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18 de agosto de 2024
Brasil

Mega-Sena acumula e prêmio vai a R$ 65 milhões

Ninguém acertou as seis dezenas do Concurso 2.763 da Mega-Sena, sorteadas nesse sábado (17) à noite em São Paulo. O prêmio para o próximo concurso, na terça-feira (20), deve ser de R$ 65 milhões.

A quina teve 52 ganhadores que receberão, cada um, R$ 75.241,53. As 4.751 apostas ganhadoras da quadra terão o prêmio individual de R$ 1.176,46.

A aposta mínima da Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser feita nas lotéricas de todo o país ou pela internet, no site da Caixa, até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio.


16 de agosto de 2024
Economia

Combustíveis têm alta em todas as regiões do País em agosto; gasolina já subiu 1,62%, diz pesquisa

Denise Luna/Estadão Conteúdo

Foto Sudoeste Acontece

O preço médio do litro da gasolina fechou a primeira quinzena de agosto em R$ 6,29, aumento de 1,62% ante o consolidado de julho, segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL) com base nos dados de 21 mil postos credenciados da Edenred. Já o preço médio do litro do etanol subiu 2,16%, a R$ 4,25, e o diesel S10 avançou 0,16%, para preço médio de R$ 6,18.

“O cenário de alta nos preços dos dois combustíveis foi identificado em todas as regiões brasileiras e em quase todos os Estados, com exceção apenas de Roraima, onde o valor médio do etanol caiu 0,40%, e de Goiás, que registrou redução de 0,24% para o etanol e estabilidade para a gasolina”, avalia o diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil, Douglas Pina.

A região Nordeste liderou o ranking do aumento mais expressivo para a gasolina, de 2,05% ante julho, fechando a quinzena à média de R$ 6,48. Ainda assim, a gasolina mais cara foi registrada nas bombas de abastecimento da região Norte, a R$ 6,75. Já o Sudeste comercializou o litro pela média mais baixa entre as regiões, com preço de R$ 6,15.

A região Norte também registrou o preço médio mais alto para o etanol, encontrado a R$ 4,95. O aumento mais expressivo para o biocombustível, de 3,34%, também foi identificado nos postos do Norte. Já a média mais baixa foi encontrada no Centro-Oeste, a R$ 4,10.

“Se comparado à gasolina, o etanol continua ganhando em competitividade, com mais Estados tendo-o como economicamente mais vantajoso para abastecimento. Além disso, ao abastecer com etanol, o motorista contribui para uma mobilidade de baixo carbono, já que o combustível derivado da cana-de-açúcar emite menos poluentes na atmosfera”, afirma Pina.

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12 de agosto de 2024
Brasil

Ex-ministro Delfim Netto morre aos 96 anos

Giovanna Pécora

Foto: Leticia Moreira

Morreu na madrugada desta segunda-feira (12/8), o economista Antônio Delfim Netto, aos 96 anos. Ele se encontrava internado desde a segunda da semana passada (5/8), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele faleceu em decorrência de complicações no quadro de saúde.

Netto ocupou o cargo de ministro da Fazenda entre os anos de 1967 e 1974, Também foi ministro do Planejamento entre 1979 e 1985, ministro da Agricultura em 1979 e embaixador do Brasil na França em 1975 até 1977.

Ele era uma figura de destaque nos meios econômico e político. Nascido em São Paulo no dia 1º de maio de 1928, graduou-se em economia pela USP em 1951, e logo se tornou professor da instituição. Não demorou muito para que seus trabalhos na área se tornam-se conhecidos e ele entrasse na vida pública.

“Seus trabalhos didáticos e de pesquisa são, neste momento, voltados para os estudos de problemas da economia brasileira, planejamento governamental e teoria do desenvolvimento econômico. Sua linha de pensamento baseou-se essencialmente na aplicação da teoria neo-clássica no plano microeconômico e ideias keynesianas ou monetaristas no plano macroeconômico”, diz o site da USP que resume sua biografia.

