como deixou claro em uma entrevista neste final de semana para o jornal O Globo (clique aqui para ler).


23 de setembro de 2024
Acidente

Adolescente morre após colocar cabeça para fora de ônibus e bater em poste em Chorrochó

Uma adolescente de 12 anos, identificada como Maria Aparecida de Jesus Carvalho, morreu após colocar a cabeça para fora do ônibus em que estava voltando da escola e bater em um poste. O acidente aconteceu na cidade de Chorrochó, no norte da Bahia, na sexta-feira (20).

Segundo a Polícia Militar, Maria Aparecida colocou a cabeça para fora do veículo para ver algo na rua. O ônibus, no entanto, passava bem próximo a um poste de energia e, com isso, a menina chocou a cabeça contra o objeto.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação lamentou a morte da adolescente, que estava no 6º ano do ensino fundamental e frequentava o Colégio Municipal Senhor do Bonfim.


23 de setembro de 2024
Brasil

Marina Silva reconhece que ações contra fogo foram insuficientes e não mascarar a realidade é postura republicana

João Gabriel e Marianna Holanda/Folhapress

Foto Sudoeste Acontece

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, diz que o governo Lula (PT) se planejou para enfrentar a crise de seca e incêndios, mas reconhece que as estratégias ficaram aquém da realidade que se impôs.

“O que nós estamos descobrindo agora é que [o planejado] não foi suficiente. E ter essa clareza e essa responsabilidade de não querer mascarar a realidade ou minimizar a realidade faz parte de uma postura republicana diante da sociedade”, afirma.

O Brasil vive a pior seca já registrada. Peru, Bolívia e Portugal declararam emergência ou calamidade em razão de queimadas. A estiagem extrema deixou o sul da África com falta de alimentos. A amazônia queima em incêndios gigantes.

A ministra diz ver um mundo despreparado para enfrentar a crise climática, e admite que isso inclui, de certa forma, o governo brasileiro.

“A humanidade tem que chegar à conclusão de que não está preparada e que não está preparada porque não ouviu os reclames da ciência”, disse ao podcast Café da Manhã, da Folha.

A insuficiência da ação governamental é apontada por pessoas de dentro e de fora do governo, virou munição política para a oposição e pressionou a gestão petista —que intensificou anúncios nas últimas duas semanas.

Lula afirmou que vai tirar do papel a autoridade climática, órgão idealizado por Marina e que era promessa de campanha, e criar o Plano de Enfrentamento aos Riscos Climáticos Extremos e o marco regulatório da emergência ambiental —duas propostas feitas pela ministra.

Também potencializou multas por incêndios florestais (demanda da ala ambiental por penas mais duras contra crimes ambientais) e flexibilizou repasses aos estados para combate a queimadas (uma cobrança de governadores).

Tudo às vésperas da semana do clima da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, onde Lula e Marina cumprem agendas.

Diante do tamanho da crise, a ministra enxugou sua viagem aos Estados Unidos para voltar antes ao Brasil, mas argumenta que a situação não desmoraliza a imagem do país diante do mundo, pelo contrário, na sua visão, reforça a urgência da pauta ambiental.

“Obviamente que, quando você está nesse lugar, você pode ser cobrado. Ser cobrado não é problema. Agora, obviamente que os países desenvolvidos, para cobrar, eles precisam também fazer o aporte dos recursos que ficaram acordados no Acordo de Paris [e que nunca foram feitos]. E o Brasil tem conseguido reduzir o desmatamento sem precisar de ajuda externa”, afirma.

“O Brasil é vítima da mudança do clima. O Brasil é um país vulnerável”, diz também.

Para integrantes do governo e autoridades policias, ao menos parte dos incêndios que atingem o país são criminosos —e com “indicativos” de conotação política, acrescenta Marina.

Ela lembra que equipes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e da Polícia Federal já foram atacadas antes, durante ou após ações de repressão a crimes ambientais.

Relata que, em visita de Lula a comunidades da Amazônia, na ida, não foram vistos incêndios. Na volta, porém, vários focos de fumaça foram registrados pela janela do avião —indício de que alguém queimou propositalmente aquela área, sabendo que a aeronave presidencial passaria por ali, segundo avalia Marina.

“Houve ali uma tentativa, no meu entendimento, de fazer uma afronta. Estavam passando o presidente, o ministro da Defesa, as autoridades da República”, afirma.