Em 1966, assumiu como secretário da Fazenda de São Paulo e, no ano seguinte, como ministro da Fazenda. Então, tornou-se a âncora da economia brasileira entre 1967 e 1974, nos governos Costa e Silva e Medici, no período chamado de “Milagre Econômico”, que fez o país crescer a uma taxa anual de 11%.

Na verdade, um milagre que teve consequências nefastas para o país. As equipes econômicas das quais fez parte promoveram políticas de crédito favoráveis ao agronegócio e à indústria, além da construção de obras como a Rodovia Transamazônica.

O resultado foi o início da escalada do endividamento externo brasileiro, que depois atingiria níveis não vistos até então.

Ele também votou a favor do Ato Institucional número 5 (AI-5), que recrudesceu a ditadura no Brasil. Em seu voto pelo AI-5, afirmou que deveria ser concedida ao presidente “a possibilidade de realizar certas mudanças constitucionais, absolutamente necessárias para que este País possa realizar o seu desenvolvimento com maior rapidez”.

Quase 45 anos depois, em 2013, durante uma sessão da Comissão da Verdade, o economista afirmou que repetiria o voto pelo AI-5 “se as condições fossem as mesmas e o futuro não fosse opaco”. “Eu não só assinei o Ato Institucional número 5 como assinei a Constituição de 1988, (mas) nunca apoiei a repressão.”

Após a ditadura militar, Delfim ainda foi deputado federal. Em 2006, após cinco mandatos por São Paulo, ficou fora da Câmara.

Em 2018, seu nome voltou às manchetes, quando foi investigado pela Lava Jato. Segundo a força-tarefa que coordena a operação, o ex-ministro Antonio Palocci operou o repasse de R$ 15 milhões a Delfim.

De acordo com os investigadores, ficou comprovado que pelo menos R$ 4,4 milhões das empresas vencedoras da licitação foram pagos a ele. Os recursos foram repassados por meio de contratos fictícios de consultoria a empresas que têm como sócios Delfim e um sobrinho. O ex-ministro nega e afirma que os serviços foram prestados.


7 de agosto de 2024
Brasil

Reforma Tributária: relator no Senado indica mudança para carros e minerais

Foto Sudoeste Acontece

O rito de tramitação do projeto de lei complementar 68/2024, que regulamenta a maior parte da reforma tributária, cria tensão entre o Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o relator Eduardo Braga (MDB-AM). O líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), disse à Folha que o ideal seria votar entre os dois turnos das eleições municipais.

Wagner, contudo, disse que o Planalto e a Fazenda ainda não elencaram itens que gostariam de alterar em relação ao texto aprovado pela Câmara em julho. “Não temos ainda as demandas do governo, vamos aguardar o relatório. Mas podemos votar em outubro”, sinalizou.

O petista participou de reunião da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde o projeto será relatado por Braga. Após a reunião, o relator disse não ser viável votar antes das eleições. “Não tem como aprovar antes do segundo turno, como o presidente Pacheco disse ontem [terça] “, disse a jornalistas.

Nos bastidores há irritação com a pressa do governo para aprovar o projeto que regulamenta os futuros impostos sobre consumo. A avaliação é que o texto da Câmara precisa passar por um pente-fino rigoroso para identificar erros, inconstitucionalidades e benesses a setores econômicos.

A tensão gerada pela pressão do governo, que vê a reforma como importante para atrair investimentos privados a partir de 2025, levou o presidente do Senado a adotar como estratégia adiar a leitura do projeto da Câmara em plenário, o que inicia a contagem da urgência constitucional de 45 dias colocada pelo governo.

Pacheco avalia atrasar o máximo possível a leitura do projeto. Ele espera ganhar tempo para a área técnica do Senado auxiliar o relator na revisão de projeto da Câmara.

Braga já identificou algumas questões, como a alíquota de 0,25% do Imposto Seletivo para mineração e a inclusão de veículos elétricos nesse mesmo tributo, entre outras que ele evita antecipar antes de conversar com o ministro Fernando Haddad (Fazenda), com quem se reúne na próxima terça-feira (13).