Ela cobra que os incêndios criminosos sejam investigados e responsabilizados, diferente do que aconteceu nos últimos.

Integrantes do governo dizem acreditar que a urgência da crise ajude no avanço das propostas ambientais mesmo diante de um Congresso que já impôs uma série de derrotas a Lula, é crítico a Marina e, nos últimos anos, atuou para flexibilizar as leis de proteção ao meio ambiente.

“Espero que, inclusive, medidas que significaram um retrocesso no passado possam ser corrigidas, que a gente tenha uma curva de aprendizagem que nos coloque no caminho de ajudar, que todos possam contribuir para resolver esses problemas. Todos, independente de esquerda, direita ou centro, têm que assumir a agenda da sustentabilidade. Só os negacionistas é que vão insistir que não existe mudança do clima”, afirma a ministra.

O panorama político, porém, ainda não é certo, e membros do governo admitem, por exemplo, que será difícil aprovar no Congresso o projeto de autoridade climática se o órgão estiver sob o guarda-chuva do Meio Ambiente, como quer Marina.

Enquanto ambientalistas preveem um ano de 2025 com tanto ou mais eventos extremos que 2024, cresce a pressão por investimentos do governo em prevenção e adaptação, uma vez que a estrutura existente já se mostrou insuficiente para a realidade atual.

“É um processo, é dinâmico, né? Acho que ninguém consegue, com alguma responsabilidade, dizer que um país, qualquer que seja, estará 100% preparado para enfrentar essas situações [nos próximos anos]. Talvez estivéssemos, se tivéssemos começado [a nos preparar] em 1992”, diz Marina Silva, citando o ano da conferência Rio-92.


22 de setembro de 2024
Internacional

Netanyahu: ‘Se Hezbollah não entendeu mensagem, prometo que entenderá’

Imagem Reprodução

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmou neste domingo (22) que, se o movimento xiita libanês Hezbollah, aliado do Irã, ainda não compreendeu a mensagem de Israel após a escalada de ataques nos últimos dias, o grupo irá “entender” isso mais tarde.

“Nos últimos dias, infligimos ao Hezbollah uma sequência de golpes que ele não imaginava”, disse Netanyahu em hebraico, numa breve mensagem de vídeo.

“Se o Hezbollah não entendeu a mensagem, prometo que a entenderá”, acrescentou num vídeo divulgado após mais uma noite de intensa troca de foguetes transfronteiriços e do ataque de sexta-feira em Beirute.

“Estamos determinados a garantir que o povo do norte possa regressar à casa em segurança. Nenhum país pode tolerar disparos contra os seus residentes, contra as suas cidades, e nós, o Estado de Israel, não o faremos. Também não o toleraremos”, avisou.

Israel intensificou significativamente os seus ataques contra o grupo libanês esta semana, matando pelo menos 17 combatentes, incluindo dois comandantes, num atentado à bomba em Beirute que também deixou três menores e sete mulheres mortas, segundo as autoridades libanesas.

“Estamos determinados a devolver os nossos residentes do norte em segurança às suas casas”, continuou Netanyahu, referindo-se aos 60 mil israelitas que permaneceram longe das comunidades fronteiriças há cerca de 11 meses.

“Faremos tudo o que for necessário para restaurar a segurança”, concluiu.

Hoje de madrugada, o Hezbollah disparou cerca de “150 foguetes, mísseis de cruzeiro e drones’” contra o norte de Israel, segundo um comunicado militar, causando danos em algumas casas e incêndios no distrito de Haifa, entre outros, sem causar vítimas.

Horas antes, Israel tinha bombardeado cerca de 290 “alvos” do Hezbollah no sul do Líbano, incluindo milhares de lançadores de foguetes e infraestruturas militares, numa escalada de fogo cruzado entre os dois desde o início da guerra em Gaza.

A situação suscita receios de eclosão de uma guerra aberta na região, apesar de o Hezbollah ter reconhecido não querer chegar a esse ponto e insistido que os seus ataques contra o norte de Israel cessariam se um acordo de cessar-fogo fosse alcançado em Gaza.

Entretanto, o Ministério da Saúde do governo do Hamas, no poder na Faixa de Gaza, anunciou hoje um novo número de 41.431 mortes no território palestiniano desde o início da guerra com Israel, em outubro de 2023.

Pelo menos 40 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas, refere um comunicado do movimento pró-iraniano, acrescentando que 95.818 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza desde o início do conflito.


22 de setembro de 2024
Brasil

Infiltração de criminosos na política ameaça segurança eleitoral

Foto Sudoeste Acontece

No início do mês, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) anunciou a alteração de 53 locais de votação em dez municípios do estado, por questões relativas à segurança. A maioria dessas mudanças ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, mas há também modificações em Duque de Caxias, Belford Roxo, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Japeri, Itaguaí, Niterói, Itaboraí e Sapucaia. Em todo o estado, 171 mil eleitores foram afetados pelas alterações. A decisão, segundo o presidente do tribunal, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, foi motivada pelo fato de esses locais de votação estarem sujeitos a ações do crime organizado.

Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a infiltração de grupos criminosos na política é uma das grandes ameaças das eleições municipais não só no estado do Rio, mas no país como um todo. Para garantir que seus candidatos sejam eleitos, essas organizações podem recorrer a violências, ameaças e coação contra adversários e também contra eleitores.

“É um processo que vem acontecendo no Brasil faz tempo, mas que é relativamente novo nas grandes metrópoles: o crime organizado aprendeu a trabalhar de dentro do Estado. Nos rincões do Brasil, sobretudo no Norte do Brasil, isso é mais antigo: um crime organizado que elege políticos e interfere no processo eleitoral. No Rio de Janeiro, em São Paulo, ou em João Pessoa, isso é mais novo”, explica o doutor em Ciências Policiais e Segurança Pública Alan Fernandes, pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Para ele, no dia da eleição, há um risco de coação, por esses grupos criminosos, contra eleitores, para que eles votem em determinado candidato ou mesmo deixem de comparecer aos locais de votação.

“O principal risco é o impedimento de comparecimento em determinadas zonas eleitorais. Em lugares que são dominados pela violência, pelo crime organizado, existem casos em que as pessoas são impedidas de comparecer ao local de votação, a depender do interesse político daquela facção. O segundo problema, nesses locais de votação, é a coação aos eleitores para que eles votem em determinado candidato de preferência daquele grupo armado”, afirma Fernandes.

Medidas

No Rio de Janeiro, as milícias são um dos grupos armados que têm se aproveitado da política e da participação no Estado para fortalecer sua atuação. Em consequência, novas medidas vêm sendo tomadas pelos tribunais para garantir a lisura do processo eleitoral.

A proibição de uso de celulares e câmeras em cabines de votação, adotada em 2008, por exemplo, foi uma reação do TRE-RJ a informações de que traficantes e milicianos estavam obrigando eleitores a registrar seu voto na urna, para comprovar que estavam votando nos candidatos indicados pelos grupos criminosos. A medida acabou sendo adotada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para todos os estados nas eleições municipais daquele ano e, depois, incorporada à legislação eleitoral em 2009.

Miguel Carnevale, pesquisador do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/UniRio), explica que essa atuação dos grupos criminosos sobre os eleitores é ainda mais forte nas eleições municipais.

“Você vê muito contato de vereadores com as comunidades e muita força do crime organizado [para a eleição de seus candidatos escolhidos]. Acredito que, para o Rio de Janeiro, a entrada do crime organizado para a política seja um tópico especialmente sensível. Isso afeta certas relações, cria laços clientelistas”, explica.

Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política e Violência da Universidade Federal Fluminense (Lepov/UFF), André Rodrigues afirma que as eleições municipais são sempre mais violentas do que as eleições estaduais e federais, de acordo com os estudos feitos pelo Lepov/UFF no Grande Rio e litoral sul fluminense. “São as eleições onde a gente vê mais interferência violenta na política”, afirma. “Há três mecanismos que os grupos criminosos adotam e que ameaçam as eleições: as ameaças veladas, como declarações explícitas de voto de alguém que controla uma localidade; a proibição de que alguns candidatos façam campanha em áreas de milícia ou de tráfico; e a eliminação violenta de opositores. Só na Baixada Fluminense, de 2015 para cá, a gente já contabilizou 60 assassinatos de pessoas implicadas na política local”.