Ele evitou criticar a criação de um grupo de trabalho dedicado à reforma tributária pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). Mas sinalizou desconforto com antecipação.

“Compete ao presidente do Senado fazer o início da tramitação. A bola virá para mim a partir do momento que eu for designado relator pela CCJ. Aí, eu tenho de apresentar um plano de trabalho e um cronograma para deliberar a matéria. O que a CAE fez, com todo respeito que a comissão merece, foi se antecipar a um processo que não está nem em tramitação no Senado”, disse o relator.

Questionado se poderia incorporar sugestões do grupo de trabalho, o senador não se comprometeu. Braga ressaltou o papel do grupo informal de elaborar sugestões de emendas.

“Nós receberemos o trabalho da CAE com todo respeito, toda atenção e com todo mérito que merece. Agora, o que eles estão fazendo é um trabalho para contribuir com emendas ao projeto que vai tramitar na CCJ”, indicou.


31 de julho de 2024
Brasil

Brasil investe mais de R$ 8 bilhões em novas instalações de energia solar no 1º semestre

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica mostram que o Brasil fechou o primeiro semestre do ano com mais de R$ 8 bilhões investidos em novas instalações de energia solar. O país ganhou neste ano cerca de 400.000 novas instalações de geração própria de energia solar em residências. A informação é da coluna Radar, da revista Veja.

Segundo a publicação, o crescimento nas residências este ano representa metade de toda a expansão da geração própria fotovoltaica no país, incluindo comércios, indústrias e propriedades rurais.

Ainda de acordo com a rede Portal Solar, o uso da energia solar pelos consumidores residenciais tem sido impulsionado pela queda do preço do equipamento — em torno de 40% no último ano –, o aumento do consumo de eletricidade pelas mudanças de temperatura e, principalmente, pela elevação da tarifa de energia elétrica no Brasil.

Do total de residências atendidas pela geração própria solar, o estado de São Paulo lidera com mais de 385.000 casas atendidas, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 303.100, e Minas Gerais, com 291.800 pontos.


30 de julho de 2024
Brasil

Bandeira verde de energia retorna em agosto; siga dicas e economize ainda mais na conta

Foto Sudoeste Acontece

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou no final da semana passada que não haverá cobrança extra nas contas de luz em agosto, após adoção da bandeira amarela em julho. Havia mais de dois anos que não havia mudança na bandeira tarifária. Mesmo com o retorno da bandeira verde, sem cobrança adicional na conta, a Neoenergia Coelba chama atenção para a necessidade de adoção de consumo consciente de energia elétrica.

A distribuidora lembra que, mesmo com a condicionante da Bandeira Verde, é possível reduzir ainda mais o valor da conta de luz. Além disso, o cliente contribui com o meio ambiente evitando desperdícios com a adoção de pequenas mudanças de hábitos que o transformam em um consumidor de energia elétrica consciente.

O recomendado é manter a temperatura do aparelho entre 23ºC e 25ºC e programar o desligamento automático durante a madrugada. A outra opção é adquirir aparelhos com a tecnologia Inverter, onde há melhor uso do compressor. Outro detalhe importante é conferir se a manutenção do aparelho está em dia e limpar filtros e saídas de ar a cada duas semanas.

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29 de julho de 2024
Brasil

Mega-Sena: Prêmio acumula e vai a R$ 100 milhões


Nenhuma aposta acertou as seis dezenas do concurso 2.754 da Mega-Sena, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 100 milhões. O sorteio foi realizado na noite de sábado (27), em São Paulo.

Os números sorteados foram: 10 – 14 – 44 – 55 – 56 – 58. De acordo com a Caixa, 66 apostas acertaram cinco dezenas e vão receber, cada uma, R$ 68.839,98.

Outras 5.216 apostas acertaram 4 números e vão ganhar R$ 1.244,36. O próximo sorteio da Mega-Sena está marcado para terça-feira (30).