Apesar de a maioria desses mecanismos ser usada no período de campanha, a coação de eleitores pode ocorrer também em dia de eleição, segundo Rodrigues. Por isso, ele acredita que a mudança de locais de votação é bem-vinda. “Isso não elimina os mecanismos de que eu falei, mas pelo menos pode criar um contexto, no dia [da votação], de maior segurança para os votantes, para que não tenham que votar exatamente no local onde aquele criminoso domina diretamente”. Ele lembra que “na última eleição municipal, em Paraty e em Angra dos Reis, a gente ouviu muitos relatos de pessoas com pinta de miliciano, com tom ameaçador, se posicionando em frente à seção eleitoral”.

Outros casos de violência

Mas não é apenas a participação do crime organizado que ameaça a segurança das eleições. Há casos de violência entre candidatos e entre eleitores por questões ideológicas, por exemplo. O pesquisador Miguel Carnevale alerta que no mês de setembro, na reta final das campanhas de primeiro turno das eleições, é possível ver um acirramento das situações de violência eleitoral. “É quando esses números começam a aumentar, tanto a violência política como um todo, como a sua forma mais radical, que são os homicídios”.

Para ele, as redes sociais podem ter um papel de amplificação dessa violência eleitoral. “Você dá a chance para indivíduos com questões políticas problemáticas para expor tendências violentas. Você vê muitas ameaças nas redes sociais. As redes sociais são o principal foco para ofensas, sejam misóginas, racistas, LGBTfóbicas. É nesse espaço que se concentra esse tipo de crime. Violências psicológicas se dão majoritariamente por esse veículo”, destaca Carnevale.

Um levantamento trimestral do Giel/UniRio, chamado Observatório da Violência Política e Eleitoral, registrou, entre abril e junho deste ano, período anterior ao das campanhas eleitorais oficiais, 128 casos de violência contra lideranças partidárias em todo o país, mais que o dobro do trimestre anterior (59) e 24% maior do que o segundo trimestre de 2022 (103), quando ocorreram as eleições federais e estaduais. As ameaças foram a principal ocorrência, mas pelo menos 25 assassinatos foram registrados, dos quais seis ocorreram no Rio, o estado com mais ocorrências. Os cargos políticos ligados à esfera municipal continuam sendo a categoria mais atingida, segundo o Observatório da Violência Política e Eleitoral.

Neste mês, o Ministério da Justiça e Segurança Pública estendeu o prazo de permanência de homens da Força Nacional de Segurança no estado do Rio de Janeiro por mais 90 dias, o que inclui as datas de campanha e votação. A Secretaria Estadual de Segurança do Rio informou que a Polícia Militar está fechando seu planejamento operacional para os dias de votação e, em breve, divulgará à imprensa.


22 de setembro de 2024
Brasil

Educadores elogiam possível restrição ao uso de celulares nas escolas

Professores e orientadores educacionais avaliam como positiva a possibilidade de o Ministério da Educação atuar para banir o uso de celular nas escolas públicas e privadas do país. Prevista para ser apresentada em outubro, essa e outras propostas podem ser adotadas com o objetivo de conter os prejuízos do uso excessivo de telas na infância e na adolescência.

Recentemente, o ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu essa ideia durante uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Na oportunidade, ele citou algumas pesquisas indicando que o uso dessas tecnologias, além de comprometer aprendizado e desempenho dos alunos, impactaria também a saúde mental de professores.

Orientadora educacional da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Marina Rampazzo explica que profissionais que trabalham com educação têm discutido muito esse assunto. “Nas conversas que temos com especialistas de diversas áreas vemos vários prejuízos causados pelo excesso do uso de telas, especialmente em crianças e adolescentes”, disse a pedagoga e psicóloga à Agência Brasil.

Ela lembra que este já era um problema percebido antes da pandemia, mas que, na sequência, se intensificou muito. Segundo ela, para dar conta de todas demandas acumuladas, muitos pais e mães delegaram os cuidados de seus filhos às telas.

“A pandemia deu um poder a mais para a tela. O problema já existia, mas havia um controle maior sobre tempo, espaço, conteúdo. Na medida em que entramos em uma pandemia e todos ficaram trancados dentro de casa, famílias se viram sem outras ferramentas para o jovem dentro de casa”, disse.

Leia mais: Educadores elogiam possível restrição ao uso de celulares nas escolas

Ela acrescenta que não será fácil reverter esse quadro, mas que a escola terá papel decisivo nesse desafio. “Em primeiro lugar, pelo papel social que a escola representa, pensando educação como algo integral que vai além de repassar conteúdos, atuando também no campo cognitivo, desenvolvendo todos aspectos da vida”, explicou.

De acordo com Marina, essa discussão perpassa a escola porque a socialização é a forma mais eficiente para tirar o estudante da tela. “É na escola que ele passa boa parte do seu tempo. Se fora da escola eles ficam o tempo todo no celular, dentro da escola é a oportunidade para eles se relacionarem com outras pessoas, com livros de verdade e com atividades diversas de cultura, lazer e esporte”, argumentou.

Comportamentos antissociais

Segundo a orientadora educacional Margareth Nogueira, do colégio privado Arvense, o uso excessivo de telas tem ampliado a antissociabilidade e o bullying nas escolas. “Entre os 10 e os 12 anos é muito importante que os estudantes usem o diálogo em seus três níveis de complexidade, que é o pensar, o refletir e o de consistência, com razões e contraposições a um tema”, explicou.

“Se ele não consegue entrar nesse nível, com argumentos, contra-argumentos e consensos, não há diálogo. O que vemos é que ouvir o outro tem sido, para eles, algo cada vez mais complexo. É muito importante que eles desenvolvam trocas, que se olhem olho no olho. Eles precisam de diálogo, interatividade e de troca de opiniões”, acrescentou.

Segundo ela, os celulares têm prejudicado também a visão dos estudantes. “Eles estão usando óculos cada vez mais cedo por conta do uso excessivo dessas telas”.

Vício

Outra preocupação dos educadores é com a relação viciante proporcionada pelos celulares em crianças e adolescentes.

“Muitos têm manifestado verdadeiras crises de abstinência quando afastados de seus celulares. Eles ficam mais agressivos, impacientes e intolerantes. É cada vez mais comum casos de meninos quebrando a casa inteira quando proibidos de usar o dispositivo”, relatou Marina Rampazzo.

Margareth Nogueira percebe também que, devido a esse “vício tecnológico”, os alunos têm chegado em sala mais agitados, impacientes e agressivos. “A competitividade entre eles também está mais alta, reflexo dos estímulos causados por jogos. A alimentação, a rotina e o sono estão cada vez mais prejudicados. Isso reflete diretamente no funcionamento cerebral”, disse.

“A verdade é que eles não têm maturidade nem resposta cerebral para usar o celular de forma sistemática. E, para piorar, nem sempre é possível que os adultos supervisionem de forma adequada o uso desses aparelhos”, complementou.

Suporte às novas regras

Caso se confirmem as medidas anunciadas pelo ministro, é importante que as escolas garantam uma estrutura suficiente que deem acesso aos materiais da internet considerados interessantes para uso em sala de aula. “Esse acesso deve ser por meio de ferramentas da escola, como computadores, por exemplo. Não pelos celulares dos estudantes. Todos sabemos como é difícil ter controle sobre a forma como eles usarão esses dispositivos”, argumentou Margareth.

Paralelamente, é importante que, em casa, outros estímulos independentes de telas sejam proporcionados pelas famílias “Áreas como arte, cultura, esporte e lazer podem ajudar, nesse sentido. Especialmente quando voltados à socialização”, acrescentou Marina.


22 de setembro de 2024
Brasil

ONS estima economia de R$ 400 milhões com retorno do horário de verão em 2024

Foto Washington Tiago Sudoeste Acontece


O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) concluiu, na quinta-feira (19), os estudos sobre o impacto do retorno do horário de verão em 2024. Segundo estimativas, a medida trará uma economia de quase R$ 400 milhões nos custos operacionais entre outubro e fevereiro.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou ao governo federal a retomada da medida, que adianta em uma hora o relógio de algumas regiões do Brasil, ainda neste ano.

De acordo com Marcio Rea, diretor-geral do ONS, a sugestão é motivada pelos “ganhos positivos para o setor elétrico”, que aumentam a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN) e ampliam a capacidade de atendimento no horário de pico.

O estudo, encomendado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), indica que a implementação do horário de verão poderá reduzir a demanda máxima de energia no país em até 2,9% em cenários de alta afluência no SIN.

O ONS também destaca que a medida reduzirá a demanda máxima noturna em dias úteis e fins de semana, em praticamente todas as condições de temperatura, e aliviará o efeito da “rampa da carga” entre 18h e 19h. O adiamento do horário de pico em até duas horas permitirá uma compensação mais eficiente pela saída da micro e minigeração distribuída (MMGD) e da geração solar.