29 de julho de 2024
Brasil

Rui Costa diz que congelamento de R$ 15 bi afetará todos os ministérios


O ministro Rui Costa (Casa Civil) disse nesta sexta-feira (26) que é sempre doloroso fazer cortes no orçamento dos ministérios e que o congelamento de R$ 15 bilhões anunciado pela Fazenda afetará todas as pastas.

A declaração foi dada em coletiva de imprensa com jornalistas, após cerimônia do Novo PAC Seleções no Palácio do Planalto, com anúncio de R$ 41,2 bilhões, de recursos públicos e privados, para obras de mobilidade urbana, drenagem, abastecimento de água e saneamento, em municípios.

“É sempre doloroso cortar, difícil cortar, porque você está cortando coisas essenciais que estavam previstas. Seja o bloqueio, seja contingenciamento, os dois juntos vão alcançar 100% dos ministérios, todo mundo dará sua contribuição para alcançar R$ 15 bilhões”, disse.

“Está fazendo ajuste fino nos números para terça ser publicada a relação dos bloqueios e contingenciamentos. Compromisso sempre reafirmado do presidente com equilíbrio fiscal, responsabilidade fiscal e vamos trabalhar nas medidas, seja na desoneração que não foi votada medida compensatória seja no pente fino”, completou.

Costa não deu maiores detalhes sobre quais programas ou pastas serão mais afetados. A definição sairá no relatório do terceiro bimestre do orçamento, cujo detalhamento sairá no próximo dia 30.

O governo conta com um espaço de apenas R$ 65 bilhões no orçamento deste ano para fazer o corte de R$ 15 bilhões de despesas, segundo dados obtidos pela Folha.

Com quase oito meses do ano já transcorridos, os ministérios já empenharam boa parte das despesas, o que tem dificultado o trabalho de definição do tamanho da tesourada em cada pasta. O empenho é o estágio em que o governo se compromete com o pagamento de determinada despesa.

O clima é de apreensão e “guerra” de influência política nos bastidores da Esplanada dos Ministérios para diminuir o impacto do corte, segundo relatos obtidos pela reportagem nos últimos dois dias.

O espaço orçamentário restrito ampliou a disputa entre os ministérios. O valor de R$ 65 bilhões é o total de despesas discricionárias (aquelas que não são obrigatórias) que ainda não foram empenhadas e, portanto, onde o corte pode recair. Esse espaço pode diminuir nos próximos dias porque os ministérios estão correndo para empenhar despesas e fugir do corte.

Ministros têm procurado integrantes da equipe econômica e auxiliares do presidente Lula na tentativa de mostrar a importância dos seus investimentos para o desempenho positivo do governo.

Na semana passada, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, buscou diretamente o chefe do Executivo e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, para evitar o corte na sua pasta. Monteiro já teve três reuniões sobre o assunto.


21 de julho de 2024
Economia

Brasil suspende exportação de carne de aves para quatro países após caso de doença no RS

O Ministério da Agricultura anunciou nesta sexta-feira (19) que suspendeu a exportação em todo o país de carnes de aves para China, Argentina, Peru e México. A medida foi tomada após ser confirmado um foco da doença de Newcastle em um estabelecimento no interior do Rio Grande do Sul.

A suspensão atende um acordo bilateral entre os países, seguindo certificados sanitários internacionais. De acordo com o ministério, a proibição será válida para carnes de aves, carnes frescas de aves e seus derivados, ovos, carne para alimentação animal, matéria-prima de aves para fins opterápicos, preparados de carne e produtos não tratados derivados de sangue.

No mesmo comunicado, a pasta divulgou suspensões para outras 38 nações, mas com uma abrangência menor.

Em 28 países e mais a União Europeia e a União Econômica Euroasiática, a exportação de produtos foi proibida apenas de fabricantes do Rio Grande do Sul.

O ministério informou que essa interrupção envolve carne fresca, resfriada ou congelada de aves; ovos e ovoprodutos; carnes, produtos cárneos e miúdos de aves; farinha de aves, suínos e de ruminantes; cabeças e pés; gorduras de aves; embutidos cozidos, curados e salgados; produtos cárneos processados e termoprocessados; e matéria-prima e produtos para alimentação animal.