22 de setembro de 2024
Brasil

Rui descarta candidatura à Presidência em 2026: ‘Sou potencial candidato ao Senado’

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), descartou a possibilidade de ser candidato à Presidência da República em 2026. Em entrevista ao jornal O Globo, o ex-governador da Bahia afirmou que tem outros planos para as eleições daqui a dois anos.

“Sou potencial candidato, se o presidente assim desejar, ao Senado pela Bahia. É o que sou atualmente”, declarou.

O ministro também expressou a crença de que Lula deve buscar a reeleição e descartou a possibilidade de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, ser o nome do PT para a disputa presidencial.

“Acredito que o candidato em 2026 será Lula. Não devemos antecipar a discussão sobre a sucessão de quem está no cargo. Isso cria a expectativa de fim do mandato. Na Câmara, quando a sucessão é debatida cedo demais, acelera a perda de poder de quem ocupa o posto. Na política, a expectativa de poder tem grande peso. À medida que o mandato se aproxima do fim, a expectativa de poder se torna mais relevante do que o próprio poder”, ressaltou.


20 de setembro de 2024
Cidades

Professores do município de Correntina prometem paralisação se não receberem seus direitos

Por Veja Oeste

Nesta quinta-feira, 19 de setembro, os professores do município de Correntina realizaram uma paralisação para cobrar do prefeito Maguila o reconhecimento dos direitos dos servidores da educação, que vêm sendo desrespeitados pela gestão pública municipal. A atual administração se recusa a valorizar o trabalho dos educadores, comprometendo a qualidade da educação no município.

O prefeito Maguila tem demonstrado um comportamento autoritário, desconsiderando as necessidades tanto dos professores quanto dos alunos. A situação da educação pública em Correntina está crítica, quase como se estivesse na UTI, especialmente em um ano eleitoral. Os educadores, responsáveis pela formação de jovens e crianças, têm enfrentado anos de desrespeito por parte da gestão municipal.

Atualmente, a dívida do prefeito com os professores gira em torno de 12 milhões de reais, o que representa um atraso de 30 a 35 mil reais para cada educador. Em 2022 e 2023, a categoria não recebeu o reajuste do piso salarial. Para 2024, após intensas negociações, o prefeito Nilson José Rodrigues Maguila prometeu pagar a integralidade do piso em quatro parcelas. A categoria aceitou essa proposta na esperança de evitar uma greve e acreditando na boa-fé do prefeito. No entanto, ao chegar o momento de assinar o acordo, ele recuou e não cumpriu sua palavra.

Além dos retroativos do piso salarial, o prefeito também deve o adicional de insalubridade aos profissionais de apoio que atuam em ambientes insalubres. Desde 2018, esses trabalhadores têm direito garantido por lei e ainda assim não receberam o que lhes é devido. O prefeito prometeu realizar esse pagamento, mas até agora não cumpriu.

Diante dessa situação, os educadores estão perdendo a confiança nas promessas do prefeito. A falta de compromisso dele apenas alimenta o descontentamento da categoria. Se necessário, os professores estão dispostos a entrar em greve para reivindicar seus direitos. É importante ressaltar que muitas vezes se fala que os professores recebem altos salários — uma afirmação distante da realidade — pois essa luta é essencial para garantir uma educação de qualidade que respeite e valorize seus trabalhadores.

Evanete de Araújo Teles**, presidenta do SINDTEC (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de Correntina-BA), enfatiza: “Uma educação de qualidade começa respeitando seus trabalhadores.”


20 de setembro de 2024
Bahia

Cinco deputados estaduais disputam prefeituras na Bahia

A disputa por prefeituras baianas pode interferir no cenário da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Isso porque cinco deputados estaduais são candidatos a prefeituras nas eleições deste ano. Caso os deputados estaduais sejam eleitos prefeitos ou vice-prefeito (no caso de Pablo Roberto), suplentes assumem as cadeiras no Legislativo baiano,

Disputam prefeituras de cidades baianas os parlamentares Cláudia Oliveira, Eures Ribeiro, ambos do PSD, Fabrício Pancadinha (Solidariedade), Raimundinho da JR (PL) e Pablo Roberto (PSDB). Este último é candidato a vice-prefeito na chapa majoritária de José Ronaldo (União Brasil), que concorre à prefeitura de Feira de Santana.

Claudia Oliveira tenta alcançar o Executivo de Porto Seguro, no sul baiano, pela terceira vez. Ela foi eleita deputada estadual pela primeira vez em 2010. Na ocasião, era filiada ao PT do B (atual Avante). Dois anos depois, deixou o cargo na Alba para assumir a prefeitura de Porto Seguro, em 2012, pelo PSD. Foi reeleita gestora em 2016, e retornou ao Legislativo estadual em 2022. Ela concorre com o atual prefeito Jânio Natal (PL), Alyson Montezano (Novo), Gabriella Borges (PSOL) e Luigi Rotunno (PSDB).

Quem também tenta um terceiro mandato municipal é o deputado Eures Ribeiro. Ele foi eleito prefeito de Bom Jesus da Lapa, no Vale São-Franciscano, em 2012 e foi reconduzido em 2016. Antes disso, já havia sido eleito vereador da cidade pelo PV, em 2004. Quatro anos depois, tentou o comando do Executivo, mas não foi eleito. Neste ano, disputa a vaga com o atual prefeito Fábio Nunes (PT), Joãozinho Magalhães (PRD) e Patricia Assis (PMB).

Em Itabuna, no sul baiano, Fabricio Pancadinha disputa a prefeitura com o atual prefeito Augusto Castro (PSD), Chico França (PL), Isaac Nery (PDT) e a professora Cleonice Monteiro (Rede). Pancadinha foi eleito vereador da cidade em 2020, pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN), e deputado estadual em 2022, já pelo Solidariedade.

Após duas tentativas fracassadas, uma como prefeito, em 2016, e outra como vice-prefeito, em 2020, o deputado Raimundinho da JR tenta alcançar o Executivo de Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. Ele, que já foi filiado ao PRB (atual Republicanos) e ao PDT, disputa a prefeitura com o atual prefeito Alberto Castro (PSDB) e Jussara Nascimento (PT).

Na Bahia, dois deputados federais concorrem a prefeituras: Zé Neto e Waldenor Pereira, ambos do PT, disputam os Executivos de Feira de Santana e Vitória da Conquista, respectivamente.


20 de setembro de 2024
Acidente

Batida frontal deixa uma pessoa gravemente ferida em Conquista

Por Washington Tiago

Uma colisão frontal envolvendo caminhão e um carro de passeio, deixou um ferido na BA-262, próximo ao bairro Henriqueta Prates, em Vitória da Conquista. Era por volta das 00h20, desta sexta-feira (20), quando a Companhia Independente de Policiamento Rodoviário (CIPRv), foi acionada para atender o acidente.

Com o impacto da batida, um homem de 42 anos ficou preso às ferragens e precisou que o Corpo de Bombeiros fizesse o resgate. Após retirar a vítima das ferragens, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), encaminhou o ferido para o Hospital de Base da cidade.

A Polícia Rodoviária supõe que o automóvel tentava entrar em uma estrada vicinal e o caminhão trafegava em sentido contrário quando ocorreu o acidente. A polícia ainda deu suporte até a retirada dos veículos da pista.


20 de setembro de 2024
Brumado

Brumado ganha unidade do Corpo de Bombeiros e vai atender cerca de 400 mil pessoas em 24 municípios

Moradores de Brumado e de cidades próximas receberam nesta quinta-feira (19) a 2° CIA BM. Pertencente ao 7° BBM, em Vitória da Conquista, a nova unidade vai atender 24 municípios e cerca de 400 mil pessoas, em serviços como combate a incêndios, atendimento pré-hospitalar (APH), segurança contra incêndio e busca e salvamento.

“Cada unidade que inauguramos é um marco no nosso atendimento, pois estamos cada vez mais próximos dos cidadãos e podemos ampliar a nossa atividade de prevenção junto às comunidades locais, que é a nossa prioridade. Temos aqui uma estrutura muito boa e esse é só o início, vamos crescer ainda mais”, explicou o coronel BM Adson Marchesini, comandante-geral do CBMBA.

Situada no bairro Novo Brumado, a sede é uma parceria entre a prefeitura e o governo da Bahia. A inauguração contou com a presença de autoridades civis e militares e a unidade conta com duas viaturas, sendo uma Auto Bomba Tanque (ATB) e uma Auto Rápida (AR) e o atendimento vai ser realizado 24 horas por dia.