Veja quais são os países que terão a suspensão de exportação apenas de produtos do Rio Grande do Sul

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21 de julho de 2024
Brasil

Brasil exporta 31 mil toneladas de biscoitos no 1º semestre de 2024

No primeiro semestre deste ano, as exportações de biscoitos brasileiros chegaram a 31 mil toneladas, totalizando US$ 71,2 milhões e alcançando 115 países. Os dados foram divulgados neste sábado (20) pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), que está celebrando neste sábado o Dia Nacional do Biscoito.

Segundo a associação, Estados Unidos, Paraguai e Uruguai são os principais destinos dos biscoitos brasileiros, representando metade (51%) do total exportado. No Paraguai, o Brasil é o principal fornecedor de biscoitos, correspondendo a quase 60% das importações do país. No Uruguai, o Brasil é vice-líder, com 50%.

Tipos

Dentre os principais tipos de biscoitos, os wafers foram os mais relevantes no mercado externo no primeiro semestre deste ano, totalizando 12,1 mil toneladas exportadas e somando US$ 36,8 milhões. Isso representou aumento de 4% em valor na comparação com o mesmo período do ano passado.

Já as linhas tradicionais de biscoitos como água e sal, cream cracker, recheados, maria, rosquinhas e laminados de coco, leite e maisena, somaram US$ 31,1 milhões no primeiro semestre deste ano, com 17,4 mil toneladas exportadas.


19 de julho de 2024
Brasil

Fluxo de memes com Haddad indica que movimento ‘Taxadd’ é espontâneo

Os memes sobre o ministro Fernando Haddad (Fazenda) não surgiram de repente, mas cresceram organicamente até se espalharem pelas redes sociais e aplicativos de mensagem, conforme análises feitas para a Folha por empresas de monitoramento.

Dados da plataforma Buzzmonitor indicam menções à expressão “Taxadd”, como o chefe da equipe econômica vem sendo chamado, ao longo de todo o ano. A grafia “Taxad” também é utilizada.

Logo no primeiro dia de 2024, um usuário do X criticou a “sanha arrecadatória do Lula e seu vassalo Taxadd” em resposta a um post oficial do governo sobre o reajuste do salário mínimo. Entre 1º e 7 de janeiro, a expressão foi usada 339 vezes na rede social.

Poucos dias antes, Haddad havia anunciado um pacote de medidas para evitar perda de arrecadação e reforçar o caixa da União, incluindo a reoneração gradual da folha de pagamentos e o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), do qual teve que recuar após pressão do Congresso e empresários.

O uso do apelido do ministro se manteve em níveis baixos, com um máximo de 833 menções em meados de maio, até começar a crescer na semana passada e atingir 895. “São depoimentos de pessoas claramente alinhadas à direita, mas não de bots ou perfis com investimento de mídia”, diz Breno Soutto, head de insights do Grupo Elife, responsável pela plataforma.

No WhatsApp, a situação era semelhante. Nos últimos meses, a expressão “Taxadd” aparecia em grupos públicos monitorados pela empresa Palver, mas sem relevância significativa.

Isso mudou na segunda-feira (15). Naquele dia, Haddad foi chamado de “Taxadd” 3.294 vezes na rede de Elon Musk, com memes como “Taxando Pobre Adoidado” e “Taxamento às Cegas Brasil”.

Uma possível razão para a insatisfação poderia ser a proximidade da “taxa das blusinhas”, que afetará compras de até US$ 50 em sites internacionais a partir de 1º de agosto.

Para Soutto, o gatilho para a explosão foi a publicação, no X, onde o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, disse que o apelido “não vai pegar” e que Haddad será conhecido por reduzir impostos.

Na terça (16), as menções subiram para 15.012, um salto de 355%. No WhatsApp, o rosto do ministro apareceu 58 vezes a cada 100 mil mensagens em grupos públicos (a taxa era de 5 na véspera).

Embora o aumento sugira uma ação coordenada, Soutto argumenta que os dados indicam o contrário. “Os perfis que publicaram os memes abordam temas diversos e existem há bastante tempo, o que não costuma ocorrer com bots”, afirma.

Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Luis Fakhouri, diretor de estratégia da Palver e colunista da Folha, concorda: “As pessoas gostaram da piada, houve a participação de alguns perfis da direita e isso deu popularidade ao tema.”

Um indício de que a ação foi espontânea é que o movimento não se repetiu no Telegram, segundo Fakhouri.

Na terça, o meme ultrapassou o mundo virtual: Haddad apareceu como “Taxa Humana”, uma referência ao personagem Tocha Humana do Quarteto Fantástico, em um outdoor na Times Square, Nova York. Hugo Montan, 19, afirmou ter pago R$ 255 pelo anúncio, incluindo 4,38% de IOF. Montan, que já foi analista de criptomoedas e agora estuda para prestar vestibular para economia, diz que seu objetivo foi criticar a estratégia do governo de equilibrar as contas públicas principalmente por meio da arrecadação.

“Minha crítica é ao governo. A gente vê o Lula mais confiante, orgulhoso, de tomar decisões no campo da economia do que nos primeiros mandatos. Haddad acaba ficando de fiador disso”, afirmou Montan.

Em meio à enxurrada de memes, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu o ministro: “Se pegarmos a carga tributária de 2022 para 2023, ela não aumentou, até que caiu um pouquinho.”

Nesta quarta-feira, o volume de publicações caiu para 4.908 (até as 17h) no X. Apesar de algumas exceções, a maioria das publicações eram replicações de piadas já existentes. Do total, 74,7% dos posts que usaram o termo neste ano eram retuítes sem acréscimo de conteúdo.

“Essa característica de replicação rápida, interesse de curta duração e humor consolida ‘Taxadd’ no território dos memes. Ainda que o boca a boca morra, o apelido deve seguir associado ao ministro por um bom tempo”, diz Soutto.

No WhatsApp, o rosto do ministro da Fazenda ainda aparecia em 80 de cada 100 mil mensagens em grupos nesta quarta-feira.

Para João Victor Archegas, coordenador do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, é difícil prever o impacto da brincadeira no futuro do ministro. Ele afirma que esses “microatos políticos” (memes, likes, posts) podem se somar de forma imprevisível.

“Quando você vê, está diante de um movimento político que tem potencial de desestabilizar o partido, desestabilizar o governo, desestabilizar a própria imagem do Haddad nesse caso”, afirma ele.


8 de julho de 2024
Brasil

Cade investiga duas companhias aéreas sobre combinação de preços de passagens mais elevados

Foto Washington Tiago\Sudoeste Acontece

Após suspeitas de combinação de preços, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) abriu uma investigação para apurar se Gol e Latam combinaram preços mais elevados. Para isso, as empresas já forneceram arquivos com os dados completos das passagens vendidas nos últimos cinco anos.

A equipe que analisa essas informações quer verificar se os preços foram semelhantes ao longo do tempo nas mesmas rotas e horários. A suspeita principal é de que houve acerto via sistemas informatizados de emissão de bilhetes.

A estratégia do Cade é inusitada. A análise de dados será feita mediante uma plataforma de inteligência artificial, que ajudará na filtragem e compilação dos dados.

Sem evidências de que houve arranjo de preços por meio de troca de mensagens ou telefonemas, os técnicos buscam, a partir da análise de cada passagem vendida, verificar eventual padronização entre as concorrentes por preços mais elevados.

Uma das hipóteses consideradas é a de que os sistemas eletrônicos de venda tenham sido programados para elevar os preços, independente de horário ou demanda.

Para isso, o Cade fará a análise da taxa de ocupação dos voos ao longo do período e relacionará com o volume de bilhetes vendidos por ambas as companhias. Isso porque, voos com baixa taxa de ocupação não costumam ter preços elevados, forma de estimular a venda, já que a lucratividade ocorre com ocupação superior a 70%.

Caso as suspeitas de formação de cartel se confirmem –via algoritmo das plataformas de venda–, o Cade terá de descobrir uma forma de enquadrar as companhias aéreas.

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